Cooperação | O Lam defende laços com universidades lusófonas

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura quer tornar Macau “num local de concentração de quadros qualificados no mundo” e “aproveitar plenamente a mistura única das culturas oriental e ocidental”

Foto: Macau Post Daily

 

A nova secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, prometeu reforçar a cooperação com as universidades lusófonas.

A dirigente defendeu a necessidade de “expandir o ‘círculo de amizades’ a nível internacional através de laços estreitos com as instituições de ensino superior dos países de língua portuguesa e dos países ao longo de ‘Uma Faixa, Uma Rota'”.

A iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” é o enorme programa estratégico de infra-estruturas internacionais lançado pelo líder chinês Xi Jinping em 2013.

Num comunicado, O Lam garantiu que irá “continuar a promover a internacionalização do ensino superior de Macau, aprofundar as reformas, inovar os mecanismos e melhorar a qualidade do ensino superior”.

A secretária afirmou querer “tornar Macau num local de concentração de quadros qualificados no mundo”, dando como exemplo os quatro laboratórios de referência do Estado chinês. Por outro lado, O Lam sublinhou ainda a necessidade de “envidar esforços para transformar Macau num ponto de ligação relevante de alto nível do país na abertura ao exterior”.

A secretária apontou como objectivo “aproveitar plenamente a mistura única das culturas oriental e ocidental (…), tornando Macau uma porta importante para o intercâmbio e a compreensão mútua entre as civilizações chinesa e ocidentais”.

Os comentários de O Lam surgiram em resposta a um discurso do director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, num seminário realizado em Pequim na quinta–feira. Xia defendeu a necessidade de “aproveitar ao máximo (…) a função de Macau enquanto elo na cooperação com os países de língua portuguesa”, para reforçar a abertura da China ao exterior.

Ligação lusófona

Em 20 de Dezembro, depois de tomar posse, em declarações aos jornalistas, sem direito a perguntas, O Lam defendeu a necessidade de “aproveitar melhor as vantagens da mistura de culturas ocidental e oriental” para construir em Macau “um local de agregação de quadros qualificados”.

Horas antes, Xi Jinping disse ao novo Governo de Macau que a região deve “continuar a cooperar em todos os aspectos com os países de língua portuguesa”. Num discurso, Xi sublinhou que Macau é “o único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês” e defendeu que a cidade tem de aproveitar “a sua singularidade” para desempenhar “o papel de plataforma entre a China” e os países lusófonos.

O território tem “desempenhado um papel muito importante ao longo da história” da China, como “uma janela para o exterior”, “aproveitando a sua vantagem única de ser a mistura de diferentes culturas”, disse o líder chinês.

Mas Xi sublinhou que Macau precisa de “uma atitude mais tolerante, mais aberta, de estabelecer mais laços de cooperação com o exterior”, para ter “o seu lugar no palco internacional”.

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