Donald Tusk não concebe cimeira UE-China sem direitos humanos na agenda

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse hoje perante o Parlamento Europeu que não concebe que a questão dos direitos humanos não seja incluída na agenda da próxima cimeira União Europeia-China, agendada para 9 de Abril em Bruxelas.

“Não posso imaginar não termos direitos humanos na agenda. Posso ser antiquado, mas ainda penso que direitos humanos são pelo menos tão importantes quando o comércio”, declarou Tusk, num debate no hemiciclo de Estrasburgo sobre o Conselho Europeu celebrado na semana passada em Bruxelas.

As relações com a China foram um dos principais pontos na agenda da cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, tendo hoje Tusk explicado que “era crucial acordar uma abordagem europeia coordenada”, pois, “além da cimeira UE-China do próximo mês, haverá outras reuniões e cimeiras com os líderes chineses”.

Segundo o presidente do Conselho Europeu, a UE vai propor à China uma “cooperação ambiciosa em questões bilaterais e globais, incluindo no comércio”.

27 Mar 2019

Mar do Sul | Tusk admite dificuldade em alcançar acordos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, admitiu sábado a dificuldade em alcançar acordos com Pequim sobre as disputas que mantém no Mar do Sul da China e garantiu que o bloco comunitário “continuará a defender a lei internacional”.
“Não é fácil alcançar acordos com os nossos colegas chineses quando se trata deste assunto. As nossas conversas têm sido difíceis, duras, mas também promissoras”, sublinhou, em conferência de imprensa, no final da Cimeira do Encontro Ásia-Europa (ASEM), que terminou este fim-de-semana em Ulan Bator, capital da Mongólia.
O governo chinês manifestou a sua firme oposição a que o Mar do Sul da China fosse um dos temas discutidos na cimeira, realizada três dias depois de o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia ter considerado sem fundamento as pretensões de Pequim no Mar do Sul da China, decidindo a favor das Filipinas.
Assim, a declaração final emitida pela presidência do país anfitrião não menciona explicitamente o Mar do Sul da China, mas cita, entre outros temas, o compromisso dos líderes que participaram em promover a segurança marítima, e o seu apoio à resolução das disputas com base na lei e códigos internacionais. donald tusk
Apesar disso, a China, que enviou à cimeira o seu primeiro-ministro, Li Keqiang, classificou de “ilegal e nulo” o veredicto do tribunal.
Tusk reiterou que a União Europeia “reconhece” a decisão que, afirmou, o que ficou “claro no comunicado divulgado ontem [na sexta-feira] pela Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini”, que também assistiu à cimeira, na qual Portugal se fez representar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Tusk disse ainda que a UE “não se posiciona” sobre aspectos de soberania, neste caso, e expressou a necessidade de as partes “resolverem a disputa por meios pacíficos” e também “de acordo com a lei internacional”.
Pequim reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940 e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas.
Vietname, Filipinas, Malásia e Taiwan também reivindicam uma parte desta zona, o que tem alimentado diferendos territoriais com a China.
 

18 Jul 2016