Hoje Macau China / ÁsiaCabo Verde | China doa 1.042 toneladas de arroz ao arquipélago africano Pequim tenta atenuar as dificuldades de muitas famílias cabo-verdianas que lutam por ter pelo menos uma refeição diária na mesa face à escalada dos preços decorrente da situação internacional e da quebra do turismo. Cabo Verde vai distribuir gratuitamente por instituições sociais e de saúde 1.042 toneladas de arroz doadas pela China, que chegam este mês, para mitigar os efeitos da escalada de preços, segundo resolução aprovada em Conselho de Ministros. “Tendo em conta a situação vivida por muitas famílias, as ajudas alimentares supramencionadas devem ser distribuídas gratuitamente às organizações públicas e da sociedade civil de cariz social, lares de idosos, hospitais e centros de saúde do país”, lê-se na mesma resolução que “determina a distribuição gratuita” desse donativo. “Cabo Verde continua a enfrentar os efeitos da guerra na Ucrânia e da crise inflacionária, impactando de forma negativa o sistema agroalimentar, mormente, os preços dos produtos alimentares de primeira necessidade (PAPN). Graças às medidas de reforço da resiliência do sistema alimentar implementadas pelo Governo e com apoio dos parceiros de desenvolvimento, a situação da insegurança alimentar não se agravou”, refere-se ainda na resolução. Acrescenta-se que os dados da última análise do Quadro Harmonizado, de Março de 2023, “demonstraram que devido à conjuntura caraterizada por aumento dos preços dos produtos alimentares e aumento do custo de vida, 17 por cento das pessoas estão na fase 2 (subpressão), 8 por cento na fase de crise alimentar (fase 3) e 1 por cento estão em emergência alimentar (fase 4)”. “Considerando a imprevisibilidade dos factores que vêm condicionando o acesso económico aos alimentos por parte das famílias, o Governo continuou a implementar medidas de mitigação e a mobilizar apoios dos parceiros internacionais. Neste contexto, o Governo, no âmbito dos Acordos de Cooperação, recebeu do Governo da República Popular da China uma ajuda alimentar de mil e quarenta e duas toneladas de arroz, para o reforço do abastecimento de PAPN, com chegada prevista para o final do mês de Maio do corrente ano”, lê-se ainda. Em recuperação Do donativo total, 302 toneladas de arroz serão entregues em lares de idosos, 340 toneladas a hospitais e centros de saúde, e 400 a organizações da sociedade civil e instituições de cariz social. A distribuição desta ajuda alimentar será assegurada pela Direcção Geral de Inclusão Social, em articulação com o Secretariado Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, “mediante critérios e procedimentos aprovados pelo ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social”. Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – sector que garante 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago – desde Março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8 por cento do PIB, seguindo-se um crescimento de 7 por cento em 2021 e 17,7 por cento em 2022, impulsionado pela retoma da procura turística.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | ONG acusa exército de travar ajuda aos rohingya [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] organização não-governamental Burma Human Rights Network (BHRN) acusou ontem o governo birmanês de estar a bloquear a entrega de ajuda humanitária às aldeias da minoria muçulmana rohingya no oeste do país. Em comunicado, a BHRN indicou que muitas aldeias próximas do município de Buthidaung, no estado de Rakhine, não receberam ajuda desde a mais recente vaga de violência que teve início em 25 de Agosto. “Todas as aldeias perto da localidade precisam de comida. Aqui [Buthidaung] podemos sobreviver, mas as aldeias são pobres. Desde 25 de Agosto não foi permitida a chegada de ajuda das ONG”, indicou um morador à BHRN. Os activistas assinalaram que as autoridades também impedem o acesso da ajuda humanitária da ONU ao norte de Rakhine, onde vive a maioria dos rohingya. Segundo a ONG, apenas chegam à área suprimentos limitados de grupos locais ou da Cruz Vermelha, mas, ainda segundo a mesma organização, destinam-se, na sua maioria, às aldeias dos budistas ‘rakhine’. A ONU elevou no domingo para 519.000 o número de rohingya que chegaram ao Bangladesh em fuga da violência na Birmânia desde 25 de Agosto, dias após ter revisto o plano de resposta à crise humanitária no país. A BHRN denunciou ainda que as autoridades do Bangladesh destruíram pelo menos duas dezenas de barcos utilizados para transportar rohingya sob o pretexto de que estavam a ser usados para introduzir drogas no país e detiveram pescadores por ajudarem os membros daquela minoria que fogem da violência. Face à falta de barcos para a travessia, os activistas afirmam que milhares de rohingya encontram-se encurralados na foz do rio Naf, que separa os dois países. Neste sentido, a ONG pediu ao Myanmar para permitir a entrada de ajuda humanitária em Rakhine e ao Bangladesh para que facilite a entrada daquela minoria apátrida, considerada pela ONU como uma das mais perseguidas do planeta. Resposta brutal A crise dos rohingya começou a 25 de Agosto, após um ataque de um grupo rebelde desta minoria muçulmana às instalações policiais e militares no estado de Rakhine, uma acção a que o exército respondeu com uma ofensiva que ainda prossegue. De acordo com testemunhas e organizações de direitos humanos, o exército da antiga Birmânia arrasou povoações incendiando-as e matou um número indeterminado de civis a tiro enquanto esvaziava essas localidades. O Governo assegurou que a violência foi desencadeada por “terroristas rohingya”, mas o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos classificou a operação militar como “limpeza étnica”. Antes da campanha militar, os rohingya que habitavam em Rakhine eram estimados em um milhão. O Myanmar, onde mais de 90% da população é budista, não reconhece cidadania aos rohingya, os quais sofrem crescente discriminação desde o início da violência sectária em 2012, que causou pelo menos 160 mortos e deixou aproximadamente 120 mil pessoas confinadas a 67 campos de deslocados.