Hoje Macau SociedadeFundação Jorge Álvares quer mais portugueses a estudar na China A Fundação Jorge Álvares (FJA) está a preparar o lançamento de uma plataforma digital para encorajar mais portugueses a estudar em universidades chinesas, assim como chineses a estudar em Portugal. Fernanda Ilhéu, do Conselho de Administração da FJA, disse à Lusa que cada universidade e instituto politécnico de Portugal, da China continental e de Macau terá direito a gerir um espaço próprio no portal, onde poderá colocar a sua oferta educativa. O objetivo é facilitar aos alunos a consulta de informação sobre cursos, programas, perfil dos professores, condições de inscrição e pagamento de propinas. A FJA vai ainda disponibilizar informação sobre “o meio envolvente”, por exemplo sobre as cidades onde se localizam os ‘campus’ das instituições e as residências universitárias disponíveis. A plataforma terá ainda informações úteis, nomeadamente sobre a obtenção de vistos, abertura de contas bancárias, realização de seguros e acesso a serviços de saúde para estudantes estrangeiros. Embora a China e Macau não permitam atualmente a entrada de estudantes estrangeiros, Fernanda Ilhéu disse acreditar que o portal poderá ter um efeito positivo num futuro pós-covid-19. “Esperamos que a pandemia seja controlada em breve e as situações de quarentena sejam levantadas”, salientou a investigadora. A plataforma da FJA pretende também promover a cooperação entre instituições de ensino superior chinesas e portuguesas na área da investigação científica. O portal vai ter uma área específica para ajudar investigadores a identificar potencial parceiros de pesquisa, partilhar trabalhos e publicações e organizar eventos conjuntos. A fase de concepção de modelagem da plataforma deverá estar concluída no final de abril, seguindo-se a divulgação junto de instituições do ensino superior e investigação científica em Portugal, Macau e China. A FJA é uma estrutura criada em dezembro de 1999, no quadro da transferência da administração portuguesa de Macau para a China, e tem como objetivo promover o diálogo intercultural entre Lisboa e a região administrativa especial chinesa. Desde 2016 que o presidente da Fundação Jorge Álvares (nome do português e primeiro europeu a chegar à China, por via marítima, no século XVI) é o general Garcia Leandro, governador de Macau entre 1974 e 1979. Em janeiro, Zhao Zilin, aluna da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, venceu a primeira edição dos Prémios Fundação Jorge Álvares, para trabalhos sobre as relações entre Portugal e a China. A China continua a sentir uma forte procura por profissionais que falem português, disseram à Lusa Catarina Gaspar e Madalena Teixeira, duas das co-autoras de uma obra académica sobre os estudantes chineses da língua portuguesa apresentada a 14 de janeiro. Cerca de 50 instituições chinesas de ensino superior têm cursos de língua portuguesa, disse à Lusa, em novembro de 2020, o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, Gaspar Zhang Yunfeng.
Hoje Macau SociedadeMedia | Discutido em Macau futuro do sector no quadro da política externa chinesa O projecto “Uma faixa, uma rota”, foi o mote para a “Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento da Indústria dos ‘Media'” que decorreu no território. A investigadora Fernanda Ilhéu entende que a iniciativa foi útil no sentido de combater as desigualdades e estabelecer uma nova dinâmica de globalização [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] comunicação visual, o ‘live streaming’ e a inovação tecnológica são alguns dos temas centrais de uma conferência organizada em Macau sobre o futuro dos ‘media’. O evento decorreu na segunda-feira e contou com a participação de 29 países. Dedicada este ano à iniciativa “Uma faixa, uma rota”, a terceira edição da “Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento da Indústria dos ‘Media'” juntou 200 académicos e profissionais com o objectivo de fortalecer a comunicação entre os órgãos de comunicação chineses e estrangeiros. Na cerimónia de abertura, a investigadora portuguesa Fernanda Ilhéu afirmou que a iniciativa “Uma faixa, uma rota” propõe uma nova dinâmica de globalização com potencial para criar “um mundo mais desenvolvido e menos desigual”. “É uma iniciativa harmoniosa e inclusiva que defende a tolerância entre civilizações, respeita caminhos e modelos de desenvolvimento de diferentes países e apoia diálogos entre diferentes povos”, disse a coordenadora do ChinaLogus – Business Knowledge & Relationship, que apoia empresas e instituições portuguesas a entrar no mercado chinês. A iniciativa de infra-estruturas, que Pequim apresentou ao mundo em 2013, tem como objectivo refazer o mapa económico e político mundial, ao mesmo tempo que procura reformular o modelo de desenvolvimento eurocêntrico convencional. Rota abrangente Para Fernanda Ilhéu, esta iniciativa “a longo prazo” não reflecte apenas questões comerciais, mas estende-se a muitas outras que desafiam o paradigma global e podem ajudar a “evitar uma terceira guerra mundial”. O conflito armado impede-se “promovendo a diversidade e o diálogo” e aqui reside o papel dos órgãos de comunicação, sublinhou a investigadora. No caso da China e de Portugal, por exemplo, é importante que se avance para órgãos de comunicação bilingues que promovam a proximidade entre os povos. Patrocinada pela Xinhua (agência de notícias da China), a Macao Daily News e a Fundação de Macau, a conferência foi co-organizada pelo Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau e pela Associação de Chineses Ultramarinos Retornados de Macau. Na cerimónia de abertura estiverem presentes, entre outros, o Chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, e o director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, Zheng Xiaosong.