China/África | União Africana anuncia escritório em Pequim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]União Africana (UA) revelou ontem que vai abrir um escritório de representação em Pequim, durante o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que traz à capital chinesa dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos. A inauguração das instalações contará com a presença de Moussa Faki, presidente da Comissão da UA, o cargo executivo mais importante da organização. Faki discursou durante a cerimónia de abertura, em Pequim. O Governo chinês e a UA deverão assinar um memorando de entendimento visando “reforçar a sinergia” entre o projecto internacional de infra-estruturas chinês, a “Nova Rota da Seda”, e a agenda 2063, da organização, segundo o comunicado da UA. Durante a sua estadia em Pequim, Faki “vai reunir com as autoridades chinesas para discutir a melhor forma de avançar com a parceria entre a União Africana e a República Popular da China, no contexto dos resultados do FOCAC”, refere o comunicado da organização.

4 Set 2018

Espionagem da China na União Africana? “Absurdo”, diz embaixador da China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] embaixador da China na União Africana (UA) classificou de absurda a conclusão de uma investigação do jornal francês Le Monde que indica que Pequim espiou, pelo menos entre 2012 e 2017, a sede daquela organização, em Adis Abeba.

“Eu acho esta uma história sensacional, mas também completamente falsa e sem sentido”, afirmou Kuang Weilin, citado pela agência France-Presse, à margem da cimeira da organização. Segundo o embaixador, o artigo em questão, publicado na sexta-feira pelo Le Monde, “prejudicará a imagem do jornal”, mas não a relação entre China e África.

Citando várias fontes internas na UA, o Le Monde assegurou que os informáticos da organização constataram há cerca de um ano que o conteúdo dos servidores da Internet da UA foi transferido para outros servidores na cidade chinesa de Xangai. As mesmas fontes dizem que essas transferências ocorreram desde 2012, após concluída a construção do novo edifício da UA, que foi oferecido pela China. Os servidores da UA foram alterados em 2017, quando essa falha no sistema foi descoberta.

O Le Monde acrescenta que, após ter sido exposta a transferência dos dados para a China, especialistas da Etiópia em segurança descobriram microfones escondidos nas mesas e paredes das salas da sede. O primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, negou, entretanto, as informações avançadas pelo Le Monde, insistindo na importância das relações com a China. “Não há nada para espiar, não acredito”, afirmou.

30 Jan 2018