Hoje Macau China / ÁsiaLíderes da Austrália e China tentam estabilizar relações O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, e o presidente chinês, Xi Jinping, reuniram-se ontem à margem da cimeira do G20, numa tentativa de estabilizar as relações diplomáticas entre os dois países. “Tivemos as nossas divergências (…), mas o nosso relacionamento bilateral é importante”, disse Albanese, no início do encontro. “Presidente Xi, espero que hoje tenhamos uma troca e um diálogo construtivos”, disse Albanese, insistindo na necessidade de respeitar o direito internacional e trabalhar por uma região do Indo-Pacífico “estável, próspera e pacífica”, num momento de “grande incerteza” no mundo. No dia 13, tinha decorrido a primeira reunião frente-a-frente entre altos representantes da China e da Austrália em três anos, onde o primeiro-ministro chinês Li Keqiang disse, enquanto se reunia com Albanese, que “a China está pronta para se encontrar com a Austrália a meio caminho e trabalhar em conjunto para promover laços sustentados e saudáveis”, no meio de uma série de sinais positivos que Camberra enviou nos últimos dias. Albanese disse a Li que o seu país está disposto a reforçar os intercâmbios de alto nível com a China e a promover conjuntamente o desenvolvimento saudável das relações bilaterais. “Tive uma grande conversa com o primeiro-ministro Li. Foi muito positiva e construtiva”, disse Albanese aos repórteres no domingo após a reunião, informou a AFP. Noutro esforço para aliviar as tensões com a China, a Ministra dos Negócios Estrangeiros australiana Penny Wong, no seu primeiro grande discurso político, culpou o anterior governo de coligação pela ruptura das relações com a China, dizendo que os Trabalhistas “procurariam cooperar onde pudéssemos”, noticiou a SBS News, com sede na Austrália, no domingo. Desde que tomou posse, Wong reuniu-se duas vezes com o MNE Wang Yi para restabelecer o mecanismo de diálogo. “Nessas reuniões, expressei francamente os pontos de vista da Austrália sobre uma série de questões de comércio bilateral, consular e de direitos humanos, bem como de segurança regional e internacional”, revelou Wong. No entanto, o ministro australiano do Comércio, Don Farrell, disse que estão dispostos a discutir “fora das fronteiras” com a China, em vez de forçar uma decisão da OMC sobre as actuais disputas comerciais entre os dois países. O ministro disse que independentemente do que aconteça na OMC, as empresas australianas estão a procurar “minimizar a exposição ao risco”, diversificando a sua actividade fora do mercado chinês. “As observações de Farrell são de facto um eufemismo para a ‘dissociação’ com a China, e isso em si mesmo cai novamente numa mentalidade de Guerra Fria. Não há forma de substituir um mercado tão grande como o da China, e é apenas sensato que a Austrália mostre a sua sinceridade em seguir na mesma direcção que a China”, disse Chen Hong, presidente da Associação Chinesa de Estudos Australianos. A China é o mercado de exportação nº1 de minério de ferro australiano, com mais de 60% a ir para o mercado chinês, tornando o sector parte da espinha dorsal da economia australiana. A China é também o principal mercado para outros produtos australianos que vão desde o vinho à carne de vaca e lagostas.