Media | Meios não chineses agitam Governo, diz académico

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]ao Zhidong, director do Centro de Pesquisa sobre a China Contemporânea da Universidade de Macau (UM), acredita que os meios de comunicação em Língua Portuguesa ou Inglesa podem não ser lidos pela maioria da população, mas exercem influência junto do Executivo local.
“Os media não chineses têm alguma influência junto do público chinês, ainda que a maioria não compreenda o Português ou Inglês. Há sempre notícias a serem lidas pela tradução. Além disso, o Governo tem acesso à informação publicada e transmitida nos meios não chineses e aí existe influência e isso é importante”, disse ao HM Hao Zhidong.
O académico organizou um seminário intitulado “O estatuto dos Mass Media em Macau”, realizado na UM que contou com a participação de nomes como o de Agnes Lam, docente da instituição, e José Carlos Matias, membro da direcção da Associação de Imprensa em Português e Inglês.
Outra das conclusões do debate apontadas por Hao Zhidong é a existência de uma maior crítica pelos média não chineses. “Há mais meios de comunicação não chineses agora do que antes da transferência de soberania. Há mais jornais em Português e Inglês e essa é uma conclusão interessante. E estes meios tendem a ser mais críticos em relação a questões sociais face aos média chineses. Penso que isso acontece porque esses jornais são liderados por não chineses, então haverá mais espaço para fazer coisas diferentes, poderão ter uma mente mais aberta ou menos a noção de auto-censura. Essas podem ser as razões para serem mais críticos das questões sociais”, frisou.
Quanto à questão da censura, Hao Zhidong garante que não é claro se é algo imposto ou se vem de dentro das próprias direcções dos média chineses. “O jornal Ou Mun é o mais importante e que directamente influencia as políticas do continente e o Governo Central e isso é interessante”, rematou.

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