Samsung | Trabalhadores em greve geral na Coreia do Sul

Os trabalhadores da gigante tecnológica sul-coreana Samsung iniciaram ontem uma greve geral de três dias, indicou o líder de um sindicato que representa dezenas de milhares de funcionários.

“A greve começou hoje (ontem)”, afirmou à agência de notícias France-Presse (AFP) Son Woo-mok, chefe do sindicato nacional da Samsung Electronics, acrescentando que estava planeada uma grande manifestação no final do dia.

O sindicato, com cerca de 28 mil membros, mais de um quinto da força de trabalho da empresa, anunciou a greve de três dias na semana passada, dizendo que é o último recurso depois de as negociações terem falhado.

A greve segue-se a uma paralisação de um dia em Junho, a primeira acção deste tipo na empresa, sem sindicalização há décadas.

A direcção da empresa, líder mundial na produção de chips de memória, tem vindo a realizar negociações salariais com o sindicato desde Janeiro, mas as duas partes não conseguiram chegar a um acordo. “Estamos agora numa encruzilhada”, declarou o sindicato aos trabalhadores na semana passada, pedindo que apoiem uma “greve crítica”.

“Esta greve é a última carta que podemos usar”, afirmou o sindicato, acrescentando que os trabalhadores da empresa precisam de “agir de forma unida”. “Esta greve não serve apenas para melhorar as condições de trabalho, mas também para recuperar os nossos direitos, que têm sido ignorados até agora”, acrescentou.

Os trabalhadores rejeitaram uma proposta de aumento salarial de 5,1 por cento. O sindicato exige ainda melhorias no que diz respeito às férias anuais e transparência nos prémios de desempenho. A direção da Samsung foi contactada pela AFP, mas não fez comentários.

9 Jul 2024

Samsung | China assegura que vai estar sempre aberta às empresas estrangeiras

O primeiro-ministro chinês afirmou que a China estará sempre aberta às empresas estrangeiras e comprometeu-se a tomar medidas para aumentar a confiança na segunda maior economia do mundo, informou ontem a imprensa estatal. Li Qiang fez estes comentários no domingo, durante um encontro com Lee Jae-yong, presidente da Samsung Electronics, na véspera da cimeira trilateral entre a Coreia do Sul, China e Japão.

O gigante mundial da produção de semicondutores e telemóveis, que é uma das maiores empresas estrangeiras na China, investiu milhares de milhões de dólares em instalações para produzir ‘chips’ e produtos electrónicos. “As empresas estrangeiras são essenciais para o desenvolvimento da China e o mega-mercado chinês estará sempre aberto às empresas estrangeiras”, afirmou Li, durante a reunião com o director da Samsung, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

“Pequim vai adoptar medidas como a expansão do acesso ao mercado para melhorar o ambiente empresarial, de modo a que as empresas estrangeiras possam ter confiança no seu investimento e desenvolvimento na China”, acrescentou. “A China dá as boas-vindas às empresas sul-coreanas, incluindo a Samsung, para que continuem a desenvolver o seu investimento e cooperação na China”, vincou.

A Câmara de Comércio da União Europeia na China declarou recentemente que os seus membros enfrentam dificuldades no país, nomeadamente em termos de acesso ao mercado e de barreiras regulamentares. A Samsung é uma das poucas empresas capazes de produzir ‘chips’ semicondutores avançados, componentes essenciais na produção de alta tecnologia, incluindo inteligência artificial, mas que têm também aplicações militares.

28 Mai 2024

Herdeiro da Samsung escapa à prisão preventiva

[dropcap]O[/dropcap] herdeiro e vice-presidente do gigante sul-coreano Samsung, Lee Jae-yong, escapou na terça-feira à prisão preventiva, pedida pelo Ministério Público na investigação da controversa fusão de duas das filiais do grupo, anunciou o juiz.

“Não havia razões suficientes para justificar a sua detenção”, disse o magistrado Won Jung-sook, numa declaração após uma audiência de nove horas, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP). “Os procuradores parecem já ter obtido uma quantidade considerável de provas no decurso da investigação”, afirmou, acrescentando que o julgamento irá determinar se Lee praticou actos ilegais.

