China / ÁsiaNovas tarifas alfandegárias entraram ontem em vigor Hoje Macau - 24 Ago 201824 Ago 2018 [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s novas taxas alfandegárias entraram ontem em vigor nos Estados Unidos e na China sobre parte das importações oriundas dos dois países, uma medida que está a deixar empresários e investidores “apavorados”. Desde ontem, os funcionários das alfândegas norte-americanas passaram a recolher taxas adicionais sobre um conjunto de 279 produtos chineses que, no ano passado, representaram 16 mil milhões de dólares nas importações dos Estados Unidos do país asiático. Os principais produtos penalizados são bens industriais, incluindo tractores, tubos de plástico ou instrumentos de medição. Como medida de retaliação, a China promete retaliar com taxas semelhantes aos produtos oriundos dos EUA, incluindo produtos energéticos, como o carvão, e automóveis. Washington acusa ainda a China de “tácticas predatórias”, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico, nomeadamente forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês. A China fabrica 90 por cento dos telemóveis e 80 por cento dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro. Acção/Reacção Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou-se mais de 8 por cento, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12 por cento. Em Julho passado, Trump impôs já taxas adicionais de 25 por cento sobre um conjunto de produtos chineses que, no ano passado, representaram 29 mil milhões de euros nas importações norte-americanas. A primeira ronda de taxas afectou, sobretudo, os sectores da aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica e máquinas, indicando que Washington quer travar Pequim de competir, no futuro, naqueles sectores de alto valor agregado. Pequim retaliou com taxas alfandegárias sobre o mesmo valor de bens importados dos EUA, afectando sobretudo produtos agrícolas, de forma a atingir a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Donald Trump. O líder norte-americano já avisou que caso Pequim rejeite ceder às exigências norte-americanas e continue a retaliar, irá punir ainda mais produtos chineses, até um total de 550 mil milhões de dólares.