Incêndios | Ministro admite mais dinheiro para recursos hídricos em 2018

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro do Ambiente português admitiu ontem que a parte do Fundo Ambiental destinado aos recursos hídricos pode aumentar em 2018, depois de este ano se ter esgotado para atender aos pedidos dos municípios afectados pelos incêndios deste Verão.

A questão foi divulgada ontem pelo secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, que em entrevista à TSF admitiu que não havia dinheiro suficiente para dezenas de municípios que tiveram incêndios e cujos cursos de água estão vulneráveis às cinzas que serão arrastadas pelas chuvas que agora começam.

“Nós, com o dinheiro que tínhamos, na projecção feita para este ano, o primeiro do Fundo Ambiental, conseguimos disponibilizar uma parcela muito significativa de dinheiro, mas com certeza que, no próximo ano, em face da avaliação que faremos no final deste ano, os recursos hídricos poderão passar a ter mais dinheiro afectado a esta componente”, disse João Matos Fernandes à agência Lusa.

Na entrevista à rádio, o secretário de Estado afirmou que 4,2 milhões de euros couberam aos sete municípios mais afectados pelo grande incêndio que em Junho deflagrou em Pedrógão Grande, mas que desde então mais 40 autarquias ficaram na mesma situação.

“Estamos a acompanhar o processo de perto e completamente disponíveis para apoiar os que se dirijam a nós com projectos concretos, sabendo que esta é uma preocupação comum destes tempos”, garantiu o ministro.

Sob controlo

No caso dos municípios afectados pelo fogo de Pedrógão, o Ministério está a “pagar um conjunto de intervenções”, como tirar as cinzas das linhas de água e dos sítios onde podem provocar entupimentos e inundações.

“Não há aqui qualquer preocupação com o abastecimento de água, todas as estações de tratamento de águas que existem em Portugal estão completamente preparadas para retirar o excesso de matéria orgânica que possa vir na água ou quando ela é captada”, garantiu João Matos Fernandes.

Isso cabe às entidades gestoras da água e não se vai reflectir na qualidade ou no preço da água para os cidadãos, acrescentou.

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