China / ÁsiaTaiwan assinala 70.º aniversário de massacre Hoje Macau - 1 Mar 2017 Taiwan assinalou ontem o 70.º aniversário da sangrenta repressão de protestos contra o governo, numa altura de renovada tensão entre Pequim e Taipé. [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s protestos, que começaram a 28 de Fevereiro de 1947, foram dirigidos contra a administração corrupta do Partido Nacionalista da China, de Chiang Kai-shek. Tropas governamentais abriram fogo sobre manifestantes que protestavam pacificamente contra a morte de civis em confrontos com a polícia na sequência do espancamento de uma vendedora de cigarros. Entre 18.000 e 28.000 pessoas terão morrido no incidente, ocorrido entre a derrota dos japoneses que ocuparam Taiwan até 1945 e a retirada para a ilha das forças nacionalistas, de Chiang kai-shek, que na altura controlavam ainda a China. A China considera a revolta popular parte da luta global que levou à vitória comunista em 1949, enquanto muitos taiwaneses a vê como uma reacção contra as tentativas da China para governar a ilha sem o consentimento da sua população nativa. Suprimidos sob o governo nacionalista, a revolta tornou-se um ponto aglutinador para os taiwaneses que dizem que a ilha e a China são nações separadas. Achas para a fogueira As comemorações deste ano são particularmente especiais, porque o governo está a preparar uma lei que poderá rebaptizar um monumento histórico no centro da capital, Taipé, dedicado a Chiang kai-shek e remover a sua estátua do local. A administração independentista de Taiwan, liderada pela Presidente Tsai Ing-wen, também está a revelar todos os documentos governamentais secretos sobre o incidente. O Kuomintang, que Chiang dirigia quando foi derrubado pelo Partido Comunista Chinês (PCC) de Mao Tse Tung que, nesse ano, fundou a República Popular da China levando Chiang Kai-shek a refugiar-se em Taiwan, que liderou sob lei marcial até à sua morte em 1975. O então governo nacionalista pediu desculpa às vítimas do massacre em 1995, mas movimenta-se para excisar a memória de Chiang que se manteve intacta sob a administração do anterior Presidente nacionalista Ma Ying-jeou, que deixou a liderança de Taiwan no ano passado.