HK | Pequim acusa magnata Jimmy Lai de ser “agente das forças anti-China”

O magnata de Hong Kong, Jimmy Lai, é “um agente e um peão das forças anti – China”, acusou ontem Pequim, depois de o empresário testemunhar pela primeira vez na antiga colónia britânica, num julgamento por crimes contra a segurança nacional.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian disse ontem em conferência de imprensa que “Hong Kong é uma sociedade regida pelo Estado de direito” e que “ninguém pode usar a bandeira da liberdade para se envolver em actividades ilegais e tentativas de escapar à lei”.

Lin afirmou que o sistema judicial de Hong Kong “exerce o seu poder judicial de forma independente, em conformidade com a lei, com procedimentos justos e imparciais e com audiências abertas e transparentes”.

“O Governo central chinês apoia firmemente a região administrativa de Hong Kong na protecção da segurança nacional”, acrescentou, manifestando “oposição” à “interferência de países individuais nos assuntos internos da China, desacreditando e minando o Estado de direito em Hong Kong”.

O processo contra Lai, que já está a cumprir uma pena de mais de cinco anos sob a acusação de fraude por alegadas violações do contrato de arrendamento da sua empresa multimédia, foi retomado ontem em Hong Kong com o seu testemunho, após quase quatro anos de detenção.

Lai, de 76 anos, um crítico do Partido Comunista Chinês (PCC), e as suas empresas enfrentam três acusações ao abrigo da rigorosa Lei de Segurança Nacional de Pequim em Hong Kong, incluindo alegada conivência com “forças estrangeiras” e sedição.

As acusações estão relacionadas com alegados apelos a sanções internacionais contra a cidade e a China por parte do magnata, bem como com o seu papel “no incitamento ao ódio público” durante protestos maciços contra o governo de Hong Kong, em 2019.

21 Nov 2024

Hong Kong | Justiça confirma condenação de activistas

O tribunal de última instância de Hong Kong confirmou ontem a condenação de sete dos mais proeminentes defensores pró-democracia da região semiautónoma chinesa, por participarem num dos maiores protestos antigovernamentais em 2019.

Numa decisão co-redigida pelo juiz lusodescendente Roberto Ribeiro, o Tribunal de Última Instância de Hong Kong rejeitou a última tentativa de recurso apresentada pela defesa dos sete arguidos.

Jimmy Lai, fundador do extinto jornal Apple Daily, Martin Lee, presidente e fundador do Partido Democrático, e cinco ex-legisladores, incluindo a advogada Margaret Ng, tinham em 2021 sido originalmente considerados culpados tanto de organizar como de participar na manifestação.

Jimmy Lai, Lee Cheuk-yan, Leung Kwok-hung e Cyd Ho foram inicialmente condenados a penas de prisão entre oito e 18 meses. Martin Lee, um octogenário apelidado de “pai da democracia” da cidade, Margaret Ng e Albert Ho foram condenados a penas de prisão suspensas.

Em Agosto de 2023, os juízes do Tribunal de Recurso anularam unanimemente as condenações relacionadas com a organização da manifestação, mas mantiveram as condenações por terem participado nessa manifestação.

Os sete activistas recorreram, alegando que as penas não eram proporcionais ao crime alegadamente cometido e a acusação representava uma restrição excessiva da liberdade de expressão e de reunião. Os arguidos sublinharam ainda que a marcha de Agosto de 2019 foi relativamente pacífica.

O preço a pagar

As acusações surgiram na sequência de uma manifestação em Agosto de 2019, na qual terão participado cerca de 1,7 milhões de pessoas, que saíram às ruas de Hong Kong, cidade com cerca de sete milhões de habitantes, para exigir maior democracia e a responsabilização da polícia.

Depois da decisão do tribunal, Margaret Ng escusou-se a fazer comentários antes de ler a sentença. “Queremos apenas aproveitar esta ocasião para agradecer às nossas equipas jurídicas e a todas as pessoas que nos apoiaram durante todo o tempo”, disse aos jornalistas.

