China / ÁsiaTai Po | Anunciada comissão que vai investigar incêndio Hoje Macau - 15 Dez 2025 O grupo de trabalho, liderado pelo juiz David Lok, espera apresentar resultados sobre os motivos que estiveram na origem da tragédia, que fez pelo menos 160 mortos, no prazo de nove meses As autoridades de Hong Kong anunciaram sexta-feira a comissão de investigação que se encarregará de analisar as circunstâncias do incêndio de 26 de Novembro no complexo residencial Wang Fuk Court, que provocou pelo menos 160 mortos. A comissão será liderada pelo juiz do Tribunal de Primeira Instância do Tribunal Superior de Hong Kong, David Lok, “e começará formalmente o trabalho no final deste mês, com a perspectiva de concluir o trabalho nove meses após o início da tarefa”, segundo referiu um comunicado publicado pelo executivo da região administrativa especial chinesa. A comissão irá examinar todos os aspectos do incêndio, a começar pelas causas que aceleraram a propagação das chamas, supostamente atribuída aos materiais de protecção das reparações do edifício, mas também irá avaliar a resposta dos bombeiros ao pedido de socorro e a situação legal das obras. De acordo com as conclusões finais da equipa, a comissão irá apresentar ao Chefe do Executivo do território, John Lee, uma série de propostas para elaborar. O mandatário prometeu à população uma série de “reformas profundas, com o objectivo de evitar que incidentes semelhantes se repitam”. Durante o anúncio da comissão, John Lee admitiu que o juiz investigador enfrenta uma “tarefa titânica” e que talvez nove meses seja um prazo insuficiente. “O facto é que quero resolver esta questão o mais rapidamente possível e decidi estabelecer um prazo que considero realista, desde que a comissão disponha de meios suficientes para agir”, afirmou. “É uma grande responsabilidade e um desafio em apenas nove meses, mas todos eles têm a paixão e o amor por Hong Kong necessários para assumir essa responsabilidade com tanta coragem. Estou profundamente grato a eles”, concluiu. Chefias em causa As autoridades anticorrupção estão a investigar directamente 13 pessoas ligadas ao incêndio sob a presunção de terem cometido homicídio por negligência, entre elas os directores e um consultor de engenharia de uma empresa de construção responsável pelas obras de remodelação do edifício. Na terça-feira, as Nações Unidas expressaram preocupação pelas detenções de pessoas que exigem explicações sobre o pior incêndio que a cidade sofreu em décadas. “Os habitantes de Hong Kong exigem legitimamente respostas e que os responsáveis prestem contas, para que as centenas de vítimas sejam devidamente indemnizadas e para que uma tragédia como esta não se repita”, afirmou o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, num comunicado. Na sequência do incêndio de 26 de Novembro, as autoridades lançaram um aviso contra aqueles que “exploram a tragédia”, tendo detido até então quatro pessoas por sedição.