HK: Relações com Japão devem respeitar “a dignidade” da China

O líder do Governo de Hong Kong disse ontem que os laços com o Japão devem respeitar “a dignidade” da China, mas recusou confirmar o corte de relações com o consulado-geral japonês na região. A relação com o Japão “deve estar alinhada com a dignidade da nação e com os benefícios dos habitantes de Hong Kong”, disse John Lee Ka-chiu aos jornalistas.

Horas antes, a imprensa japonesa avançou que Hong Kong tinha ordenado, no domingo, o corte imediato das relações oficiais com o consulado-geral do Japão e cancelou um programa de intercâmbio de estudantes, face ao agravamento da disputa diplomática sino-nipónica devido a Taiwan.

John Lee não confirmou o corte de relações, mas admitiu que “as declarações extremamente erradas” da primeira-ministra japonesa “deterioraram gravemente o clima para os intercâmbios entre a China e o Japão”. Em 07 de novembro, Sanae Takaichi disse que Tóquio poderia recorrer à força se Pequim tentasse ocupar ou bloquear Taiwan, algo que o Governo chinês classificou de “interferência intolerável”.

“Estas palavras feriram profundamente os sentimentos do povo chinês e põem em causa a ordem internacional do pós-guerra. Nenhum chinês as pode aceitar”, afirmou John Lee. “Isto faz-nos duvidar da eficácia de muitos intercâmbios. Vamos acompanhar de perto o desenvolvimento”, disse o chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa.

Em suspenso

O gabinete de Educação de Hong Kong anunciou a retirada de 18 estudantes e professores do programa JENESYS, uma iniciativa lançada por Tóquio em 2007 e na qual a antiga colónia britânica participava desde 2008. A viagem, que deveria acontecer entre 07 a 13 de Dezembro, incluía aulas em escolas japonesas, alojamento com famílias japonesas e visitas a locais históricos.

“Depois de avaliar o aumento de incidentes contra cidadãos chineses e de dar prioridade à segurança dos estudantes e professores, foi decidido não participar”, declarou o organismo. Hong Kong suspendeu também, por tempo indeterminado, um fórum empresarial previsto para 18 de Novembro sob a égide da agência governamental Invest Hong Kong, depois de as autoridades locais proibirem a presença de pessoal consular japonês.

Foi igualmente cancelada uma reunião de alto nível sobre cooperação económica prevista para o início de Dezembro com o cônsul-geral japonês.

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