Macau suspende importações de carne do Brasil

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] carne brasileira está proibida de entrar em Macau. A decisão do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), foi dada a conhecer ontem, numa nota enviada ao fim do dia à imprensa. O IACM diz estar  “a acompanhar com especial atenção o incidente que envolve carne congelada originária do Brasil, tendo decidido suspender o tratamento de requerimentos para importação de carnes congeladas e refrigeradas daquele país.”

A decisão surge na sequência do escândalo de falsificação dos prazos de validade das carnes, e da sua adulteração, o que levou a China, a Coreia e a União Europeia a suspender qualquer importação do produto.

A China pediu ontem ao Brasil transparência na investigação que está a desenvolver sobre fabricantes de carne que vendiam produtos contaminados para o exterior e um reforço do controlo sobre os alimentos exportados pelo país.

“Esperamos que o Brasil leve a cabo uma minuciosa investigação, de forma aberta e transparente, e informe a China dos resultados”, afirmou a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

Hua sublinhou que se trata de uma medida de “prevenção” e “temporária”, mas considerou que é cedo para apontar a data em que a importação de carne brasileira voltará a ser autorizada na China.

A porta-voz instou ainda Brasília a reforçar o controlo para garantir a segurança e fiabilidade dos produtos que vende na China.

Usos e abusos

A Coreia do Sul, Chile e União Europeia anunciaram também a suspensão das importações de carne produzida no Brasil, enquanto o Governo do Presidente Michel Temer tenta limitar o impacto do escândalo, que afectou um dos sectores mais fortes da economia brasileira.

De acordo com a polícia federal brasileira, funcionários públicos eram subornados por directores de empresas para darem aval a carnes com prazos de validade já ultrapassados e adulteradas.

Entre as práticas, foi comprovado o uso de químicos para melhorar o aspecto das carnes, a falsificação de etiquetas com a data de validade ou a inclusão de alimentos não adequados para consumo na elaboração de enchidos.

 O IACM diz ainda que irá “notificar os importadores locais sobre a suspensão e alertar o sector para prestar atenção à origem dos produtos importados”  e promete acompanhar o caso junto das autoridades brasileiras.

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