Teresa Costa Gomes inicia aulas de Meditação na Casa de Portugal

Desmistificar o processo da meditação e partilhar o seu conhecimento são os grandes objectivos de Teresa Costa Gomes, que inicia hoje uma série de workshops. Com música, sem música, com luz ou sem ela, das correntes mais estritas como a Vipassana à simplicidade da Brama Kumaris, Teresa Costa Gomes reúne mais de duas décadas de conhecimento

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]udo começou há mais de 20 anos, era Teresa ainda adolescente. “Sabe”, diz-nos, “os teenagers são sempre todos meio loucos e eu não era excepção, daí que a minha mãe um dia me propusesse uns momentos de silêncio, de calma”. Foram assim os primeiros passos na meditação, uma actividade à qual dedica três horas diárias e que a levou ao contacto com diversos mestres, de diversas escolas e um pouco por todo o mundo.
A portuguesa vai agora ensinar quem estiver interessado nesta arte, a partir de hoje, na Casa de Portugal e depois de passar do Brasil a Macau, com visita pelas Seychelles, onde Teresa confessa que teve uma das experiências mais marcantes do seu percurso.
“Foi uma semana intensa com um mestre que me deu muita ‘cacetada’ e que me ajudou a confirmar a ideia de que não somos nada e que nada nos pertence”, confessa.
Em Macau, destaca Patrícia Nolasco, com quem também aprendeu muito e que considera “uma pessoa de uma generosidade e bondade imensas”, mas também Graça Guise, “mais do lado do yoga”, explica, tal como Rada. uma professora indiana que viveu em Macau há alguns anos e que terminava as suas aulas de yoga com sessões de meditação.
“Aprendi tanto que o que vou fazer agora é como uma síntese de tudo o que fui ouvindo, lendo e experimentando” diz-nos ainda Teresa Costa Gomes.

O melhor método é o que funciona

“Algumas pessoas dizem-me: tens de pôr música, tens de recitar os mantras, temos de nos sentar no chão…”, conta Teresa. Mas, para quem percorreu um caminho tão longo e reconhece ainda ter muito para aprender, pode ser tudo muito mais simples do que isso. “A meditação não é nada complicada. Não é preciso ter roupa especial, ou assumir poses peculiares, ou o que quer que seja”, diz, considerando que diferentes escolas implicam diferentes métodos. Umas são mais rígidas e complexas, outras mais simples, mas o que espera sinceramente é que através da sua síntese os alunos fiquem munidos de ferramentas básicas para que cada um escolha o método mais apropriado para si. “Eu dou as bases e depois cada um descobre o que o faz sentir melhor”, diz.
No fundo, Teresa Costa Gomes espera que cada um fique habilitado a andar pelo seu próprio pé. Por isso mesmo, vão acontecer muitas coisas diferentes nas aulas sendo que, acima de tudo, pretende-se criar um momento de calma para “as pessoas poderem encontrar-se a si próprias, descobrir os seus centros de energia e os possam alinhar”, diz Teresa, reforçando que não utilizou o termo “chakras” propositadamente para não se colar a uma escola em particular. “Ajudar as pessoas a encontrarem paz e felicidade, a conseguirem esvaziar as cabeças deste mundo louco em que vivemos é ao que me proponho”, explica. teresa C Gomes

Uma prática diária

“Qualquer pessoa pode fazer meditação”, garante Teresa, “basta querer tentar”, adianta, explicando que para si é um hábito diário desde há muito.
Um iniciado não pode meditar durante tanto tempo pois tudo se começa aos poucos. “Primeiro 15, depois 20 minutos, meia hora e vai-se aumentando. É um processo natural”, aclara.
Uma coisa é certa: para Teresa, a meditação mudou a sua vida e faz parte integrante do seu dia-a-dia. Meditou através da luz, do som, de várias formas e considera ter sido sempre muito honesta no processo ao longo dos anos. Passou a ser vegetariana mas não considera que isso seja uma condição essencial. Explica-nos que existem escolas vegan mas, para si, cada um pode ser aquilo que quiser e comer o que lhe apetecer. “Cada caso é um caso”, explica.

Processo regenerador

“Gosto que as pessoas vão para uma aula minha a pensar que é uma utopia, que a paz interior e a felicidade não podem ser atingidas por esta via”, diz Teresa Costa Gomes, para quem a prática de meditação é um processo regenerador. Segundo a antiga Relações Públicas dos Serviços de Turismo, as pessoas que fazem meditação consigo, estão bem, leves e têm um sentido de equilíbrio na vida. “Eu noto isso”, garante, “as pessoas notam isso. São momentos de calma que geramos e isso é muito bom”.
Os workshops começam hoje na Casa de Portugal existindo duas classes disponíveis: terças e quintas das 11h00 às 12h00 e segundas e quintas das 19h 00 às 20h00. A sessão matinal custa 1080 patacas por pessoa e a nocturna 1050 patacas. Os cursos são avalizados pela Direcção dos Serviços de Educação pelo que o subsídio de formação atribuído a residentes pode ser aplicado. As classes serão ministradas em Inglês e Português.

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