China / ÁsiaLíder da Birmânia visita Pequim e leva agenda preenchida Hoje Macau - 19 Ago 2016 Alíder da Birmânia, Aung San Suu Kyi, iniciou ontem uma visita oficial a Pequim, onde abordará vários assuntos com os líderes chineses, incluindo o projecto da barragem de Myitsone, suspenso pela Birmânia em 2011. Suu Kyi, que recebeu o prémio Nobel da Paz em 1991, será recebida na China com uma cerimónia de boas-vindas e com honras de chefe de Estado pelo primeiro-ministro Li Keqiang. Durante o dia de hoje Suu Kyi irá reunir-se com o Presidente chinês, Xi Jinping e leva na agenda a possibilidade de a China participar na reconstrução da barragem Myitsone, um projecto que foi travado e que desagradou a Pequim. Apesar de liderar a Birmânia, Suu Kyi é oficialmente ministra dos Negócios Estrangeiros e Conselheira de Estado, estando impossibilitada de assumir o cargo de presidente, por estar casada com um estrangeiro. A primeira vez Esta viagem acontece uma semana antes de a Birmânia celebrar a Conferência de Panglong, que promove a paz entre o Governo e as guerrilhas constituídas por minorias étnicas e é também a primeira visita à China desde assumiu o cargo . O apoio da China é visto como crucial para pôr fim a décadas de conflitos étnicos no país, algo em que Pequim está interessado, visto que em ocasiões passadas os confrontos com o exército da Birmânia ocorreram em zonas próximas à sua fronteira. Esta visita ocorre um mês antes de Suu viajar até aos Estados Unidos da América, o que é interpretado pela China como um sinal de boas relações bilaterais. Pequim foi o único apoio internacional da Junta Militar que governou a Birmânia (desde o final dos anos 1960 até 2011) e que manteve Suu 15 anos na prisão. Ainda assim, continuam a existir diferendos entre os dois países vizinhos. O fundamental diz respeito ao adiamento da construção da barragem de Myitsone, financiada pela China, numa decisão que contou com a influência de Suu Kyi. A aprovação, no passado fim de semana, por parte da Birmânia, de um comité para rever a situação do projecto despertou as esperanças da China de que este seja reactivado, segundo publicaram alguns jornais oficiais chineses.