João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | Bens de Alvin Chau em venda judicial Segundo os portais da RAEM, os direitos à venda dos bens avaliados em quase 600 milhões de patacas incidem sobre espaços comerciais e lugares de estacionamento no edifício César Fortune, situado na Taipa, junto às instalações da Hovione Macau Os direitos sobre vários imóveis ligados ao empresário Alvin Chau, proprietário da Suncity, e ao Grupo Tai Tak Lei encontram-se em venda judicial. De acordo com a informação disponibilizada nos tribunais da RAEM, os bens estão avaliados em mais de 592 milhões de patacas. A dívida relaciona-se com um exequente identificado como U Lai Wan, mas os “direitos” em causa não são especificados nos anúncios. Os direitos de várias lojas e parques de estacionamento dizem respeito ao edifício César Fortune, situado na Taipa, junto às instalações da Hovione Macau. O direito sobre os espaços identificado como AC/V1 está a ser vendido por um preço mínimo 55,5 milhões de patacas, sendo que neste momento estão a ser aceites propostas em carta fechada. O espaço AC/V2 tem um preço mínimo de 73,7 milhões de patacas, enquanto os espaços AC/V3, AC/V4 e AC/V5 têm como preço mínimo 176,6 milhões, 124,0 milhões e 126,7 milhões, respectivamente. Entre 2006 e 2009, as fracções comerciais AC/V1, AC/V2 e AC/V3 estiveram arrendadas ao Governo da RAEM, para utilização do Instituto Politécnico de Macau (IPM). Foi neste local que funcionou o extinto Centro de Formação Técnica nas Áreas do Turismo e do Jogo de Macau. Segundo o Boletim Oficial, pela utilização do espaço foram pagos cerca de 54,2 milhões e patacas. Além disso, no âmbito da mesma venda judicial encontram-se ainda em venda 30 partes do parque de estacionamento do mesmo edifício, cada uma com um preço mínimo de venda de cerca de 1,2 milhões de patacas. Mais dívidas Também ontem, foi tornado público que o Banco Industrial e Comercial da China (Macau) pretende penhorar uma fracção habitacional de Alvin Chau, no prédio do Aterra da Concórdia, na Estrada de Seac Pai Vai. O montante da dívida do empresário ao banco não foi revelado. O empresário e ex-CEO da empresa Suncity está actualmente em Coloane, depois de ter sido condenado a uma pena de 18 anos de prisão pela prática dos crimes de exploração ilícita de jogo, sociedade secreta, participação em associação criminosa e chefia de associação criminosa. A decisão da primeira instância foi alvo de recurso, mas ainda não foi tomada uma decisão. Recentemente, o empresário escreveu uma carta, que foi tornada pública através das redes sociais, a prometer que iria fazer todos os esforços para pagar as dívidas aos ex-trabalhadores. Além disso, Alvin Chau afirmou ainda estar feliz e a adoptar um estilo de vida mais saudável.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAlvin Chau recorre de sentença de condenação a 18 anos Após um dos mais polémicos julgamentos do território desde a transição, que motivou queixas da Associação de Advogados de Macau e até de um deputado, o caso segue para o Tribunal de Segunda Instância O empresário Alvin Chau recorreu da condenação a 18 anos de prisão, de acordo com a informação publicada ontem pela TDM-Canal Macau. O prazo para apresentação do recurso de um dos processos mais mediáticos dos últimos anos na RAEM tinha terminado na terça-feira. Na decisão da primeira instância, Alvin Chau foi condenado a 18 anos de prisão pela prática de um crime de associação ou sociedade secreta, 103 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, 54 crimes de burla de valor consideravelmente elevado, 3 crimes de burla na forma tentada e ainda um crime de exploração ilícita de jogo. A defesa do principal junket do território vai agora tentar reverter a condenação ou, pelo menos, diminuir os anos de encarceramento que o empresário enfrenta. Também Ali Celestino, assistente de Tecnologia de Informação da Suncity, foi condenado com uma pena de 15 anos de prisão e apresentou recurso, segundo a emissora. Na primeira instância, o trabalhador da Suncity foi condenado por um crime de associação secreta, 103 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, 54 crimes de burla de valor consideravelmente elevado, 3 crimes de burla na forma tentada e crime de exploração ilícita de jogo. Ellute Cheung e Si Tou Chi Hou, ambos condenados com penas de 10 anos de prisão, terão igualmente apresentado recurso. A ferro e fogo A detenção de Alvin Chau causou uma onda de choque na principal indústria do território, com um grande impacto para as receitas do jogo. Além disso, foi um dos factores a contribuir, numa altura de crise, para o aumento do desemprego local, com a desintegração da empresa, uma das principais empregadoras locais. No entanto, a polémica não se ficou apenas pela acusação. No Tribunal Judicial de Base, a condução dos trabalhos pela juíza Lou Ieng Ha assumiu contornos pouco usuais e nem sempre pacíficos. Além do tratamento que dirigiu aos advogados de defesa, e que gerou muita polémica, com interrupções, ameaças e aconselhamento para que desistissem do caso, também a falta de espaço no tribunal foi alvo de contestação. A Associação dos Advogados de Macau, então dirigida por Jorge Neto Valente, chegou a enviar uma carta para o Conselho dos Magistrados Judiciais a queixar-se sobre a falta de condições na sala de audiência. Também o deputado Leong Hong Sai, ligado aos Moradores de Macau, tomou uma posição sobre a polémica e apelou aos tribunais para que criassem condições que permitissem aos advogados defender os arguidos, de forma a que se pudesse fazer justiça.
