Hoje Macau China / ÁsiaDidi troca bolsa de Nova Iorque por Hong Kong face a escrutínio das autoridades A empresa chinesa Didi Global disse hoje que vai sair da Bolsa de Valores de Nova Iorque e passar a ser negociada em Hong Kong. O comunicado, emitido pela empresa de serviços de transporte compartilhado Didi, o ‘Uber chinês’, de apenas uma frase, não avançou com uma explicação. As acções da empresa e outros grupos de tecnologia do país, incluindo o gigante do comércio eletrónico Alibaba Group, afundaram, depois de terem sido atingidos por medidas de segurança de dados e anti-monopólio. Os reguladores anunciaram, em julho passado, que intensificariam o escrutínio sobre empresas chinesas de tecnologia cotadas em bolsas estrangeiras. Nos últimos anos, os empresários do setor privado da China, que estão em grande parte excluídos do sistema financeiro estatal, acederam a milhares de milhões de dólares no exterior. Mas Pequim está agora a apertar o controlo sobre as operações no exterior e prometeu criar mais formas de arrecadarem dinheiro na China. “Após uma cuidadosa pesquisa, a empresa vai encerrar as operações na Bolsa de Valores de Nova Iorque, imediatamente, e iniciará os preparativos para ser listada em Hong Kong”, frisou o Didi. A Didi Chuxing, com sede em Pequim, arrecadou cerca de 4,4 mil milhões de dólares, na sua estreia na bolsa, em 30 de junho. Mas o preço das suas ações caiu 25% depois de os reguladores chineses terem anunciado que estavam a investigar a empresa. O regulador do ciberespaço da China disse anteriormente que detetou “violações graves” na forma como o Didi colectou e armazenou informações pessoais dos utilizadores, argumentando que a empresa devia “rectificar os problemas”, mas não avançou mais detalhes. As empresas chinesas começaram, há duas décadas, a emitir ações no exterior, mas os reguladores nunca clarificaram se as estruturas financeiras que usam para esse efeito estão de acordo com a lei da China, que veta de facto o acesso de capital estrangeiro a vários setores.