Saúde | Infecções gastrointestinais triplicam em Julho

No passado mês de Julho, os casos de norovírus mais que triplicaram em relação a Junho, registando uma subida anual de 44 por cento para 13 casos afectados por problemas do tracto gastrointestinal. Em sentido contrário, as infecções por gripe desceram mais de um terço de entre Junho e Julho

 

Estão de volta as doenças típicas do Verão, como os enterovírus que causam síndrome mão-pé-boca, enquanto doenças como a gripe e a escarlatina passam a afectar menos pessoas. Os números relativos às patologias mais frequentes no passado mês de Julho foram revelados ontem pelos Serviços de Saúde (SS) nos dados estatísticos de doenças de declaração obrigatória.

As autoridades destacam o aumento das infecções por norovírus, apesar de apenas terem sido notificadas de 13 casos em Julho. No entanto, este total reflecte um aumento de 44,4 por cento face ao mês anterior e 220% em relação a Julho de 2024.

A infecção por norovírus é uma doença transmissível do tracto gastrointestinal transmitida principalmente pelo consumo de alimentos ou água contaminados, pelo contacto com vómitos ou excrementos dos doentes ou materiais contaminados. A transmissão pode também ocorrer através de gotículas de saliva no ar. O norovírus é o principal agente patogénico da gastrenterite não bacteriana e pode causar surtos de gastrenterite em lares de idosos e escolas. Os SS indicam que esta patologia tem maior incidência no Inverno.

No mês em análise, as autoridades registaram um total de 1.158 casos de doenças de declaração obrigatória através de informações cedidas por instituições médicas públicas ou privadas, médicos que efectuem o primeiro diagnóstico ou certificado de óbito, assim como técnicos de diagnóstico laboratorial. Actualmente, a legislação exige declaração obrigatória de 45 doenças transmissíveis.

Como é habitual, a gripe é responsável pela larga maioria dos casos de doenças de declaração obrigatória, apesar do declínio no Verão. Em Julho deste ano, foram declaradas 831 infecções, menos 34,1 por cento face ao mês anterior e uma ligeira diminuição de 1 por cento face a Julho de 2024.

Escola da vida

A patologia que ocupa o segundo lugar no pódio é a infecção por enterovírus (184 casos), uma doença que “ocorre durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no Verão que tem maior incidência”, notam os SS. Apesar deste tipo de infecções ter aumentado a nível anual 20,3 por cento, desceu significativamente (66,7 por cento) dos 552 casos registados em Junho.

A diminuição mensal destas infecções pode estar relacionada com as férias escolares, uma vez que ocorrem “na maioria dos casos em crianças com idade inferior a 5 anos”. Os SS acrescentam que os surtos de enterovírus, em particular que resultam em síndrome mão-pé-boca, são consequência frequentemente do contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância.

Além da síndrome de mão-pé-boca, estes vírus podem provocar também herpangina e nos casos mais graves miocardite e meningite asséptica.

A escarlatina é outra doença que infecta principalmente crianças, entre os 2 e 8 anos, e que é mais activa durante o período escolar, ou na Primavera e Inverno. Em Julho, as autoridades deram conta de 27 casos de escarlatina, o que representou uma diminuição de 69,3 por cento em relação aos 88 casos registados em Julho do ano passado, e de 53,4 por cento em relação aos 58 casos de Junho deste ano.

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