Casa Garden | Festival Zilo, dedicado ao património, termina no domingo

Termina no domingo a edição deste ano do ZILO Heritage Stroll Festival, um evento que através de espectáculos, exposições e workshops, dá destaque aos principais locais históricos da cidade. O tema é “Invisible Coastlines” [linhas costeiras invisíveis], uma ideia surgida após o tufão Hato

 

Juntar a cultura ao património é uma das propostas conceptuais do Zilo Heritage Stroll Festival, que decorre desde 5 de Março na Casa Garden, da Fundação Oriente, até domingo. Organizado por entidades como a Associação dos Embaixadores do Património e a Associação de Dança Ieng Chi, entre outras, o objectivo do evento é levar o público a “sentir e a explorar a beleza dos locais históricos ao fazer parte de conversas, workshops, exposições, passeios e performances na zona histórica de Macau”, lê-se num comunicado.

O evento, que tem o apoio do Instituto Cultural, conta com Chloe Lao como fundadora e produtora. O tema da edição deste ano é “Invisible Coastlines” [linhas costeiras invisíveis], uma ideia que nasceu das suas reflexões depois da passagem do tufão Hato por Macau e tendo em conta o projecto de construção dos novos aterros no território. Chloe Lao inspirou-se também no livro “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino, para escolher o tema.

Nesta edição do ZILO, Chloe Lao pretendeu “ligar as vidas da zona costeira de Macau com diferentes períodos de vida das pessoas, as suas experiências e as indústrias à volta”. Desta forma, o festival “faz uma nova interpretação das datas e histórias a partir das investigações históricas, entrevistas e observações com artistas locais”. É, assim, apresentada “uma experiência visceral para o público que, desta forma, se relaciona com o mar de uma forma temporal”.

Aterros e companhia

Uma das iniciativas que pode ser vista no âmbito do festival ZILO é a exposição “Dynamics. Invisible Coastlines” [Dinâmicas. Linhas costeiras invisíveis], que até domingo está patente na Casa Garden. Com curadoria de Nero Lio, a mostra chama a atenção para a problemática do desaparecimento de zonas costeiras do território devido às alterações climáticas, mas não só.

A construção de novos aterros tem mudado não apenas as vidas da população como a própria cidade, e esta exposição pretende levar o público a compreender “as dinâmicas entre a terra, o mar e nós”, bem como “as histórias das pessoas que vivem entre o mar e a terra”. Estes trabalhos nasceram de workshops anteriormente realizados.

No sábado, às 15h30 na Casa Garden, está agendada uma sessão de leitura de poesia, intitulada “Message in the Sea Breeze” [Mensagem na brisa do mar]. O evento, em cantonês, conta com a presença de poetas e amantes da literatura que vão ler textos que remetem para vivências da cidade com a sua zona costeira.

Hoje e amanhã, às 19h e 20h, respectivamente, acontece um workshop e uma visita guiada, com ponto de partida na Casa Garden, onde os participantes poderão conhecer alguns locais icónicos do centro histórico e criar projectos artísticos. O evento, intitulado “Hide and Seek in Historic City” [Escondido e encontrado na cidade histórica] será conduzido por Calvin Lam e tem como base um workshop previamente realizado. A participação no evento custa 50 patacas.

No último dia do festival, às 11h, decorre uma palestra intitulada “Now and Then – Macao Coast”, apenas em cantonês, onde serão debatidas as alterações verificadas na zona do Porto Interior nos últimos anos bem como a decadência da indústria de construção de juncos, que outrora tinha muita expressão na zona de Lai Chi Vun, em Coloane.

Também no domingo decorre, às 17h30, a cerimónia de encerramento num barco que fará uma visita até ao cais de Coloane. O ponto de encontro é na zona da Barra, com partida às 18h, sendo que os responsáveis do Out! Coloane Arts Festival estão a cargo da visita guiada ao local.

17 Mar 2022