Alexis Tam não dá assunto do Complexo da Taipa por encerrado

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] construção de habitação social no lugar onde está o edifício do Complexo Desportivo da Taipa ainda não está decidida. Foi o que garantiu Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, à margem da apresentação do “Encontro de Mestres de Wushu”, ontem.
“O assunto não está encerrado”, disse o Secretário, explicando que “os serviços competentes estão a analisar o projecto.”
Apesar de reafirmar que não à cabe à sua secretaria a construção de habitações sociais, cuja “responsabilidade é do Secretário das Obras Públicas”, o dirigente admitiu que também o Gabinete de Raimundo do Rosário está ciente do que se passa. “Falei com o Secretário Raimundo do Rosário e eles estão a par das preocupações.”
A explicação surge na sequência do anúncio de demolição do edifício parte do Complexo Olímpico da Taipa, que gerou controvérsia entre os membros do Conselho do Planeamento Urbanístico. Questionado sobre a sua posição, Alexis Tam disse não querer tomar uma posição clara, mesmo quando questionado se, como responsável do desporto de Macau, concordava com a substituição. Alexis Tam, num tom conciliatório, disse apenas “não se preocupem”, frisando ainda: “como não sou um profissional nesta área peço que se dirijam ao senhor Secretário para as Obras Públicas”. Não deixou, contudo, de dizer que a sua posição é que “temos de analisar bem o projecto.”

Opiniões são livres

Em relação à carta aberta do arquitecto Mário Duque publicada ontem neste jornal, onde este condenava a retirada do convite ao arquitecto Siza Vieira para a remodelação do Hotel Estoril, o Secretário começou por dizer que ainda não tinha conhecimento, mas foi adiantando que “as decisões nunca satisfazem todos”. Recorde-se que o convite ao arquitecto Siza Vieira foi formulado e depois retirado pois, disse na altura Alexis Tam, “hoje em dia, a situação é diferente porque muitos arquitectos querem concorrer. No fim, é uma questão política”.
Pois é precisamente contra esta questão que Mário Duque se insurge alegando “a decisão da Assembleia Geral da União Internacional dos Arquitectos (UIA) de 1996, Barcelona, reiterada em Pequim, em 1999, em matéria de standards profissionais, entre outros, que: os arquitectos não devem tentar tomar o lugar de outro arquitecto numa tarefa profissional.”
Em relação a isto Alexis Tam disse apenas que “estamos numa cidade democrática pelo que as pessoas podem falar e criticar e cada um tem a sua opinião. Mas, para mim, o que interessa é se a maior parte das pessoas concordam ou não. Porque não é para nós, é para a sociedade”.

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