Todos os condenados já cumpriram as penas no âmbito deste processo. Mas Lai, Leung, Ho e Lee Cheuk-yan continuam detidos, uma vez que também foram alvo de outra acusação ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020, na sequência dos maciços protestos.

13 Ago 2024

Hong Kong | Jimmy Lai declara-se inocente em julgamento

O magnata Jimmy Lai, que pode ser condenado a prisão perpétua, declarou-se ontem inocente durante o julgamento, no qual está acusado de pôr em perigo a segurança nacional em Hong Kong.

Jimmy Lai, de 76 anos, actualmente na prisão, é acusado de conluio com forças estrangeiras ao abrigo de uma lei de segurança nacional de Hong Kong imposta por Pequim em 2020, além de outras duas acusações, disseram jornalistas da agência de notícias France-Presse.

Vestido com uma camisa branca e um casaco azul-marinho, Lai estava rodeado por três guardas no banco dos réus. O septuagenário usava auscultadores para acompanhar melhor a audiência, indicou o advogado.

Proprietário do Apple Daily, um diário crítico do poder e encerrado em 2021, Lai foi inicialmente acusado de “conspiração para produzir documentos sediciosos”, um crime previsto numa lei que remonta à época colonial, bem como de “conspiração para conluio com potências estrangeiras” e “conluio”.

No que respeita às duas últimas acusações, o jornalista pode ser condenado a prisão perpétua ao abrigo da lei de segurança. No entanto, os procuradores disseram que estavam a retirar a acusação de “conluio”, por já estar abrangida na acusação de “conspiração para conluio”. Vários outros antigos executivos da Apple Daily estão também a ser processados.

3 Jan 2024

Hong Kong | Criticada alegada ingerência no caso de Jimmy Lai

A China reafirmou a sua posição de intolerância sobre qualquer tentativa de intromissão estrangeira nos assuntos internos do país através de uma declaração dirigida ao governo do Reino Unido

 

O Governo de Hong Kong acusou ontem o Reino Unido de interferir na justiça local, na sequência de um encontro entre um ministro britânico e advogados do magnata dos ‘media’ do território Jimmy Lai.

“Nunca toleraremos e lamentamos fortemente qualquer forma de interferência de qualquer poder ou indivíduo estrangeiro nos procedimentos judiciais e assuntos internos de Hong Kong”, indicou numa declaração, acusando Londres de “tentar desacreditar” o Estado de direito na região semiautónoma chinesa.

“Qualquer arguido que tente procurar ajuda e conspirar com um poder político estrangeiro para fugir ao processo de justiça criminal, é um acto flagrante que mina o Estado de direito de Hong Kong e interfere com os assuntos internos” da região, acrescentou.

O Governo de John Lee considerou ainda que “tais actos por parte de um réu constituem, muito provavelmente, desobediência pelo tribunal”.

Já preso por outras acusações, Jimmy Lai, o magnata de 75 anos, enfrenta ainda uma sentença de prisão perpétua num processo por “conluio com forças estrangeiras”, um crime ao abrigo da Lei de Segurança Nacional imposta por Pequim à região, na sequência dos protestos de 2019.

Lai fundou o jornal diário independente de Hong Kong Apple Daily, que, entretanto, foi encerrado.
O julgamento de Lai, naquela acusação, devia ter começado em Dezembro, mas foi adiado para o próximo mês de Setembro depois de Hong Kong ter pedido a Pequim para impedir Lai de ser representado por um advogado londrino.

“É realmente estúpido da parte dos advogados de Jimmy Lai ter pedido ao governo [do primeiro-ministro britânico, Rishi] Sunak para intervir”, afirmou, numa mensagem ontem divulgada na rede social Twitter, uma delegada do Conselho Executivo de Hong Kong, Regina Ip.

Para Ip, esta tentativa dos advogados de Lai justifica que se impeça o envolvimento de advogados estrangeiros em “casos de segurança nacional”, um poder dado ao líder de Hong Kong, John Lee, por Pequim no mês passado.

Equipa britânica

A questão surgiu, pela primeira vez, quando Lai contratou o proeminente advogado britânico Tim Owen para o defender. Vários juízes locais aprovaram a decisão, apesar das objecções do governo.