João Santos Filipe Desporto Grande Prémio de MacauSuncity dominou Corrida da Taça de Macau de Carros de Turismo [dropcap]S[/dropcap]unny Wong (Subaruz Impreza) e Paul Poon (Peugeot RCZ) dominaram as classes para carros com mais de 1950cc e 1600T da Corrida da Taça de Macau de Carros de Turismo. Contudo, a prova ficou marcada pelo acidente de Lei Kit Meng (Nissa GTR) que deixou a pista cheia de óleo e que fez com que a corrida fosse suspensa durante mais de 20 minutos. No final, os pilotos acabaram por fazer pouco mais do que duas voltas em ritmo de corrida e nas restantes cinco, o safety car liderou o pelotão. O mote para a prova foi dado ainda antes do início, quando Wong Wan Long atirou o Mitsubishi EVO 10 contra as barreiras, na Curva do Lisboa, quando ainda conduzia para a grelha de partida. Com menos um carro em pista, Sunny Wong arrancou mais rápido do que o japonês Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR) e segurou a primeira posição. Wong foi ajudado pelo facto do Subaru ser muito mais rápido nas rectas. Na categoria 1600T, Paul Poon superiorizou-se à concorrência e ainda segurou o terceiro lugar à geral. O grande protagonista da prova, pelas piores razões, foi Lei Kit Meng, promotor de jogo e piloto local, que bateu na primeira curva do circuito na segunda volta. Com o carro visivelmente danificado, Lei optou por permanecer em pista, deixando óleo em várias zonas do circuito. Nem as bandeiras pretas, que indicam a desclassificação por conduta pouco desportivo, fizeram com que parasse. Devido ao óleo, a pista teve de ser limpa e a sessão esteve suspensa durante mais de 15 minutos, após duas voltas em que o Safety Car já estava na pista. Assim, e apesar de estarem previstas 12 voltas ao circuito da Guia, apenas foram feitas três em ritmo de corrida. Na única volta corrida, após a suspensão da prova, Sunny Wong não teve problemas em defender-se de Kinoshita e segurou a vitória, com Poon atrás do japonês a fechar o pódio. Na classe para carros com um cilindrada superior a 1950cc, Wong e Kinoshita foram primeiro e segundo, com o lugar mais baixo do pódio a ser ocupado por Samson Fung (Audi TTRS). Na classe 1600T, Paul Poon foi primeiro, seguido por Alexander Fung (Peugeot RCZ), que foi 5.º à geral, e pelo piloto de Macau, Chan Weng Tong (Chevrolet Cruz), que foi 14.º à geral. Sol e críticas No final, Wong estava visivelmente satisfeito e disse esperar que no futuro haja mais dias solarengos, num trocadilho com o seu nome Sunny. “Espero que nos próximos anos volte a haver mais dias solarengos como este”, disse o vencedor, face ao contraste do céu nublado. Já Paul Poon valorizou o trabalho da equipa e mencionou o facto de estar a celebrar o 20.º título da carreira: “É um resultado especial para mim. É a minha sétima vitória na classe 1600T, num ano em que comemoro 20 anos de carreira e é muito especial”, afirmou Poon, ao HM. O piloto admitiu também alguma frustração com o facto de se terem realizado apenas três voltas em ritmo de corrida. Badaraco deixa criticas Horas depois do fim da prova, Jerónimo Badaraco mostrou a sua frustração com a organização e com o facto de se terem realizado apenas três das 12 voltas em ritmo lançado: “Ainda me pergunto, será que participei numa corrida na manhã de hoje [sábado]? Aquilo foi uma corrida? Estou muito desiludido com o controlo da corrida e os responsáveis”, escreveu na rede social Facebook. “Sinto-me mal pelo patrocinador principal do evento. Acho que a organização deve estar a sonhar…”. Badaraco terminou a prova em 23.º, depois de ter arrancado do fim do pelotão.