Hoje Macau EventosAlliance Française | Apresentado hoje documentário sobre Maria Callas É hoje que o público pode recordar uma das grandes vozes do nosso tempo, Maria Callas, e também saber mais sobre a sua vida. Isto porque a Alliance Française de Macau acolhe a exibição do documentário “Callas – Paris, 1958”, do realizador francês Tom Volf. A exibição dá-se no contexto do festival French May, em parceria com Hong Kong A Alliance Française de Macau, em colaboração com a Alliance Française de Hong Kong e com o French May Arts Fest, apresenta hoje em Macau o filme documentário “Callas – Paris, 1958”, da autoria de Tom Volf, datado de 2023. A exibição acontece a partir das 19h30 na sala 4 do Cinema do Studio City, integrando-se na secção “French May Cinema Programme” do festival French May. Segundo uma nota de imprensa da organização, “a exibição será precedida de uma apresentação por Michel Reis, melómano, autor e apresentador do programa de música clássica da Rádio Macau, ‘Scherzo’, e por Peter Gordon, que vive em Hong Kong desde 1985 e trabalha com as principais companhias de ópera de Hong Kong e Guangdong”. O filme documenta a estreia de “uma das maiores lendas da ópera, a diva por excelência, sensação mediática e rosto da ópera do século XX, a extremamente rara soprano ‘assoluto'” Maria Callas, em França. Este foi o concerto em que Maria Callas foi acompanhada pela Orchestre de l’Opéra Nationale de Paris e Choeurs, sob a direcção do maestro Georges Sébastian, “um espectáculo que se tornou uma verdadeira lenda”. Tratou-se, segundo a mesma nota, de um espectáculo que integrou uma gala da caridade a favor das obras da “Légion d’Honneur”, tendo sido transmitido em directo pela televisão francesa e pelas televisões de outros países europeus, através da Eurovisão, o que era bastante raro na época. Anunciado pela imprensa como “Le plus grand spectacle du monde” [O maior espectáculo do mundo], “o concerto foi realmente excepcional”. Encomenda de celebração O filme foi encomendado pela Fondation Callas, através do Fundo de Doações Maria Callas, criado pelo próprio Volf, para a celebração do centenário do nascimento da célebre soprano greco-americana, que se assinalou no dia 2 de Dezembro de 2023. A Fundação foi criada em Paris em 2017 pelo mundialmente conhecido maestro Georges Prêtre, que desenvolveu uma relação de trabalho muito próxima com a cantora, que dirigiu por diversas vezes. Este documentário demorou seis anos a ser concluído e dois anos a colorir. Volf foi também autor do documentário aclamado pela crítica “Maria by Callas”, lançado em 2017 em mais de 40 países, e que ganhou prémios em festivais de cinema na Europa e nos EUA. Lançou ainda três livros sobre a cantora: “Maria by Callas”, “Callas Confidential” e “Maria Callas: Memoirs & Letters”. No espectáculo escolhido para este documentário, Maria Callas surgiu “com a sua indumentária de alta costura mais elegante e jóias no valor de mais de um milhão de dólares americanos”, sendo que o repertório escolhido “mostrou Callas no seu auge, tanto em recital como como actriz”. “É de salientar que tinha cantado ‘Violetta’ numa produção de ‘La Traviata’ em Lisboa no início desse ano de 1958, no famoso Teatro Nacional de São Carlos, considerada a sua melhor Violetta das mais de 60 que interpretou”, lê-se ainda. Os comentários do famoso actor e animador Pierre Tchernia, conhecido como “Magic Tchernia”, foram complementados pelos de Pierre Dumayet, durante os intervalos, tanto nos bastidores durante as mudanças de cenário como na plateia, que conduziu inúmeras entrevistas com figuras como Jean Cocteau, Patachou, Brigitte Bardot, Gilbert Bécaud, Zizi Jeanmaire e Roland Petit, além de de Begum Aga Khan, um programa dirigido por Roger Benarmou intitulado “La grande nuit de l’opéra” [A grande noite da ópera] , sob a tutela do Institut national de l’audiovisuel (INA). As filmagens originais do concerto foram restauradas para os modernos ecrãs de grandes dimensões pelo produtor e especialista em colorização e restauro de filmes e imagens de arquivo, Samuel François-Steininger, a partir de bobinas originais de 16 milímetros, que, juntamente com as fitas matriz, foram recentemente descobertas no próprio arquivo de gravações de Callas em Atenas. O documentário exibido sexta-feira foi produzido em francês com legendas em inglês e “mostra a icónica cantora de ópera no auge da sua fama, preservando a sua voz em todas as suas cores e amplitude para a posteridade”. “Na actuação, os elementos visuais são tão importantes como as dimensões vocais na sua arte. Apresentado a cores, resolução 4K e som surround Dolby Atmos, o trabalho meticuloso de Tom Volf proporcionou ao público uma imersão moderna nesta actuação histórica”, lê-se na mesma nota.