Entretanto, o gabinete de Sunak confirmou que a secretária de Estado para a região Ásia-Pacífico, Anne-Marie Trevelyan, se tinha encontrado com a equipa jurídica do réu, na terça-feira. “Temos sido claros de que as autoridades de Hong Kong têm de deixar de visar vozes pró-democracia, incluindo Jimmy Lai”, disse o porta-voz de Sunak, Max Blain, em Londres.

A líder da equipa jurídica, Caoilfhionn Gallagher, disse que o filho de Lai esteve em Londres, esta semana, para pedir aos responsáveis britânicos para protegerem o pai.

“Ele está a ser sujeito a ‘lawfare’, ou múltiplos processos e acções judiciais, todos concebidos para o silenciar e desacreditar e enviar uma mensagem clara a outros que não se devem atrever a criticar as autoridades chinesas ou de Hong Kong”, disse a advogada, numa resposta por e-mail à agência de notícias Associated Press.

12 Jan 2023

Hong Kong | Justiça volta a adiar julgamento de Jimmy Lai

O julgamento do magnata da imprensa de Hong Kong Jimmy Lai, por violação da lei de segurança nacional, só terá início em Setembro de 2023, disse ontem um tribunal.

O fundador de 75 anos do jornal Apple Daily devia ir a julgamento este mês por “conluio com forças estrangeiras”, uma violação da drástica lei de segurança nacional imposta por Pequim, na sequência dos protestos de 2019. Lai incorre numa sentença de prisão perpétua.

O julgamento, que já tinha sido adiado no início deste mês, voltou a ser adiado devido a disputas legais sobre a defesa de Lai, que quer ser defendido pelo advogado britânico Tim Owen.
Owen, um proeminente advogado britânico, já trabalhou anteriormente em Hong Kong em casos de grande visibilidade.

O governo da região tinha argumentado em tribunal que deixar advogados estrangeiros litigar em casos de segurança nacional era arriscado por não existir forma de garantir a confidencialidade dos segredos de Estado.

No entanto, os juízes concordaram com a escolha de Owen e decidiram repetidamente contra o governo.
As autoridades de Hong Kong apelaram a Pequim para intervir e decidir, mas ainda não receberam uma resposta, disse o procurador de segurança nacional Anthony Chau ao Tribunal Superior da região.
Enquanto se aguarda uma resposta de Pequim, os juízes decidiram adiar o início do julgamento para 25 de Setembro de 2023.

14 Dez 2022

Hong Kong | Jimmy Lai condenado a mais de cinco anos de prisão por fraude

Um tribunal de Hong Kong condenou no sábado o magnata Jimmy Lai a cinco anos e nove meses de prisão, por fraude, ao permitir que uma consultora operasse sem permissão nas instalações do jornal de oposição que fundou.

Segundo avança a imprensa da ex-colónia britânica, citada pela EFE, o tribunal condenou Jimmy Lai a uma multa de cerca de 242.000 euros e proibiu-o de administrar empresas durante oito anos. O tribunal concluiu, em Outubro, que Lai, de 75 anos, ocultou “deliberadamente” as operações da empresa Dico Consultants nas instalações do extinto jornal Apple Daily.

Segundo o tribunal, o magnata, que já está preso por organizar e participar em protestos antigovernamentais não autorizados, violou o contrato de arrendamento dos escritórios do Apple Daily, que incluía uma cláusula que proibia o uso para actividades não relacionadas com a edição e impressão de jornais ou revistas.

O juiz decidiu que Jimmy Lai tinha a obrigação de garantir que todas as empresas subsidiárias que operavam naquelas instalações cumpriam os requisitos da empresa proprietária da instalação.

A consultora Dico começou a operar nos escritórios do Apple Daily em 1998, onde continuou em actividade até meados de 2020, informou o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

12 Dez 2022

Magnata dos media Jimmy Lai condenado por participar em vigília de Tiananmen

O magnata dos ‘media’ de Hong Kong Jimmy Lai e mais duas ativistas pró-democracia foram hoje condenados pela participação numa vigília de homenagem às vítimas do massacre de Tiananmen, proibida pelas autoridades.