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Casino da Suncity no Vietname reforça candidatura a sétima licença A promotora de jogo Suncity vai tornar-se numa operadora de casinos com a abertura de um empreendimento no Vietname, e o banco de investimento Union Gaming acredita que este facto reforça as hipóteses da empresa receber uma licença de jogo em Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] construção de um hotel e casino em Hoi An, no Vietname, é um trunfo para o Grupo Suncity, caso haja uma corrida para atribuição de uma sétima licença de jogo em Macau. É esta a opinião expressa no último relatório do banco de investimento Union Gaming, publicado ontem. “No que diz respeito ao concurso público para a atribuição das novas licenças em Macau, o empreendimento da Suncity em Hoi An coloca o grupo numa melhor posição (no caso de um sétima licença ser atribuída)”, é defendido. “Não só porque o grupo Suncity se vai tornar num verdadeiro operador de empreendimentos turísticos com raízes em Macau, mas porque a atribuição de uma licença à Suncity faria com que fossem enviados dólares do mercado VIP para Macau, que poderiam beneficiar a economia local”, é acrescentado. O relatório foi publicado depois de uma visita ao Vietname de Grant Govertsen, analista em Macau do banco de investimento, onde acompanhou os trabalhos de construção do hotel com casino. O empreendimento que o Grupo Suncity está a construir no Vietname, em parceria com o grupo de jóias Chow Tai Fok e o fundo de investimento VinaCapital, é composto por sete fases, que serão abertas ao longo de 20 anos. Vai ter um total de 140 mesas de jogo e 1000 slots e máquinas electrónicas de jogo. As previsões apontam para que a primeira fase comece a operar em meados do próximo ano e o investimento será de 650 milhões de dólares americanos, o equivalente a 5,23 mil milhões patacas. Ameaça a Macau Se por um lado o relatório realça que a atribuição de uma licença de jogo à Suncity em Macau pode ser benéfica, por outro é avançada a hipótese do sector VIP no território ver as suas receitas afectadas com a abertura do novo casino da empresa, que tem como figura de proa Alvin Chao. “A realidade é que a Suncity vai estar em posição de desviar um montante real do volume de apostas VIP de Macau para o Vietname a partir do próximo ano. Claro que nem todo o montante [gerado pela promotora] vai ser desviado de Macau (por exemplo, parte virá de outros mercados do Sudoeste Asiático), mas apesar disso, pode ter um impacto no jogo VIP de Macau, a começar em 2019”, é explicado. De acordo com as contas apresentadas, a quota de mercado no segmento VIP de Macau da Suncity fixa-se nos 50 por cento, o que, segundo a Union Gaming, corresponde a 20 por cento das receitas totais brutas dos casinos de Macau. Neste sentido, a promotora do jogo foi responsável por 53,2 mil milhões de patacas do total de 265,7 mil milhões gerados nos casinos de Macau, durante o ano passado. Além do casino no Vietname, a Suncity está a abrir mais salas de jogo em casinos no Camboja e Filipinas.
Joana Freitas SociedadeSuncity “não comenta” alegadas doações a Grace Poe A Suncity Group disse ao HM “não querer comentar” a alegada doação de 150 milhões de pesos filipinos a Grace Poe, candidata à presidência das Filipinas. Numa resposta dada por telefone a este jornal, uma porta-voz do grupo junket disse que o caso está a “ser tratado” e que, por isso, não havia qualquer comentário a fazer. O jornal Daily Tribune, das Filipinas, escreveu esta semana que Poe teria violado a lei alegadamente por ter recebido dinheiro da Suncity Group, grupo junket de Macau que também opera no país. Poe, que concorre nas eleições de forma independente, já veio a público negar a situação, ainda que o jornal tenha apresentado documentos – que publica junto à notícia – e que mostram que Poe terá aceite “150 milhões de pesos (cerca de 25,8 milhões de patacas) em doações com fins políticos da Suncity”, no ano passado. “Um dos vouchers, de 50 milhões de pesos, tem a assinatura de Grace Poe”, assegura ainda o Daily Tribune. A Suncity, recorde-se, está a estender a sua base de operações para as Filipinas, depois de as receitas do sector do Jogo em Macau terem começado a baixar, especialmente no segmento VIP, controlado pela empresa. Notícias da imprensa local, datadas do ano passado, davam conta da abertura de salas VIP pela Suncity nas Filipinas, algo visto como um problema para Macau, já que a empresa poderia levar os jogadores de altas apostas para o país. Grace Poe lidera a corrida às eleições agendas para Maio. Apesar de ter escusado comentário aos HM, o jornal Macau Business Daily cita outro porta-voz da empresa a assegurar que a notícia é “falsa”.