O herdeiro do maior conglomerado da Coreia do Sul aguardou as deliberações num centro de detenção. Saiu por volta das 02:40 de segunda-feira à noite, recusando-se a fazer qualquer declaração.

A Procuradoria de Seul anunciou na quinta-feira que tinha solicitado um mandado de detenção para Lee Jae-yong por suspeita de manipulação de preços durante a controversa fusão de duas subsidiárias da Samsung, Cheil Industries e C&T, em 2015.

O vice-presidente da Samsung Electronics, Lee Jae-yong, foi condenado em 2017 a cinco anos de prisão no âmbito do escândalo de corrupção que levou à demissão e prisão da ex-Presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye.

O empresário, de 51 anos, foi libertado um ano depois, mas está atualmente envolvido noutro processo judicial.

Lee Jae-yong é acusado de ter participado num caso de fraude em 2015, quando a Cheil Industries, uma subsidiária especializada em moda, alimentação e lazer, assumiu o controlo da Samsung C&T (BTP).

Essa fusão foi vista como um passo decisivo para garantir uma transição tranquila do grupo Samsung para a terceira geração. No entanto, foi criticado pelo facto de o valor da C&T ter sido deliberadamente subvalorizado durante a transação. O fundo nacional de pensão (NPS), um grande acionista da Samsung, havia dado luz verde a esta operação.

A Procuradoria também solicitou um mandado de prisão contra dois ex-executivos da Samsung pelo seu papel na fusão. O pedido de prisão chegou quase um mês depois das desculpas de Lee Jae-yong pelo plano que delineou para assumir o grupo empresarial.

O empresário prometeu então que “não haveria mais polémica” sobre a sua promoção e que seria o último na linha de sucessão familiar. A Samsung é de longe o maior grupo empresarial familiar sul-coreano e as suas atividades industriais representam uma parte significativa da 12.ª economia mundial. Os seus ganhos a nível mundial equivalem a um quinto do produto interno bruto (PIB) do país.

9 Jun 2020

Grupo sul-coreanos vai processar Samsung por causa do Galaxy Note 7

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de 38 pessoas que comprou o ‘smartphone’ Galaxy Note 7, que tem problemas de segurança, na Coreia do Sul vai apresentar uma queixa colectiva contra o fabricante, a Samsung Electronics.

Cada uma reclama uma compensação de 300.000 wones (243 euros) pela perda do serviço decorrente dos problemas que afectaram o novo modelo da Samsung obrigando a empresa a deixar de o fabricar e a pedir aos consumidores que parem de o usar por motivos de segurança, indicou o escritório de advocacia que representa o grupo à agência noticiosa espanhola Efe.

Na acção, que vai ser interposta junto de um tribunal de Seul no próximo dia 24, alega-se ainda que os problemas causaram ansiedade aos clientes que se viram obrigados a recorrer, por diversas vezes, ao apoio técnico para verificar os seus dispositivos ou trocá-los.

Em face da jurisprudência que existe ao nível deste tipo de acções relacionadas com produtos defeituosos na Coreia do Sul é elevada a probabilidade de a queixa ser bem-sucedida.

<h4>Outras queixas</h4>

Os meios de comunicação social norte-americanos informaram da existência de uma acção idêntica movida por um grupo de pessoas que comprou o Galaxy Note 7 contra o gigante tecnológico sul-coreano.

A Samsung anunciou na semana passada a suspensão da produção do Galaxy Note 7 e parou as vendas do modelo, lançado há apenas dois meses no mercado, em todo o mundo.

A decisão foi uma tentativa de travar uma bola de neve que não tem parado de crescer desde o alerta recente do regulador norte-americano dos consumidores para o perigo potencial.

Os clientes do Note 7 em todo o mundo vão poder reaver o dinheiro dos aparelhos ou reinvesti-lo na aquisição de quaisquer outros modelos da empresa.

A Samsung recolheu há pouco mais de um mês 2,5 milhões unidades do Note 7 em dez mercados em todo o mundo, numa reacção a queixas dos consumidores de que a bateria de íon-lítio explodia quando recarregava.

A empresa divulgou, também na semana passada, uma estimativa de perdas superiores a três mil milhões de dólares nos próximos dois trimestres devido aos problemas com o ‘smartphone’ Galaxy Note 7.