Jimmy Lai, de 74 anos, proprietário do agora encerrado jornal pró-democracia Apple Daily, foi condenado pelo tribunal distrital por incitar e participar na manifestação, considerada ilegal, juntamente com a antiga jornalista Gwyneth Ho e a advogada de direitos humanos Chow Hang-tung, segundo a agência France-Presse (AFP).

As autoridades de Hong Kong acusaram cerca de 20 políticos e ativistas pró-democracia, após uma vigília realizada no ano passado para homenagear as vítimas da mortífera repressão de Pequim, em 1989.

Lai, Chow Hang-tung e Gwyneth Ho, que se tinham declarado inocentes, são os últimos a conhecer o veredicto.

Os três já se encontram presos, após terem sido condenados por outras acusações, tal como dezenas de outros ativistas, enfrentando ainda processos ao abrigo da draconiana lei da segurança nacional, que Pequim impôs a Hong Kong no ano passado, na sequência dos protestos de 2019.

Há mais de três décadas que dezenas de milhares de pessoas se reuniam no Victoria Park, em Hong Kong, a 04 de junho, para participar em vigílias para recordar o massacre na Praça Tiananmen, na China.

Estes encontros, com palavras de ordem a favor da democracia na China, tornaram-se um símbolo das liberdades políticas de que deveria gozar o território semi-autónomo.

Este ano, Pequim deixou claro que já não tolerará as comemorações de Tiananmen em Hong Kong e Macau, onde também se realizaram vigílias até recentemente.

Há alguns meses, 16 políticos e ativistas, incluindo Joshua Wong, foram condenados a penas entre seis e dez meses de prisão pela participação na vigília em 2020.

9 Dez 2021

Último número do jornal Apple Daily de Hong Kong sai na quinta-feira

O último número do jornal Apple Daily de Hong Kong vai ser publicado na quinta-feira, anunciou hoje o diário. A decisão do conselho de administração surgiu menos de uma semana depois de a polícia ter detido cinco responsáveis e congelado bens no valor de 18 milhões de dólares de Hong Kong.

O “Apple Daily decidiu que o jornal vai terminar a actividade a partir da meia-noite e que 24 de Junho será o último dia de publicação”, escreveu o diário na página digital, onde precisou que o sítio na internet do jornal “deixará de ser atualizado a partir da meia-noite”.

Alguns minutos antes, o conselho de administração tinha anunciado, num curto comunicado, que o último número impresso seria o de sábado, 26 de junho de 2021, deixando a versão digital de estar acessível a partir das 23:59, também de sábado.

Durante anos, o Apple Daily foi um firme apoiante do movimento pró-democracia na região e tem sido crítico dos líderes chineses. O proprietário e magnata dos ‘media’ Jimmy Lai está actualmente detido, condenado a várias penas de prisão pelo envolvimento nos protestos de 2019. Foi também acusado, ao abrigo da lei de segurança nacional, que prevê a pena de prisão perpétua para crimes de secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.

Na quinta-feira, mais de 500 polícias invadiram os escritórios do jornal, numa operação que resultou na detenção de cinco responsáveis e no congelamento de bens no valor de 18 milhões de dólares de Hong Kong de três empresas ligadas ao Apple Daily.

Um dia depois, o diretor do jornal, Ryan Law, e o director-geral, Cheung Kim-hung, foram acusados de “conluio com um país estrangeiro ou elementos externos para pôr em perigo a segurança nacional” chinesa. Um tribunal de Hong Kong negou, no sábado, fiança para os dois responsáveis.

23 Jun 2021

Hong Kong: Membro do grupo que inclui luso-chinês acusado de conluio com Jimmy Lai

O activista Andy Li, detido em 2020 num grupo de 12 fugitivos que incluía um jovem luso-chinês, foi ontem acusado de conluio com o magnata dos ‘media’ Jimmy Lai, após regressar a Hong Kong, anunciou a polícia.

Andy Li, de 30 anos, faz parte dos oito activistas pró-democracia entregues na segunda-feira às autoridades da antiga colónia britânica, após terem cumprido uma pena de sete meses em Shenzhen, na China continental, por travessia ilegal.

