Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul intercepta barco com quatro desertores norte-coreanos As autoridades da Coreia do Sul interceptaram ontem um barco de madeira nas águas do mar do Japão com quatro norte-coreanos a bordo, que pediram para desertar, avançou o Governo de Seul. O Estado-Maior Conjunto (JCS) sul-coreano confirmou em comunicado que “sinais incomuns foram detectados na manhã desta terça-feira em águas próximas à Linha Limite Norte no Mar do Leste”, nome dado ao mar do Japão pelas duas Coreias. A Linha Limite Norte serve para dividir, no mar Amarelo e no mar do Japão, as águas territoriais dos dois vizinhos, que tecnicamente ainda estão em guerra. As Forças Navais sul-coreanas, com a cooperação da guarda costeira, conseguiram intercetpar um “pequeno navio de madeira” que tinha atravessado a linha, em águas a leste da cidade portuária de Sokcho, cerca de 150 quilómetros a nordeste da capital. Fontes do Governo de Seul, citadas pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, indicaram que havia quatro cidadãos norte-coreanos no barco que “expressaram a intenção de desertar”. Os quatro deverão ser interrogados pelos militares e pela agência de segurança sul-coreana nas próximas horas. Salve-se quem puder Embora os norte-coreanos raramente optem por fugir para o Sul através das fronteiras terrestres e marítimas, fortemente militarizadas em ambos os lados, alguns ocasionalmente conseguem fazê-lo de barco. Os desertores normalmente tentam atravessar a pé ou a nado os rios que separam a Coreia do Norte da China e de lá tentam chegar a um terceiro país – habitualmente a Tailândia – para pedir asilo numa embaixada ou consulado sul-coreanos. No entanto, o número de deserções tem caído em flecha, em parte devido ao reforço da segurança fronteiriça por parte do regime norte-coreano devido à pandemia. Por outro lado, as autoridades chinesas têm usado métodos cada vez mais sofisticados para detectar a presença na China de norte-coreanos, que são automaticamente deportados para a Coreia de Norte. Em 2019, pouco mais de mil desertores norte-coreanos chegaram ao Sul, enquanto em 2022 apenas 59 o fizeram. Nos primeiros seis meses de 2023 entraram na Coreia do Sul 99 norte-coreanos, cinco vezes mais do que no mesmo período do ano anterior.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Japão | Pyongyang lança dois mísseis balísticos A Coreia do Norte lançou ontem dois mísseis balísticos que caíram no Mar do Japão, numa altura em que o líder Kim Jong-un está na Rússia para um encontro com o Presidente Vladimir Putin. A Guarda Costeira do Japão, citando o Ministério da Defesa de Tóquio, disse que se tratou de dois mísseis balísticos e pediu aos navios ao redor da costa japonesa que tomem cuidado com a queda de objectos. O porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, disse aos jornalistas que os mísseis “parecem ter caído fora da zona económica exclusiva do Japão”, acrescentando que os detalhes do lançamento estão a ser analisados. Também o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que os mísseis foram disparados “entre as 11:43 e 11:53”, a partir de uma área em Sunan, onde fica o aeroporto internacional da capital norte-coreana, Pyongyang. “As nossas forças armadas reforçaram a sua vigilância em antecipação a outros lançamentos, ao mesmo tempo que permanecem prontas para intervir em estreita colaboração com os Estados Unidos”, indicaram os militares sul-coreanos Apertos de mão O lançamento acontece numa altura em que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está na Rússia para um encontro com o Presidente russo Vladimir Putin. As agências de notícias oficiais russas avançaram ontem que Putin e Kim já se encontraram, com um aperto de mão, na base espacial de Vostochny, na região de Amur, no extremo leste da Rússia. Kim chegou à estação ferroviária de Vostochny vindo da Coreia do Norte no seu comboio especial blindado, de onde foi transportado para a base espacial numa limusine. De acordo com a imprensa oficial russa, Putin recebeu o líder da Coreia do Norte, dizendo estar “muito feliz” com o encontro, enquanto Kim agradeceu o convite para visitar a Rússia, “apesar de [Putin] estar ocupado”. Os dois líderes irão primeiro visitar a base espacial e depois conversar, durante cerca de três horas, sobre “relações comerciais” e “assuntos internacionais”, no segundo encontro bilateral desde 2019, avançou a imprensa estatal russa. Na comitiva de Kim seguem os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, bem como altos funcionários militares, tais como o diretor do Departamento Industrial de Munições e também o Secretário para a Ciência e Educação do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, ligado ao programa espacial norte-coreano. O Kremlin afirmou que a cooperação bilateral ou os laços comerciais estarão na agenda do encontro entre Kim e Putin, bem como “questões sensíveis” que não serão partilhadas publicamente, o que é interpretado como uma confirmação de que os dois líderes irão discutir intercâmbios militares. