PolíticaGalgos | Chui Sai On fala em “injustiça” para a empresa Joana Freitas - 18 Set 2015 “[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] corrida de galgos tem a sua história” e as apostas “sempre foram a indústria principal de Macau”. São estas as justificações de Chui Sai On, Chefe do Executivo, para se mostrar reticente face ao encerramento das instalações do Canídromo. A ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais diz ao HM que as declarações do líder do Governo não fazem sentido. “As corridas de galgos têm a sua história e é uma componente também importante para a diversificação do sector, portanto não é de um dia para o outro que vamos suspender as corridas de galgos, isso também não é justo”, disse Chui Sai On, citado pela Rádio Macau, acrescentando que o Governo “vai avaliar o assunto”. Para a ANIMA, estas não são justificações plausíveis. “Não é de um dia para o outro, é 50 anos depois”, começa por apontar Albano Martins, presidente da ANIMA, que tem vindo a expor as condições precárias de que são alvo os galgos do Canídromo. “Além disso, não é de um dia para o outro, porque a ANIMA alertou o Governo [sobre o caso] desde 2012. É três anos depois. Isso não é justificação e se Chui Sai On disse isso, lamentamos.” A ANIMA – que não é a única contra a continuidade das corridas de cães – diz que esta pode ser uma forma do Chefe do Executivo preparar a comunidade para nova extensão do contrato. Mas diz-se, ainda assim, confiante que o sofrimento dos galgos vá chegar ao fim este ano, quando o contrato terminar. “É politicamente incorrecto manter aquelas instalações, até fora da comunidade e é uma falta de respeito pela comunidade e estar claramente a apoiar um lobby à revelia da comunidade. É lastimável para o bem estar animal”, diz Albano Martins ao HM. É preciso ter calma Chui Sai On voltou a frisar que uma instituição de ensino superior vai estudar o assunto e pediu para a sociedade “ter calma”. “Vamos aguardar os resultados para ver a situação e ver quais são as opiniões da população.” Para Albano Martins, nem sequer há, da parte da empresa, legitimidade para pedir a renovação de um contrato que dura há 50 anos. “O Governo parece refém dos contratos de concessão. O contrato tem 50 anos, qual é a obrigação de continuar?”, atira. A Yat Yuen, companhia das corridas que pertence ao império da Sociedade de Jogos de Macau, tem vindo a perder dinheiro ano após ano. A morte de galgos no local, alguns ainda jovens como frisa a ANIMA, levou a diversas petições contra a continuação do Canídromo tanto da sociedade, como das associações de protecção animal locais e de fora. Uma vigília à luz das velas vai acontecer no dia 30 deste mês pelos direitos dos animais, em frente à sede do Governo.