A polícia do território anunciou que Andy Li foi acusado de conluio com forças estrangeiras, um dos crimes previstos na lei da segurança nacional. De acordo com a agência France-Presse (AFP), que cita um documento do tribunal, Andy Li é acusado de conspirar com Jimmy Lai, o magnata dos meios de comunicação social detido no ano passado, para que fossem impostas sanções do estrangeiro aos líderes de Hong Kong.

Andy Li é também acusado de conspirar com Jimmy Lai para auxiliar a fuga do grupo para Taiwan, segundo o documento. Jimmy Lai, de 72 anos, já tinha sido acusado em Fevereiro de ajudar os 12 ativistas capturados em Shenzhen quando tentavam fugir do território.

Li é ainda acusado de posse não autorizada de munições, uma acusação relacionada com o facto de a polícia ter encontrado latas de gás lacrimogéneo vazias disparadas pelas forças de segurança durante os protestos de 2019, segundo a AFP. Os restantes sete activistas entregues pela China às autoridades de Hong Kong deverão enfrentar acusações no território pela participação nos protestos de 2019.

O luso-chinês Tsz Lun Kok, também entregue às autoridades de Hong Kong na segunda-feira, tinha sido detido na antiga colónia britânica em 18 de novembro de 2019, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica daquele território, e mais tarde libertado. Kok, que é acusado de motim, deveria ter sido ouvido no tribunal de Tuen Mun, em Hong Kong, em 25 de Setembro de 2020, altura em que estava detido na China continental, segundo o seu advogado disse então à Lusa, não sendo ainda conhecida nova data para o julgamento.

25 Mar 2021

Hong Kong | Negada fiança a Jimmy Lai após conhecer acusação judicial

O pedido de fiança feito pelo dono do Apple Daily foi negado no sábado, num processo em que é acusado de violar a lei de segurança nacional de Hong Kong. O julgamento em que Jimmy Lai responde por conluio com forças estrangeiras foi adiado para Abril

Jimmy Lai, magnata dos ‘media’ e defensor da democracia em Hong Kong, viu no sábado a sua fiança ser rejeitada após ter sido acusado por violar a nova lei de segurança nacional do território semiautónomo
Lai conheceu na sexta-feira uma acusação de conluio com grupos estrangeiros para colocar em risco a segurança nacional de Hong Kong, por mensagens que colocou na rede social Twitter e comentários que fez em entrevista a meios de comunicação internacionais.
O jornal Apple Daily – de que Jimmy Lai é proprietário e conhecido pelo seu comprometimento com o movimento pró-democracia – escreveu no fim-de-semana que Lai é acusado de ter pedido a países, organizações e pessoas estrangeiras para imporem sanções ou para se envolverem em actividades hostis contra Honk Kong ou contra a China.
A análise do seu processo judicial foi adiada para 16 de Abril, a pedido dos procuradores, que alegaram que a polícia precisava de mais tempo para rever mais de mil ‘tweets’ e de comentários de Lai, segundo uma peça do Apple Daily. Lai, que se encontra detido por acusações de fraude, após uma busca da polícia às instalações dos seus meios de comunicação, foi visto algemado enquanto os guardas o levavam da cadeia ao tribunal.

Reacção do Reino Unido

Pequim impôs no início deste ano a lei de segurança nacional em Hong Kong, contestada pela comunidade internacional, após protestos do movimento pró-democracia na ex-colónia britânica.
A nova lei proíbe a secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras para interferir nos assuntos de Hong Kong, restringindo a liberdade de expressão e de reunião.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, usou a sua conta de Twitter para comentar que a lei de segurança em Hong Kong “brinca com a justiça”, pedindo a libertação de Lai, com quem reuniu no início deste ano, dizendo que o seu único crime foi falar a verdade sobre o Governo autoritário do Partido Comunista Chinês.
Na sexta-feira, o Governo britânico mostrou preocupação com a situação de Jimmy Lai. “O Reino Unido continua muito preocupado com a disposição das autoridades de Hong Kong de continuar com procedimentos legais contra figuras pró-democracia, como Jimmy Lai”, disse um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

14 Dez 2020

Hong Kong | Tribunal nega fiança a magnata dos ‘media’ Jimmy Lai, acusado de fraude

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong negou hoje a fiança ao magnata dos ‘media’ Jimmy Lai e activista, acusado de fraude, no momento em que se somam processos judiciais contra dissidentes e críticos de Pequim. Lai, de 73 anos, é o dono do jornal Apple Daily, conhecido pelo empenho na luta no campo pró-democracia e pelas duras críticas ao Executivo de Hong Kong.

