PolíticaGoverno admite dificuldades na promoção do turismo com barcos Andreia Sofia Silva - 8 Jul 2025 Susana Wong, directora da Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), referiu ontem que a actual legislação da RAEM apenas permite o estacionamento de embarcações de recreio privadas em Macau, sendo difícil expandir esse sector para um turismo de iates, por exemplo. “Não se vêm muitos resultados. Assinámos alguns acordos com Guangdong, mas não temos muitas embarcações em Macau. No Parque da Concórdia há 200 docas e, por causa da pandemia, não tivemos muitas embarcações a chegar, e também por causa da situação económica.” A responsável explicou ainda que, embora Macau tenha sob sua jurisdição “85 quilómetros quadrados de áreas marítimas, temos sempre a dúvida se podemos liberalizar o licenciamento destas embarcações, pois as áreas marítimas são reduzidas”. Questão de higiene Susana Wong adiantou também que em “Hong Kong é diferente, há muitas ilhas, a possibilidade de alugar embarcações e isso não temos em Macau”. “Temos de ponderar a liberalização do mercado de forma global, mas há que dar prioridade à segurança. Há resíduos a aparecer nas nossas zonas marítimas, com águas amareladas que têm origem nas correntes oriundas das regiões vizinhas. Temos de acarretar essa segurança dos utentes das praias”, acrescentou. Ainda assim, Susana Wong prometeu que, no próximo concurso público para a limpeza das zonas marítimas, vão ser exigidos no caderno de encargos “mais trabalhadores e melhores condições das embarcações”, sendo que, actualmente, há 12 trabalhadores e cinco embarcações de serviço para a recolha de resíduos no Delta do Rio das Pérolas. O deputado Ron Lam foi um dos que abordou esta questão, referindo que “o Governo deveria ponderar melhor sobre o aluguer dos barcos de recreio”, pelo facto de Macau gerir 85 quilómetros quadrados de zonas marítimas, mas ser um local onde “não podemos alugar um barco de recreio para passeios individuais”. “Devemos dar mais espaço para que haja mais passeios marítimos. Falamos, mas não avançamos nesse sentido, e temos de ter licenciamento para isto”, frisou.