Hoje Macau SociedadeQuestionada falta de ligação entre duas pistas de bicicletas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] deputada Kwan Tsui Hang interpelou o Governo sobre o facto de não haver uma ligação física entre as duas únicas pistas de bicicletas existentes no território. Uma fica junto à zona da “Flor de Lótus”, enquanto a segunda está localizada na Avenida dos Jogos da Ásia Oriental, na Taipa. Para a deputada à Assembleia Legislativa, a sociedade tem solicitado a criação de um acesso entre estas duas pistas, uma vez que estão relativamente perto uma da outra. Na interpelação, a deputada escreve que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) declarou, em Maio do ano passado, que já tinham sido terminadas as três primeiras etapas dos trabalhos para a pista de bicicletas na Zona de Lazer da Marginal da Taipa, sendo que o IACM planeava mais três etapas de construção, por forma a estabelecer a ligação com a pista de bicicletas “Flor de Lótus” e a Coloane. A deputada lembrou ainda que, em Julho do ano passado, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) respondeu que já tinha um plano sobre a ligação entre as duas pistas. Com base nessas informações, a deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau deseja ficar a conhecer os planos para as restantes obras da pista de bicicletas da Zona de Lazer da Marginal da Taipa e qual o calendário para a ligação entre as duas pistas. A deputada pretende ainda saber qual o mecanismo de comunicação vigente entre o IACM e a DSSOPT para levar a cabo esses trabalhos, com vista a assegurar uma conclusão mais rápida das obras na pista de bicicletas da zona de lazer da Marginal da Taipa.
Hoje Macau EventosA volta ao mundo a pedalar Dois homens, o mesmo sonho: percorrer o mundo de bicicleta. Um é chinês o outro português. Quis o destino que se cruzassem. Eric Feng pedalou da China até Portugal onde lhe roubaram a bicicleta. Depois de encontrá-la Hernâni ajudou-o e quis devolvê-la. O reencontro aconteceu agora no Império do Meio [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m 2012 o chinês Eric Feng decidiu concretizar um sonho, unir o seu país, China, a Portugal. Porquê? Porque sempre teve uma grande paixão pelo navegador Zheng Hen, natural da sua cidade natal Kunning. Como em Portugal há um outro navegador com feitos históricos, decidiu juntar o útil ao agradável e fez uma viagem de bicicleta como símbolo de união entre estes dois países. Tudo correu bem até à sua chegada a Portugal, após ter pedalado mas de 18 mil quilómetros e de ter atravessado dez países. Quando estava em Sines, durante a noite roubaram-lhe a “fiel companheira” de duas rodas. Apresentou queixa na polícia, mas teve mesmo de seguir viagem com uma bicicleta emprestada por um português chamado Hernâni, que fazia parte de uma rede de apoio a ciclistas. “Ainda esteve em minha casa em Almada e depois seguiu viagem”, diz o português. Podia ter sido o fim desta história, mas não foi. Já quando estava na China a bicicleta foi encontrada. A questão era como trazê-la de volta. É aqui que a vida dos dois se volta a cruzar. Hernâni é um português que gosta de aventura e que, aproveitando a reforma, decidiu organizar uma grande viagem. “Ele falou comigo e manifestou vontade de reaver a bicicleta. Eu estava na altura a preparar a minha grande viagem de volta onde pretendia unir locais de interesse em comum com Portugal e ofereci-me para a levar”. Simples! “Avisei-o que ia demorar pois antes de chegar ao Oriente ainda ia a Marrocos, ao Golfo Pérsico, ao Irão e à Índia”. Durante dois anos e três meses pedalou a bicicleta do “amigo”. Foram 23 mil quilómetros bem contadinhos. Das peripécias Hernâni Cardoso partiu de Guimarães no dia 20 de Maio de 2014 e chegou à fronteira do Vietname com a China no dia 25 de Agosto de 2016. Mas a bicicleta do amigo que lhe serviu de transporte durante uma grande parte do percurso, não resistiu a um acidente no norte da Índia. “Fui abalroado por um camião do exército Indiano na berma da estrada e embora tivesse substituído algumas peças, a bicicleta não aguentou”. Mesmo assim continua, “ainda resistiu a Kuala Lumpur e a Malaca onde comprei outra”. Foi então que a despachou para a China. O certo é que três meses depois, “já eu tinha andado pela indonésia, Singapura, Malásia, Tailândia, Myanmar e Camboja e ninguém sabia onde parava a bicicleta”. Após muitos telefonemas, foi encontrada e enviada para uma amiga do Eric em Kuala Lumpur. Foi ela que a trouxe para Kunming.” Depois de entregue só faltava mesmo os dois amigos voltarem a encontrar-se. “Quando cheguei à casa dele a reacção foi extraordinária. Recebeu-me de braços abertos juntamente com a sua família e alguns amigos”. Hernâni vai ficar mais uns dias. Esta volta ao mundo era um sonho de criança e “quando me vi reformado tive a noção que não ia ficar parado em casa à espera que a morte chegasse. Vendi tudo, carro, mobílias, casa e decidi viajar”. Foi a concretização de um sonho de menino.