Chineses esgotam presunto espanhol

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s elites chinesas estão a descobrir o presunto ibérico e, depois do recente levantamento de restrições à sua importação, a procura pelo produto gourmet aumentou de tal forma que há quem tema em Espanha não conseguir ter o presunto na mesa este Natal. O produto chegou ao Oriente com a crise. “A crise económica foi um incentivo para sairmos para o exterior e isso permitiu que muitos conhecessem o presunto e se apaixonassem por ele”, disse René Lemeé, director de Exportación de Cinco Jotas, a primeira empresa a negociara com a China, ao El País. Os chineses tomaram o gosto ao presunto e, desde 2014, a China tornou-se no maior mercado estrangeiro do produto. Mas a procura está a ser excessiva e os produtores espanhóis não estão a conseguir satisfazer a procura porque um bom presunto – de porco preto e alimentado a bolotas – demora anos a ser produzido. Só a cura pode levar entre 36 a 48 meses. Um presunto de 7,5 kg pode custar entre 150 a 600 euros e, este ano, o preço já aumentou 10 por cento. “A subida do preço é inevitável”, disse Roberto Batres, que exporta presunto, vinho e azeite para a China. “As empresas licenciadas para negociar com a China não têm presunto de bolota suficiente para satisfazer a procura chinesa.” A procura é tal que algumas empresas chinesas já começaram a importar pernas de porco preto congeladas e estão a tentar fazer a cura à moda espanhola. “São muito salgados”, garante Roberto Batres.

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