Hong Kong recusa visto a músico e deputado pró-independência de Taiwan

[dropcap]H[/dropcap] ong Kong recusou o visto de trabalho a um músico e deputado pró-independência de Taiwan, convidado a actuar num festival de música no território, alegando falta de “competências e conhecimento” para trabalhar na região.
De acordo com o jornal South China Morning Post, Freddy Lim Tshiong-tso devia ter actuado com a sua banda de ‘heavy metal’ no festival “On the Pulse of Music”, no domingo, mas as autoridades de imigração rejeitaram o visto do também deputado a favor da independência da ilha.
“De acordo com a política existente, uma pessoa que pretenda candidatar-se a um emprego [em Hong Kong] deve, entre outras coisas, possuir uma competência, conhecimentos ou experiência especiais de valor” para a região, justificaram as autoridades, segundo uma carta divulgada na rede social Facebook.
O cantor e activista brincou na resposta, afirmando que os estrangeiros devem praticar invisibilidade e outros “super poderes” antes de solicitarem um visto de trabalho para Hong Kong.
Em Outubro, a região administrativa especial chinesa foi alvo de críticas internacionais por ter recusado renovar o visto de trabalho de um jornalista do Financial Times, mas defendeu-se categoricamente.
“Nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir nas decisões tomadas pelo Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong sobre questões de vistos”, afirmaram as autoridades, citadas pela agência de notícias estatal Xinhua.

27 Dez 2018

Visto | Estudante alemão expulso por fazer trabalho sobre direitos humanos

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas suspenderam o visto de um estudante alemão, após este escrever uma reportagem sobre direitos humanos, num projecto escolar, parte de um mestrado em jornalismo e comunicação numa das mais prestigiadas universidades da China.
David Missal, 24 anos, aterrou no domingo na cidade alemã de Duesseldorf, depois de as autoridades de imigração lhe terem comunicado que o seu visto de estudante foi anulado e que tinha uma semana para sair da China. Missal considera que a decisão se deve a um trabalho sobre a campanha repressiva contra advogados dos direitos humanos, lançada por Pequim, em 2015.
O estudante já tinha sido avisado duas vezes por um responsável da universidade Tsinghua, onde frequentava o mestrado, para que não reportasse tópicos politicamente sensíveis, mas ele continuou, porque queria “aprender mais sobre a sociedade e política chinesas”. “De certa forma, nos últimos dois meses aprendi muito sobre a sociedade e política chinesas”, afirmou sobre o seu caso, citado pela agência Associated Press.
Localizada no norte de Pequim, a Tsinghua é considerada uma das mais prestigiadas universidades da China, e foi frequentada pelo actual Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu antecessor, Hu Jintao.
A campanha repressiva contra advogados e activistas pelos direitos humanos, reportada por Missal, foi lançada a 9 de Julho de 2015, e resultou na detenção de 300 pessoas por todo o país. Vários dos detidos foram punidos com pena de prisão por subversão do poder do Estado, enquanto outros continuam à espera de serem julgados. Missal garante que o trabalho foi apenas publicado no seu blogue e página no Youtube, onde recebeu menos de cem visualizações. O gabinete de propaganda da Tsinghua recusou comentar de imediato, afirmando que estava a averiguar o caso.

14 Ago 2018