O caso golpeou de tal modo a imagem da marca do maior fabricante mundial de ‘smartphones’ que alguns analistas acreditam que o caso pode mesmo afectar a sua quota de mercado no sector da telefonia móvel.

20 Out 2016

Patentes | Nova arma para combater Apple e Samsung

Os fabricantes chineses de telefones inteligentes utilizam cada vez mais patentes como munição para atacarem as rivais Apple e Samsung. Gigantes como a Huawei, o ZTE Corp. e a Lenovo Group adquiriram patentes e fazem investimentos vultosos em pesquisa e desenvolvimento — esperam-se mais desafios jurídicos pela frente para a Apple e a Samsung, e não só na China

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Huawei, que tem a ambição de se tornar a maior fabricante de telefones inteligentes do mundo em cinco anos, processou a Samsung nos Estados Unidos em Maio, afirmando que a empresa sul-coreana violou 11 das suas patentes para telefones móveis. A Samsung informou que irá defender-se no processo, o primeiro confronto jurídico de um fabricante de telefones inteligentes chinês contra uma líder de mercado, o que vem reverter a ideia de que os fabricantes chineses estão no lado recebedor das disputas de patentes.
O ano passado, a Huawei, terceira maior fabricante de telefones inteligentes e líder mundial do mercado de equipamentos de telecomunicações, foi a empresa que mais fez registos de patentes internacionais sob o Tratado de Cooperação em matéria de Patentes, que facilita o registo para empresas em vários países, segundo a Organização Mundial da Propriedade Intelectual, sediada em Genebra. Depois da Huawei, a fabricante de chips americana Qualcomm e a chinesa ZTE foram as que mais registaram patentes.

Guerra em curso

As patentes desempenham também um papel no sector mais rígido dos aparelhos móveis da China, que a Apple e a Samsung tentam desbravar, uma vez que os reguladores locais pressionam cada vez mais as empresas estrangeiras a actuar segundo as regras do Governo. Recorde-se que a Shenzhen Baili, uma pequena “startup” chinesa, conseguiu proibir na Justiça a venda do iPhone 6 e iPhone 6 Plus em Pequim, com base apenas numa patente de design que esta diz possuir no país.
A Apple contesta a alegação, que, segundo analistas e especialistas em leis, é uma indicação do clima político tenso do país. Mas, ao mesmo tempo, as suas rivais chinesas mais poderosas, como a Huawei, estão a desenvolver grandes esforços para adquirirem direitos de patentes e enfrentar as duas gigantes do sector.
“Vamos ver muito mais empresas chinesas a registarem patentes fora da China, e mais acordos e processos envolvendo patentes e tecnologia”, prevê Benjamin Bai, sócio da consultoria Allen & Overy LLP, de Xangai, que assessora empresas chinesas sobre estratégias de propriedade intelectual internacional.
A Huawei tem vindo a aumentar o portfólio de patentes principalmente através de investimentos elevados em pesquisa e desenvolvimento. Nos últimos cinco anos, investiu quase US$ 30 mil milhões em P&D. Só no ano passado, elevou em 46% o orçamento da área de pesquisa, para US$ 9,2 mil milhões, superando os US$ 8,1 mil milhões que a Apple investiu no seu ano fiscal mais recente. A Huawei tem agora 16 centros de P&D no mundo, incluindo EUA e Europa.

Ser maior

Quando a Lenovo comprou a Motorola Mobility, em 2014, num acordo de US$ 2,91 mil milhões, a fabricante chinesa de computadores pessoais citou as patentes da Motorola como um motivo para adquirir a empresa. Mas, mesmo com as patentes da Motorola, a empresa enfrenta dificuldades no mercado global de telefones inteligentes.
No caso da Huawei, a expectativa é vê-la fortalecer-se na guerra contra as suas rivais ocidentais ao investir mais em P&D. Só uma equipa de design de antenas para telefones inteligentes regista quatro ou cinco novas patentes todos os anos, segundo um empregado.
Quando a Apple lançou o iPhone 6S e o iPhone 6S Plus, no ano passado, a equipa desmontou os telefones e testou suas antenas dentro de quartos isolados para comparar com as antenas da Huawei. “Ainda estamos atrás da Apple, mas achamos que a diferença está a diminuir”, disse o funcionário da Huawei.

The Wall Street Journal

23 Jun 2016