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Cabo Verde seduz investimento chinês [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro da Economia e Emprego cabo-verdiano, José da Silva Gonçalves, apontou ontem, em Pequim, a “localização estratégica” e “estabilidade política e económica” de Cabo Verde como valências para atrair investimento chinês. Cabo Verde “está numa encruzilhada entre quatro continentes” e, “certamente, a China, pelos seus interesses e posicionamento no mundo, vê isso como uma complementaridade”, disse à agência Lusa o ministro cabo-verdiano. José da Silva Gonçalves, que participou na China da 22.ª Assembleia-Geral da Organização Mundial do Turismo, lembrou ainda que Cabo Verde “é o único país de rendimento médio na [sua] região” e que goza de “estabilidade política, social e macroeconómica”. As relações entre as duas nações, que remontam ao início da luta pela independência em Cabo Verde, foram formalizadas a 25 de abril de 1976, com o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Alguns dos principais edifícios em Cabo Verde, como a Assembleia Nacional, Palácio do Governo ou Estádio Nacional, foram financiados e construídos por Pequim. Mão de Macau A primeira iniciativa de uma empresa privada chinesa no país, contudo, só agora está a nascer. Com um investimento estimado em 250 milhões de euros, o empreendimento turístico da praia da Gamboa e ilhéu de Santa Maria, do empresário de Macau David Chow, vai ocupar uma área de aproximadamente 153 mil metros quadrados e inclui, além de um empreendimento turístico de luxo, um casino. A expectativa é que venha a gerar 2.100 postos de trabalho directos e a receber diariamente 12 mil pessoas nos sectores do comércio, lazer, desporto e cultura. José da Silva Gonçalves lembra a importância do projecto para diversificar a oferta turística do país africano, muito ligada ao sol e mar, acrescentando jogos de azar, golfe e salas de conferência, que permitirão atrair turismo de negócios. “Será uma extensão daquilo que é Macau, numa escala muito diminuta”, apontou o ministro, numa referência à Região Especial Administrativa chinesa, que é o maior centro de jogo do mundo. Com uma população de cerca de 530.000 habitantes, Cabo Verde recebeu, em 2016, 644.000 turistas, um acréscimo de 13,2% face ao ano anterior. “É uma área muito importante para a nossa economia, que corresponde a mais de 20% do PIB”, lembrou o ministro. Na China, José da Silva Gonçalves vai ainda participar esta semana num fórum dedicado à Economia Azul, na ilha de Pingtan, província de Fujian. Seul | Oito milhões de dólares em ajuda humanitária para Pyongyang [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]eul aprovou ontem o envio de oito milhões de dólares em ajuda humanitária para Pyongyang, apesar da tensão na península e a recente aprovação de novas sanções contra o regime pelos seus testes de armas. O Executivo de Moon Jae-un deu ontem luz verde ao envio destas ajudas, que vão ser canalizadas através de organismos da ONU e que são especialmente destinadas a mulheres grávidas e crianças, explicou o Ministério de Unificação norte-coreano em comunicado. Seul considera estes dois grupos especialmente vulneráveis a nível alimentar, atendendo às más colheitas que se esperam este ano na Coreia do Norte. Um recente relatório da ONU alerta para os problemas de má nutrição que afectam 72% dos norte-coreanos, enquanto a UNICEF recordou em comunicado que os menores de cinco anos são especialmente vulneráveis a esta situação, assim como as deficiências dos sistemas de saúde locais. O Governo sul-coreano anterior, no poder até Maio último, tinha decidido suspender toda a ajuda humanitária ao país vizinho na sequência do quarto teste nuclear realizado em Janeiro de 2016. Esta é a primeira ajuda que Seul vai enviar para Pyongyang desde Dezembro de 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaAssinado acordo de ajuda humanitária à Síria [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] embaixada chinesa e a Comissão de Planeamento e Cooperação Internacional da Síria (ICC, na sigla em inglês), assinaram dois acordos no domingo, sob os quais a China oferecerá dois lotes de ajuda humanitária no valor de 16 milhões de dólares ao governo sírio. Os acordos foram assinados no próprio dia pelo embaixador chinês na Síria, Qi Qianjin, e Imad Sabuni, diretor da ICC. De acordo com Qi, a entrega da ajuda humanitária terá lugar em breve. Durante a cerimónia de assinatura do acordo, realizado na sede da ICC, em Damasco, Qi frisou que a China está satisfeita por oferecer ajuda humanitária à Síria, destacando o empenho do país em apoiar a Síria, devastada pela guerra nos últimos anos. O embaixador chinês disse ainda estar optimista relativamente aos recentes esforços políticos para alcançar uma solução para a crise, aludindo às recentes conversas realizadas em Astana, onde os rebeldes e o governo sírio se encontraram cara a cara pela primeira vez e chegaram a acordo para um cessar-fogo, patrocinado pela Rússia e Turquia. Qi mencionou ainda as conversas a terem lugar no final do mês, em Genebra, onde uma solução política deverá ser discutida, depois do sucesso das negociações em Astana. “Estamos muito satisfeitos pelo o facto destes esforços estarem a dar frutos. Esperamos que 2017 seja o ano do retorno da paz à Síria,” afirmou o embaixador.