Xi Jinping e José Eduardo dos Santos reúnem em Joanesburgo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo angolano, José Eduardo dos Santos, reuniram-se ontem na África do Sul, à margem da segunda cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que arranca esta sexta-feira em Joanesburgo.
De acordo com informação do ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chikoti, além da cooperação bilateral, sobretudo ao nível do desenvolvimento económico, a reunião servirá para os dois estadistas analisarem assuntos das relações internacionais.
“Penso que os dois presidentes vão tratar também questões relacionadas com o Conselho de Segurança [da ONU], com a paz e a estabilidade na região da África central e provavelmente alguns aspectos bilaterais, entre Angola e a China”, disse ontem Georges Chikoti.
A segunda cimeira do FOCAC realiza-se esta sexta-feira e no sábado em Joanesburgo, com Angola a prever o reforço dos mecanismos de cooperação bilateral.

Moeda de troca

Na apresentação desta cimeira, na segunda-feira, o embaixador chinês em Luanda, Cui Aimin, revelou que decorrem reuniões entre grupos técnicos dos dois países que visam alcançar acordos monetários (troca de moeda), de investimentos recíprocos e de facilitação de vistos entre Angola e a China.
“Temos boas perspectivas para o futuro da nossa cooperação”, sublinhou o embaixador Cui Aimin, relativizando o arrefecimento económico actual em Angola, fruto da crise do petróleo.
A representação angolana será liderada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, que voltará a reunir-se com o homólogo chinês, depois da sua visita a Pequim em Junho último, em que foi garantido um novo empréstimo da China a Angola, de seis mil milhões de dólares.
A Lusa noticiou a 12 de Outubro passado que os bancos centrais de Angola e da China estão a acertar os pormenores de um acordo que vai permitir o uso das moedas nacionais de ambos os países nas trocas comerciais bilaterais.
O governador do Banco Nacional de Angola, José Pedro de Morais, disse que esse acordo vai trazer “muitas vantagens”, tendo em conta a falta de divisas que o país enfrenta para garantir as necessidades de importação.
“A moeda chinesa hoje é uma moeda vastamente utilizada nas trocas comerciais internacionais e vamos ter muitas vantagens quando este acordo puder ser utilizado”, referiu José Pedro de Morais.
O acordo vai permitir que os agentes económicos de ambos os países possam usar a moeda chinesa em Angola e a angolana na China, facilitando as trocas comerciais.
“Hoje em dia, há um apoio muito grande das instituições financeiras internacionais a este tipo de acordos, porque ele permite garantir que o comércio externo se continue a fazer sem recurso a uma terceira moeda, que neste caso seria o dólar”, frisou o governante angolano.

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