SociedadeGrande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau | Saúde e apoio social à espera de benefícios Victor Ng - 19 Jun 2017 O projecto que prevê a agregação entre Macau, Hong Kong e Guangdong leva o Governo a criar um mecanismo de cooperação interdisciplinar para várias áreas sociais. O deputado Ho Ion Sang defende a implementação de um modelo de integração entre as três regiões semelhante ao europeu [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sequência da consulta pública quanto ao Planeamento da Região Metropolitana da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, o Executivo reuniu com representantes dos sectores da saúde, segurança social e serviços sociais. A recolha de opiniões foi realizada pelo Gabinete de Estudo das Políticas, de forma a criar mecanismos de cooperação, fiscalização e implementação dos trabalhos, de acordo com um comunicado da entidade governamental. Foram discutidas várias propostas, entre elas a aplicação de mega-dados entre serviços sociais das três regiões da Grande Baía, a digitalização de arquivos médicos, a acreditação profissional das especialidades médicas e dos profissionais de acção social. Neste aspecto, o Governo pretende internacionalizar os cuidados de saúde de Macau, nomeadamente no que toca à formação de pessoal de enfermagem, assim como dar relevo à indústria da medicina tradicional chinesa. Na área da acção social foram debatidas as possibilidades de integrar serviços de lares de idosos transfronteiriços, partilha de recursos de saúde e assistência social, assim como a cooperação na área da protecção ambiental. Na reunião foi sugerido ao Gabinete de Estudos das Políticas que pondere o estabelecimento de uma instituição que preste serviços de consulta jurídica para responder aos desafios legais surgidos da implementação dos planos da Grande Baía. Da mesma forma, foi proposta a criação de um mecanismo destinado a resolver disputas decorrentes do projecto de integração que garanta os direitos dos cidadãos de Macau. Delta Unidos Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ho Ion Sang afirmou que os planos de construção da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau têm muitos pontos de concordância com o plano quinquenal para o desenvolvimento de Macau. Aliás, o deputado vê ambas as políticas de longo-prazo numa relação simbiótica com potencial para beneficiar a RAEM. Ho Ion Sang considera que Macau se deve afirmar como centro de turismo e lazer da região. Para tal, deve-se reforçar a cooperação transfronteiriça e a integração regional de forma a ultrapassar barreiras existentes no fluxo de visitantes, bens, fundos e tecnologia. O deputado acrescenta que a Grande Baía tem dois grandes centro financeiros do lado leste do Rio das Pérolas, Hong Kong e Shenzhen, e que o Governo procurar firmar Macau como o centro da finança no lado oeste. Em declarações ao Jornal do Cidadão, referiu que o estabelecimento deste centro financeiro pode ser um importante passo estratégico tendo em conta a interacção de Macau com os mercados dos países de língua portuguesa e os que integram a política “Uma Faixa, Uma Rota”. Nesse sentido, Ho Ion Sang acha útil a partilha de informação entre instituições financeiras das regiões que integram a Grande Baía. No que toca à movimentação de pessoas, com o fim das obras da ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau, o deputado considera que se devem aliviar as exigências burocráticas nas fronteiras e que se deve procurar uma aproximação ao modelo seguido pela União Europeia. Ho Ion Sang sugere mesmo que se isente o visto de três a sete dias aos portadores de visto comercial de Hong Kong e do Interior da China, assim como a quem tenha visto dos Estados Unidos e Inglaterra proveniente do Interior da China. O deputado acha que esta medida pode atrair para Macau clientes de Hong Kong e Guangdong para o turismo de negócios, convenções e exposições.