Grupo étnico diz que ataque aéreo por militares de Myanmar matou 60 pessoas

Ataques aéreos levados de militares de Myanmar mataram mais de 60 pessoas durante uma celebração da principal organização política da minoria étnica Cachim, acusaram esta segunda-feira membros do grupo e um elemento da equipa de resgate.

O ataque relatado ocorreu três dias antes de os ministros dos Negócios Estrangeiros do sudeste asiático realizarem uma reunião especial na Indonésia para discutir o aumento da violência em Myanmar (antiga Birmânia).

O número de vítimas na celebração de domingo à noite da Organização da Independência de Cachim, no estado com o mesmo nome, a confirmar-se seria o mais elevado num ataque aéreo desde que os militares tomaram o poder, em fevereiro do ano passado, derrubando o governo eleito de Aung San Suu Kyi.

Embora não tenha sido possível confirmar de forma independente detalhes do ataque, meios de comunicação social simpatizantes com o movimento de Cachim divulgaram vídeos mostrando imagens do que dizem ser o rescaldo do ataque. Não houve comentários imediatos por parte dos meios de comunicação militares ou governamentais.

Myanmar vive há décadas rebeliões de minorias étnicas que reclamam a autonomia, mas a resistência antigovernamental aumentou acentuadamente em todo o país com a formação de um movimento armado pró-democracia que se opôs à tomada de posse militar do ano passado.

A celebração de domingo do 62º aniversário da fundação da Organização da Independência de Cachim decorreu numa base também usada para treino militar pelo Exército da Independência de Cachim, a ala armada do movimento.

Um porta-voz da associação de artistas de Cachim disse à Associated Press, por telefone, que aviões militares lançaram quatro bombas quando entre 300 e 500 pessoas estavam presentes, pedindo para não ser identificado por temer punição pelas autoridades.

25 Out 2022

Taiwan | Aviões do continente no espaço aéreo da ilha será considerado um “ataque”

Uma incursão de aviões militares chineses no espaço aéreo de Taiwan seria considerada “um primeiro ataque contra o país”, disse o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, informou ontem a agência de notícias CNA.

O ministro fez esta observação na quarta-feira, durante uma reunião do Comité de Defesa Nacional da Câmara Legislativa da ilha. “A defesa nacional é uma linha vermelha para Taiwan”, disse, avisando que seriam tomadas “contramedidas” se a linha for atravessada.

Pequim respondeu à visita em Agosto à ilha pela líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, com manobras militares que incluíram fogo real, com aviões chineses a atravessarem a linha média do Estreito de Taiwan, que na prática tinha sido uma fronteira não oficial tacitamente respeitada por Taipé e Pequim nas últimas décadas. Chiu acusou Pequim de “quebrar” este acordo.

No ano passado, Taipé registou numerosas incursões de aviões militares chineses na sua ADIZ (zona de identificação de defesa aérea), que não está definida ou regulamentada por nenhum tratado internacional e não corresponde ao seu espaço aéreo. Chiu explicou também que Taiwan continuará a comprar armas dos Estados Unidos, o principal fornecedor de armas ao território, “de acordo com as necessidades” da ilha.

A China chamou à viagem de Pelosi uma “farsa” e uma “traição deplorável” e decretou sanções comerciais a Taiwan, que descreveu os exercícios militares como um “bloqueio”. O ministro disse que várias agências governamentais de Taiwan estão a avaliar a possibilidade de alargar o serviço militar obrigatório na ilha “de quatro para 12 meses”.

7 Out 2022

Conflito | Índia confirma ataque aéreo na Caxemira paquistanesa

[dropcap]A[/dropcap]utoridades indianas confirmaram ter lançado ontem um ataque aéreo na Caxemira paquistanesa e matado “um grande número” de militantes do grupo islâmico JeM, em resposta ao atentado-suicida, na semana passada, que abateu 42 pessoas na Caxemira indiana.

O secretário do Exterior, Vijay Gokhale, afirmou que a Índia atingiu “o maior campo de treinos” do JeM na região de Balakot, confirmando assim a escalada de tensão entre os dois países vizinhos

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, recebeu ontem de manhã o Comité do Gabinete de Segurança e à saída da reunião o ministro de Recursos Humanos, Prakash Javadekar, declarou que “este foi um passo necessário da Força Aérea e que todo o país apoia as forças armadas”.

Horas antes, o Exército do Paquistão já tinha afirmado que caças indianos entraram no território paquistanês e lançaram explosivos, sem causar vítimas mortais, “depois de uma resposta eficaz da Força Aérea do Paquistão”, combatentes indianos lançaram explosivos e fugiram, escreveu o porta-voz do Exército, Asif Ghafoor, no Twitter.

Na mesma publicação, o porta-voz partilhou fotografias que mostram uma cratera e restos do que aparenta ser uma bomba.

Segundo Asif Ghafoor, não foram registadas quaisquer vítimas nem danos, durante a operação indiana na área de Balakot, na província de Khyber Pakhtunkhwa, um território fora da região disputada da Caxemira.

Rebelião em curso

Na semana passada, 42 pessoas morreram num atentado suicida que ocorreu na Caxemira indiana, tornando-se o mais mortífero ataque desde 2002.

Reivindicado pelo grupo islâmico JeM, o atentado-suicida foi perpetrado com uma carrinha carregada de explosivos detonada perto de uma coluna de 78 veículos transportando cerca de 2.500 membros da Central Reserve Police Force (CRPF), uma força paramilitar.

A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947.

O total das forças indianas na parte controlada por Nova Deli é estimado em cerca de 500.000 efectivos.

Uma rebelião separatista mortífera destabiliza a Caxemira indiana desde 1989.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar de forma dissimulada as infiltrações na sua parte do território e a própria revolta armada, o que Islamabad sempre negou.

China pede contenção

A China pediu ontem ao seu aliado Paquistão e à Índia que demonstrem moderação, após o bombardeamento de Nova Deli a um “campo de treino” islâmico num território controlado por Islamabad. “Esperamos que a Índia e o Paquistão tenham contenção e ajam de maneira a estabilizar a situação na região e melhorem as suas relações, e não o contrário”, disse à imprensa o porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang. Para Pequim, “a luta contra o terrorismo é uma questão global e um desafio global que requer a cooperação de diferentes Estados”. “Condições favoráveis devem estar em vigor para fomentar a cooperação internacional”, disse Lu. A China é o principal aliado do Paquistão e tem uma relação difícil com a Índia. Os exércitos dos dois países viveram um período de tensões no Verão de 2017, nos Himalaias.

27 Fev 2019