China pede aos EUA que cancelem “imediatamente” venda de armas a Taiwan

[dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem aos Estados Unidos que “cancelem imediatamente” uma venda de armamento a Taiwan no valor de 2,2 mil milhões de dólares e aprovada pelo Departamento de Estado norte-americano.

“Devemos evitar mais danos nas relações sino-norte-americanas”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, em conferência de imprensa.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana.

Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen do Partido Democrático Progressista, pró-independência, em 2016, e afirma que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China.

Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.

A venda, que inclui 108 tanques e 250 lançadores de mísseis terra-ar, foi notificada ao Congresso dos EUA, que tem agora 30 dias para se opor, o que parece improvável.

Esta não é a primeira vez que os EUA vendem armas a Taiwan, apesar da oposição de Pequim.
“A China pede aos Estados Unidos (…) que cancelem imediatamente o projecto de venda de armas a Taiwan e que travem qualquer vínculo militar com Taiwan”, disse Geng.

“Devemos evitar minar ainda mais as relações sino-americanas, a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, acrescentou. A venda coincide também com uma altura em que a relação entre Pequim e Washington se deteriora, face a uma guerra comercial que dura há um ano.

“A venda de armas pelos Estados Unidos a Taiwan é uma violação grave dos princípios fundamentais do direito internacional e das relações internacionais”, disse Geng Shuang.

“O lado chinês exprime a sua profunda insatisfação, bem como oposição resoluta, e já protestou oficialmente com Washington”, apontou. Washington, que rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 e passou a reconhecer o Governo de Pequim como o único representante da China, continua a ser o maior aliado de Taipé e o seu principal fornecedor de armas.

10 Jul 2019

Taiwan denuncia movimentos de Pequim para isolar a ilha

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades de Taiwan denunciaram ontem os últimos movimentos da China para aumentar, segundo as autoridades da ilha, o seu isolamento global. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Andrew Lee, disse ontem que nenhum taiwanês aceitaria medidas chinesas para “destruir a soberania de Taiwan”.

Os chineses têm forçado as companhias aéreas internacionais a deixarem de referir-se a Taiwan como um país separado da China nos seus portais na Internet. Um número crescente de empresas internacionais, como a australiana Qantas, a Cathay Pacific (Hong Kong) e a Singapore Airlines, já se refere a Taiwan como pertencente à China.

Washington denunciou recentemente como um “absurdo orwelliano” as exigências de Pequim, numa referência ao escritor britânico George Orwell, cujas obras denunciam o totalitarismo e a vigilância dos indivíduos.

Os chineses também teriam levado o Comité Olímpico da Ásia a retirar o direito da ilha de sediar uma competição de jovens. Tais movimentos visariam aumentar o isolamento de Taiwan e estimular o país a uma união política com a China.

Taiwan já foi excluído das Nações Unidas e de outras grandes organizações internacionais e a China vem progressivamente atraindo países que mantinham relações diplomáticas com Taiwan.

Além destes passos, Pequim intensificou as suas ameaças militares, combinadas com incentivos económicos destinados a atrair os jovens talentosos da área da alta tecnologia de Taiwan.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território e não uma entidade política soberana.

Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que decorreu em Outubro passado, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.

27 Jul 2018