Hoje Macau SociedadeJunket de Macau que fugiu com dinheiro está no Vietname [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m antigo junket de Macau, desaparecido desde 2014, depois de alegadamente ter desviado fundos dos investidores, foi encontrado no Camboja, revelou a World Gaming Magazine (WGM). De acordo com a revista especializada, a informação foi avançada pela Macau Gaming Information Association (MGIA), que indicou que o antigo angariador de grandes apostadores para os casinos foi levado para Ha Long Bay, no Vietname, onde se encontra sob ‘custódia’ de representantes dos credores. Huang Shan é suspeito de ter protagonizado um dos golpes mais mediáticos que minou a confiança nos junkets ao ter alegadamente fugido com um valor estimado na altura em até dez mil milhões de dólares de Hong Kong. O caso ocorreu em Abril de 2014, nas vésperas da primeira queda das receitas dos casinos de Macau. Accionista do grupo Kimren – que operava na altura salas VIP nos casinos Grand Lisboa, StarWorld, Altira e MGM – é suspeito de ter enganado os investidores oferecendo-lhes retornos mais elevados comparativamente a outros junkets. Peças fundamentais nos casinos, dada a tradicional elevada dependência do segmento VIP, os junkets têm atravessado um período conturbado provocado por diversos factores, desde o golpe de confiança infligido por uma série de desfalques às crescentes restrições de movimentos de capital da China, passando pelo abrandamento económico chinês e a campanha anti-corrupção lançada por Pequim. Embora sem o fluxo de outrora, o segmento VIP ainda gera mais de metade das receitas dos casinos de Macau, capital mundial do jogo e o único lugar na China onde os casinos são legais. As receitas do jogo, pilar da economia de Macau, estiveram em queda durante mais de dois anos, de Junho de 2014 a Agosto deste ano.
Joana Freitas Manchete SociedadeWynn | Desvio de dinheiro de sala VIP apresentado às autoridades Uma sala VIP da Wynn controlada pela Dore viu serem desviados cerca de dois mil milhões de dólares de Hong Kong por uma contabilista da empresa. Os lesados já se manifestaram em frente à operadora, Lionel Leong já pediu uma investigação à DICJ e a Dore apresentou queixa à polícia [dropcap style=’circle’]L[/dropcap]ionel Leong afirmou já ter pedido à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos uma investigação sobre o caso do promotor de jogo que desviou milhões de dólares do casino da Wynn. Também a empresa promotora, a Dore Entertainment, já veio a público dizer que apresentou queixa à polícia sobre a funcionária que terá desviado o dinheiro. O caso veio à luz do dia na semana passada, quando mais de 30 pessoas se queixaram junta da Wynn por não conseguirem aceder ao seu dinheiro “depositado” numa sala VIP controlada pela Dore dentro do casino. Estas pessoas afirmaram haver pelo menos 60 vítimas com depósitos que ascendem pelo menos a 700 milhões de dólares de Hong Kong. Contudo, um relatório da Daiwa Capital Markets, que trabalha para a Dore, foi tornado público na semana passada, anunciando que a empresa promotora de jogo poderá ter perdido até dois mil milhões de dólares de Hong Kong. O montante certo, diz ainda a empresa, é difícil de contabilizar. Fraude severa Entretanto, numa declaração emitida pela Dore, a empresa – sociedade unipessoal – confirmou que a contabilista chefe da empresa, de nome Chao Ioc Mei, “terá utilizado a sua função e autoridade para prejudicar gravemente o interesse e dignidade da empresa”, tendo ainda “iniciado algumas actividades sem autorização e fora da suspeita da empresa”. Como se pode ler na declaração, a que o HM teve acesso – e datado de 11 de Setembro – o caso é tido pela empresa como “severo” e que envolve “fraude” pelo que foi feita queixa na polícia. Segundo o Jornal Ou Mun, uma vítima de apelido Tong que trabalha também como junket, afirmou que as vítimas têm prova dos depósitos e que tinha confiança na empresa. No entanto, depois de acontecer o incidente, as vítimas pediram explicação e o levantamento de dinheiro à sala VIP, que respondeu apenas “estar em reunião com a administração” e não poder resolver o problema. Outra vítima com apelido Chan afirmou que tem um depósito de 30 milhões de dólares de Hong Kong na mesma sala VIP e nunca se preocupou por a empresa “ser experiente em Macau”. A Dore Entertainment entrou no mercado de Macau em 2006 e, de acordo com o seu registo na Bolsa de Valores de Hong Kong, foi a primeira a ser escolhida como promotora das salas VIP pela Wynn Macau. O HM tentou entrar em contacto com a Wynn, mas não foi possível até ao fecho desta edição. Também não foi possível obter reacção da DICJ, por ser domingo. No sábado, os lesados apresentaram as suas queixas por carta à Wynn, numa espécie de manifestação em frente à operadora. Lionel Leong não afasta rever legislação Depois de questionado sobre o caso do junket do casino Wynn que desviou dinheiro do casino, o Secretário para a Economia e Finanças disse apenas não fechar a porta a possíveis revisões à legislação ligada ao Jogo. Sem dar garantias, Lionel Leong disse que esta é uma situação que pode vir a acontecer, se necessário, mas não teceu comentários específicos sobre o caso. “Temos uma lei para controlar os promotores de Jogo. Quanto à questão de saber como podem ser aperfeiçoadas as leis, especialmente para garantir o desenvolvimento saudável da indústria do Jogo, temos de acompanhar [a situação] e, caso necessário, introduzir alterações na legislação”, afirmou.