EventosArte de rua | Festival Out Loud a 3 e 4 de Novembro Sofia Margarida Mota e Victor Ng - 29 Out 2018 O festival local dedicado à arte de rua – Out Loud- tem lugar nos próximos dias 3 e 4 de Novembro no Armazém Tai Fung. É também aqui que Thomas Lo vai mostrar a sua primeira obra de grande dimensão através de uma instalação que pretende tirar o público do frenesim quotidiano [dropcap]“H[/dropcap]ealing” é a primeira obra de grande dimensão do artista local Thomas Lo e que vai estar patente ao público na próxima edição do Out Loud, festival de arte de rua. O evento decorre nos próximos dias 3 e 4 de Novembro no Armazém Tai Fung, na ponte do cais nº8. Para o artista que tem estado ligado à Gantz, a trupe local conhecida pelos murais que desenha com grafite, o festival é um marco importante na divulgação do que se faz em Macau na área da arte de rua. Com esta instalação, Thomas Lo pretende convidar o público a um momento de isolamento. O trabalho que inclui elementos em betão, iluminação e projecção de vídeos vai representar um espaço para “as pessoas estarem com elas próprias”, afirmou ao HM. “Espero que as pessoas consigam, ao verem a exposição, desligar-se da sociedade. Espero que consigam sair da sua vida quotidiana”, disse. A razão é simples. Para Lo, as pessoas estão demasiado absorvidas pelas rotinas do dia a dia e “vivem como se fossem robots”. Por isso, considera importante ter um trabalho que possibilite sair desse estado, acrescentou. Thomas Lo admite porém que “Healing” não é um trabalho que possa ser num primeiro momento classificado como arte de rua, mas “tem elementos que a integra,” apontou. Por outro lado, é através deste tipo de diversidade de trabalhos que se pode atrair mais interessados na intervenção de rua, considera. Território fraco O artista lamenta os fracos progressos que esta área artística tem tido no território. Sem menosprezar o que considera ser “grandes esforços daqueles que estão ligados a esta expressão”, Lo sublinha que não há um interesse visível por parte dos jovens locais quando se fala de street art, sendo que “os jovens de Macau são preguiçosos e não se focam em objectivos claros”. Como solução, Thomas Lo sugere que festivais como este em que a gama de actividades vai além do tradicional grafitti, possam vir a despertar a atenção dos mais novos. “É necessário realizar actividades diferentes para poder atrair mais gente e ter uma perspectiva diferente tanto acerca da arte de rua como de projectos apresentados sob outras formas”, apontou. Por outro lado, seria fundamental trazer artistas estrangeiros ao território para poderem trocar conhecimentos com os locais e mudar a dinâmica do que tem acontecido neste sentido, até porque, “têm estado em Macau alguns artistas importantes mas apenas para apresentarem o que fazem e sem trocarem informações com quem cá está”, disse. Enquanto expressão artística, a arte de rua podia trazer ainda algumas mais valias ao território: “Podia ajudar a mostrar às pessoas que Macau é mais do que casinos, restaurantes e lojas onde se compram produtos de luxo”, rematou.