O magnata e dois dos seus principais quadros dirigentes, Royston Chow e Wong Wai-keung, foram hoje presentes a um juiz, acusados de fraude. Ao contrário do que sucedeu com Lai, o magistrado permitiu que os outros dois dirigentes saíssem em liberdade, mediante pagamento de fiança. O juiz justificou a decisão de não permitir a fiança a Lai por entender que existe o risco de fuga e podia reincidir no crime. A apreciação do caso em tribunal foi adiada para 16 de abril.

De acordo com documentos do tribunal, o caso refere-se ao facto de a sede do jornal estar alegadamente a ser utilizada para fins não previstos no contrato de arrendamento do edifício. Centenas de polícias realizaram buscas no edifício em agosto, inclusive na redação do Apple Daily.

Vários responsáveis do grupo de ‘media’ Next Digital, incluindo Lai, foram detidos por suspeita de “conluio com forças estrangeiras”, ao abrigo da nova lei de segurança nacional imposta por Pequim na região semi-autónoma chinesa no final de Junho. Então, ninguém foi formalmente acusado, mas a investigação está em curso.

Lai saiu em liberdade, sob fiança, mas em outubro, após novas buscas, voltou a ser detido. O magnata está também a ser alvo de um processo pelo papel assumido nos protestos de 2019, num caso separado.

Lai já tinha sido detido em fevereiro e abril sob a acusação de participar em protestos não autorizados. Por outro lado, enfrenta acusações de ter participado numa vigília não autorizada que assinalou o aniversário de 04 de junho de 1989, para lembrar a repressão dos protestos pró-democracia na Praça Tiananmen, em Pequim.

3 Dez 2020

Hong Kong | Polícia faz buscas em escritórios de magnata dos ‘media’ Jimmy Lai

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong realizou hoje novas buscas nos escritórios do magnata dos ‘media’ e ativista pró-democracia Jimmy Lai, segundo o seu assessor. O assessor de Lai, Mark Simon, escreveu na rede social Twitter que 14 polícias entraram no escritório do fundador da empresa de ‘media’ Next Digital, detentora do jornal pró-democracia Apple Daily, e confiscaram documentos.

Lai, de 71 anos, é uma figura pró-democracia que critica regularmente o governo chinês e de Hong Kong. Não está claro o que a polícia procurava ou por que realizou a operação. A polícia de Hong Kong não respondeu até ao momento a um pedido de comentário.

“Falei com a polícia, eles disseram que permaneceriam até à chegada de nosso advogado”, escreveu Simon. “Eles não fizeram isso, pegaram nos documentos e partiram antes que o nosso advogado chegasse”, acrescentou.

A operação ocorreu antes da audiência de Lai agendada para hoje no tribunal, sob a acusação de ter participado numa reunião não autorizada a 04 de junho, uma vigília que assinalava a sangrenta repressão da China em Tiananmen, em 1989. Uma vigília que é realizada anualmente, mas que foi proibida pelas autoridades este ano, com a justificação do risco pandémico.

Simon disse no Twitter que a polícia “ainda está a tentar transformar as disputas civis em casos criminais”. E adiantou que os fundos que Lai usava para apoiar o Apple Daily foram congelados.

A polícia deteve Lai em agosto, no âmbito da nova lei de segurança nacional de Hong Kong, e também fez buscas na sede da Next Digital, com o empresário a ser libertado mais tarde sob fiança.

A lei de segurança nacional, que proíbe a subversão, a secessão, o terrorismo e o conluio com forças estrangeiras para interferir nos assuntos internos de Hong Kong, aumentou os receios de que será usada para silenciar dissidentes.

15 Out 2020