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Lim Soo-suk, disse que Seul está em comunicação com a Rússia enquanto acompanha de perto a visita de Kim. “Nenhum Estado-membro da ONU deveria violar as sanções do Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte, ao envolver-se em comércio ilegal de armas, e certamente não deve envolver-se numa cooperação militar com a Coreia do Norte que mina a paz e a estabilidade da comunidade internacional”, disse Lim, numa conferência de imprensa.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Renovação de grande escala no órgão supremo do país [dropcap]O[/dropcap] dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, renovou mais de um terço dos membros da Comissão dos Assuntos do Estado, órgão supremo do país, foi ontem noticiado. O neto do fundador da República Popular Democrática da Coreia tem vindo a consolidar o seu poder desde que sucedeu ao pai Kim Jong-il em 2011. Kim Jong-un é presidente da Comissão dos Assuntos do Estado (CAE), na qual foram agora substituídos 13 membros. Esta remodelação foi aprovada no domingo pela Assembleia Popular Suprema, o parlamento norte-coreano, indicou a agência de notícias oficial do país KCNA. A CAE foi criada em 2016 para substituir a poderosa Comissão de Defesa Nacional (CDN). Fotografias publicadas pelo jornal norte-coreano Rodong Sinmun mostram centenas de membros da Assembleia Popular Suprema, sentados muito perto uns dos outros, sem máscara de protecção. Um comunicado do Governo norte-coreano reiterou não existir no país “um único caso” da covid-19, apesar da doença, detectada em Dezembro na China, se ter alastrado a quase todos os países do mundo. Pyongyang colocou milhares de norte-coreanos e centenas de estrangeiros, nomeadamente diplomatas, em confinamento e procedeu a importantes operações de desinfecção para evitar uma epidemia que seria, de acordo com peritos, catastrófica para o frágil sistema de saúde do país. “A campanha do Estado contra a epidemia vai intensificar-se para impedir a propagação da covid-19”, de acordo com o mesmo comunicado. A KCNA não indicou se Kim Jong-un, ausente das fotografias publicadas, esteve presente na reunião.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Partido dos Trabalhadores debate “actuais tensões” [dropcap]O[/dropcap] dirigente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, convocou ontem uma reunião plenária do comité central do Partido dos Trabalhadores, no poder, para debater as “actuais tensões”, noticiou a imprensa oficial norte-coreana. Este encontro do comité central vai decorrer depois do fracasso da segunda cimeira, no final de Fevereiro passado, em Hanoi, entre Kim e o Presidente dos Estados Unidos. A agência de notícias oficial norte-coreana KCNA deixou entender que a reunião se ia focar no desenvolvimento económico. O objectivo da reunião plenária vai ser “discutir e decidir a nova orientação e os modos de luta de acordo com as necessidades permanentes da realidade revolucionária”, indicou. “O líder supremo sublinhou a necessidade de altos funcionários mostrarem um alto sentido de responsabilidade e criatividade, bem como espírito revolucionário de auto-suficiência e força”, acrescentou, numa referência a um encontro de Kim com quadros do regime, na terça-feira. A “nova linha estratégica” foi definida, há cerca de um ano, por Kim como “a construção económica socialista”, acrescentando que o desenvolvimento dos programas nucleares do país estava concluído. O parlamento norte-coreano deverá reunir-se esta quinta-feira. Trump e Kim reuniram-se pela primeira vez em Junho de 2018, em Singapura, onde assinaram uma declaração vaga sobre a “desnuclearização da península coreana”. Em Hanoi, Kim Jong-un reclamou o fim das sanções económicas aplicadas a Pyongyang pela ONU, na sequência de vários testes nucleares e de mísseis. O encontro terminou sem um acordo sobre a desnuclearização, necessária para diminuir as sanções contra o regime. Apesar do fracasso, os dois lados manifestaram vontade em continuar as negociações e Trump destacou repetidamente as boas relações com o líder norte-coreano.