h | Artes, Letras e IdeiasPoemas de Li Bai Paulo José Miranda - 21 Ago 2018 Vento de Outono [dropcap style=’circle’]É[/dropcap]no Outono que o vento corta E o luar mais nos ilumina. As folhas caem, desaparecem. As gralhas desabam sobre os galhos, pressentem o medo. Ainda pensamos um no outro, porque nos separámos? Agora o amor que sinto envergonha-me. Ao atravessarmos o portão do desencontro, Cada um de nós enfrentou a sua própria miséria. Sofremos muito o tempo todo e lembramo-nos disso. Mesmo que fosse pouco, a dor não seria menos infinita. Soubesse eu o quanto um coração pode errar, E logo de início nunca teria te conhecido. Bebo sozinho ao luar Encurralado entre flores e um jarro de vinho, Sem ajuda, bebo sozinho. Estendo o copo e convido a Lua, Formamos um trio com a minha sombra. Embora a Lua não beba vinho E a minha sombra só imite o que eu faço. A altaneira Lua e a pobre sombra são camaradas. Serei feliz nesta Primavera. O luar sublinha as minhas canções E a sombra abraça-me na dança. Festejamos como velhos amigos. Já bêbados, cada um segue para sua casa. E é assim que quero viver, livre de sentimentos, Até que nos voltemos a encontrar na Via Láctea.