China / ÁsiaHong Kong | CY Leung promete banir comércio de marfim Hoje Macau - 15 Jan 2016 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] chefe do Executivo de Hong Kong comprometeu-se a iniciar o processo legislativo para banir a importação e exportação de troféus de elefante, e a avançar, em breve, para legislação que proíba totalmente a sua comercialização. “Hong Kong está a ser visto pela comunidade internacional como um centro de comércio ilegal de marfim. Isto denegriu a reputação da cidade”, disse Leung Chun-ying na quarta-feira, durante a apresentação das suas Linhas de Acção Governativa para2016, citado ontem pelo jornal South China Morning Post. “[O Governo] vai dar início ao processo legislativo assim que possível, de modo a banir a importação e exportação de troféus de caça de elefantes, e vai activamente explorar outras medidas apropriadas, como avançar com legislação para banir a importação e exportação de marfim e eliminar gradualmente o comércio local de marfim, e impor sanções mais pesadas ao tráfico e comércio ilegal de espécies ameaçadas”, afirmou CY Leung. Uma proibição global do comércio de marfim, abrangendo Hong Kong, foi implementada em 1989, sendo autorizada a comercialização de uma quantidade muito reduzida de presas. No entanto, muitas organizações têm alertado que estas presas pré-1989 foram usadas para esconder o contrabando de marfim nos últimos anos, lembra o jornal. Bons conselhos O anúncio do chefe do Executivo de Hong Kong surgiu um mês depois de os deputados da região chinesa com administração especial terem aprovado uma moção, não vinculativa, que instava o Governo a avançar com leis contra o tráfico de presas de elefante e de outras espécies ameaçadas. “A história mostrou-nos que a venda legal de marfim apenas serve para ajudar a esconder o comércio ilegal, que alimenta a caça desenfreada a que assistimos em África. Hong Kong sempre foi o epicentro desse comércio”, disse o director executivo do grupo WildAid, Peter Knights. Apesar dos aplausos dos grupos de conservação, o anúncio de CY Leung foi classificado como “ridículo” pelos joalheiros e esculpidores que continuam a vender produtos de marfim. Um dos entrevistados pelo diário acusou mesmo o Governo de querer levar o seu negócio “à extinção”. “Há 20 anos que o nosso negócio é afectado. Já nem trabalhamos assim tanto com marfim”, queixou-se Daniel Chan, considerando a medida “ridícula”. O comerciante afirmou que se o Governo realmente avançar com a proibição, terá de compensar as lojas, os esculpidores e os comerciantes. Segundo Chan, a sua empresa ainda tem reservas de marfim compradas há mais de 20 anos. “Falam sobre a caça aos elefantes, mas quantos é que nós matámos? Nos é que nos estamos a extinguir (…) Não há novas pessoas a juntarem-se à indústria e as antigas estão a reformar-se”, apontou.