Andreia Sofia Silva EventosBienal de Shenzhen |Projecto da equipa de Maria José de Freitas obtém segundo lugar Estão escolhidos os nomes que vão representar Macau na 8.ª Bienal Bi-Citadina de Urbanismo/Arquitectura de Shenzhen e Hong Kong. O “Escritório de Arquitectos Planwish Lda” obteve o Prémio de Ouro e irá projectar o pavilhão de Macau nesta bienal, que abre ao público dia 21 de Dezembro. Em segundo lugar ficou o atelier da arquitecta Maria José de Freitas, com o tema “Macau Links Through the Future” [dropcap]N[/dropcap]uma altura em que o Delta do Rio das Pérolas é sinónimo de interconexão permanente, está prestes a chegar a oitava edição da Bienal Bi-Citadina de Urbanismo / Arquitectura de Shenzhen e Hong Kong, onde Macau estará representada e que acontece a 21 de Dezembro. A fim de escolher os autores do pavilhão de Macau, o Instituto Cultural (IC), em parceria com a Associação dos Arquitectos de Macau (AAM) e o Instituto de Planeamento Urbano de Macau, abriram concurso para a recepção de várias propostas. O Prémio de Ouro foi atribuído ao “Escritório dos Arquitectos Planwish Lda.”, que apresentou a proposta “Gates of the City”. Em segundo lugar ficou o projecto da equipa da arquitecta portuguesa Maria José de Freitas, com o nome “Macau Links Through the Future”, enquanto “ligações que vêm do passado e que vão para o futuro”, disse ao HM a arquitecta Maria José de Freitas. A ser erguido, este pavilhão iria não só mostrar a ligação de Macau com o exterior como ia também mostrar pedaços da cultura e do património particular do território. Além de Maria José de Freitas, participaram na equipa concorrente Ana Carina Costa, também na parte de arquitectura, Takon Chiu e Chin chio Wu, ao nível do design de interiores, Henrique Silva na parte multimédia e Chan Hin Io na fotografia. “Pegámos nessa temática e, de alguma forma, fizemos a inter-relação porque Macau é uma cidade que, desde a sua formação e reconhecimento, tem tido essa característica de ser um território ligado a civilizações orientais e ocidentais, que tem estado muito na linha dessa interconectividade e relação. Pensamos que seria fácil transportar esse passado para o futuro.” Dessa forma, o pavilhão, que não teria mais de 32 metros quadrados, teria “superfícies semi-transparentes, também elas em malha de alumínio, com uma estrutura mental de suporte”. Essa malha “simboliza e tem a ver com essa rede de intercomunicações”, sendo que iria permitir a existência de um pavilhão “semi-transparente, onde fosse possível ver de dentro para fora e de fora para dentro, permitindo uma leitura e interacção permanente e constante”. O pavilhão projectado pela equipa de Maria José de Freitas iria também abordar a relação de Macau não apenas com o Delta do Rio das Pérolas, mas também com os países de língua portuguesa, tendo sido desenhado um mapa da península de Macau onde foram ligadas as várias pontes de forma interactiva. No interior desse pavilhão, “iriam existir quatro áreas ao longo de um corredor, onde iríamos recorrer a ecrãs suspensos em tela a fim de projectar imagens de Macau”. “Haveria quatro situações temáticas no interior. Uma relacionada com o património tangível e intangível, outra com o urbanismo e arquitectura, outra com Macau e a Grande Baía, e outra com Macau e os países de língua portuguesa”. Dessa forma, seria dado destaque “à relação de Macau com esta região e com o mundo”, frisou Maria José de Freitas. O Prémio de Bronze foi atribuído à empresa “Urban Practice – Architecture, Urban Planning and Design Ltd.”, com o nome “Macau Catalyst – Towards a Synergetic Greater Bay”. O IC aponta, em comunicado, que “as propostas recebidas foram todas de grande qualidade, originais, informativas e criativas”. O júri de selecção das propostas foi composto por cinco especialistas de Shenzen e Macau. Na estação Este ano esta bienal de arquitectura e urbanismo tem como tema “Interacções Urbanas” e terá lugar na Estação Ferroviária de Futian e várias áreas circundantes de Shenzhen. De acordo com um comunicado do IC, o evento inspira-se “na crescente interconexão global e integração regional, tendo como pano de fundo a análise sobre o fenómeno de interacção e aproximação de laços comuns entre as cidades, entre as cidades e as pessoas, bem como entre as pessoas entre si, nomeadamente no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. Desta forma, procura-se “também aprofundar as novas relações culturais que poderão eventualmente surgir entre o significado patrimonial do ‘Centro Histórico de Macau’, classificado como património mundial, e outras cidades da Região da Grande Baía”. A primeira edição da Bienal de Urbanismo e Arquitectura aconteceu em Shenzhen em 2005. Hong Kong, território vizinho desta cidade chinesa, participa desde 2007, tendo-se tornado depois uma Bienal Bi-Citadina, cuja realização se alterna entre estas duas cidades. Até à data foram realizadas sete edições da “Bienal Bi-citadina”, alternando-se a sua realização entre Shenzhen e Hong Kong. Macau foi convidada para participar em quatro edições consecutivas, nomeadamente 2013, 2015, 2017 e 2019, “obtendo resultados muito positivos e uma experiência significativa”, aponta o mesmo comunicado.