EventosSegundo volume de memórias e pensamentos de Manuel da Silva Mendes à venda Andreia Sofia Silva - 1 Ago 2018 Já está à venda na Livraria Portuguesa o segundo volume da obra “Manuel da Silva Mendes: memória e pensamento”, que inclui textos sobre um colóquio realizado em Portugal sobre o autor, além de revelar tudo o que escreveu sobre Macau, a China e o Japão. O terceiro volume é publicado em Outubro [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]urista e uma das figuras que mais se destacou na elite cultural portuguesa residente em Macau no início do século XX, Manuel da Silva Mendes continua a ser recordado com uma série de publicações que incidem sobre o seu legado. Em Outubro do ano passado, a editora Livros do Oriente publicou o primeiro volume de “Manuel da Silva Mendes: memória e pensamento”, que contém, em cerca de 600 páginas, três ensaios sobre a figura que marcou a história social de Macau, da autoria de António Aresta, Amadeu Gonçalves e Tiago Quadros. Na sua essência, o livro abarca todos os textos de Silva Mendes sobre Arte, Filosofia e Religião, Cultura e Tradições Chinesas. O segundo volume da obra já se encontra à venda na Livraria Portuguesa, apesar do lançamento oficial só acontecer em Setembro. Desta vez, a Livros do Oriente reuniu textos do colóquio realizado em Portugal sobre os 150 anos do nascimento de Manuel da Silva Mendes, bem como artigos por si escritos sobre a educação e vivência em Macau, a China e o Japão. De acordo com um comunicado da editora, “este segundo volume esgota tudo quanto Silva Mendes escreveu sobre Macau, a China e o Japão”. Além disso, contém artigos de Ana Cristina Alves, docente da Universidade de Macau, que escreve sobre “O Tao de Manuel da Silva Mendes: do Tao político ao Tao poético”. António Aresta, que também participou no primeiro volume, escreve o capítulo “Manuel da Silva Mendes – um intelectual português em Macau”. Já António Graça de Abreu, escritor, professor e tradutor, aborda a “inimizade inteligente” que Silva Mendes teve com o poeta Camilo Pessanha. Também António Conceição Júnior, artista macaense, participa neste segundo volume com o texto “O legado artístico de Manuel da Silva Mendes”, tema que, aliás, abordou numa palestra recentemente realizada. A publicação do terceiro volume desta colectânea deverá acontecer até Outubro, incidindo sobre “textos publicados em Macau acerca de questões relacionadas com Portugal e o mundo”, bem como “a produção literária e jornalística de Silva Mendes antes da sua vinda para Macau, em 1901”. Além disso, o novo livro da colecção “Memória e Pensamento” promete reunir “textos inéditos de referência a Silva Mendes, ensaios e extractos desenvolvidos de teses académicas sobre a figura deste jurista”. Quezílias na imprensa Na nota prévia do livro é referida a importância que os escritos de Manuel da Silva Mendes tem para a compreensão da sociedade da época. “O seu pensamento sobre a educação em Macau trouxe ideias novas a uma comunidade resignada e distanciada, quiçá incomodada por estes problemas serem debatidos nas páginas da imprensa portuguesa.” As personalidades que, à época, viviam no território, chegaram a criticar este facto nas páginas dos jornais. “Essa desrazão também era vista nas intervenções públicas de Camilo Pessanha sobre a educação de Macau e que a imprensa transcrevia. Até as polémicas sobre a instrução dos macaenses, protagonizadas por Leôncio Alfredo Ferreira ou Pedro Nolasco da Silva, eram pouco toleradas porque começavam, justamente, nos jornais.” A mesma nota prévia lamenta que, em Macau, o Governo não tenha dado destaque aos 150 anos do nascimento desta personalidade portuguesa. É “inédita e acentua-se a importância que Portugal dedica a Silva Mendes, ao contrário de Macau que, em termos oficiais, ignorou totalmente a passagem dos seus 150 anos”. Manuel da Silva Mendes estudou Direito na Universidade de Coimbra e, em Macau, desempenhou vários cargos, incluindo o de professor do liceu. Em 1932, ano da sua morte, o jornal Eco Macaense descreveu-o como sendo uma “figura simpática e vulto de destaque nesta terra. Silva Mendes falava chinês e foi, no início do século XX, um grande divulgador da cultura, religião e filosofia chinesas.