Grande Plano MancheteCriminalidade | “Jogo ilícito” com aumento superior a 900 por cento Andreia Sofia Silva - 28 Mai 2025 As alterações à “Lei de combate aos crimes de jogo ilícito”, que aditaram o crime de câmbio ilegal, levaram a mais ocorrências. Só num ano houve um aumento de 906,3 por cento de crimes associados ao “jogo ilícito”. Os dados são relativos ao primeiro trimestre deste ano e foram ontem divulgados pelo secretário Wong Sio Chak A lei mudou e o crime aumentou. Foi assim com o câmbio ilegal em casinos, uma vez que a actividade passou a ser criminalizada com a alteração à “Lei de combate aos crimes de jogo ilícito” no ano passado. Segundo o balanço da criminalidade feito ontem, os crimes associados ao jogo ilícito subiram 906,3 por cento, tendo-se registado 161 casos no primeiro trimestre deste ano face aos 16 do ano passado, crescimento potenciado pelos casos de câmbio ilegal. A mudança legislativa em causa “levou a um grande aumento deste tipo de criminalidade, sobretudo no que diz respeito aos câmbios ilegais”, foi referido. Ao aditar-se o crime de “Exploração de câmbio ilícito para jogo”, foi assim, ajustado “o âmbito de cobertura de alguns crimes relacionados, o que teve como consequência o aumento dos crimes relacionados com o jogo ilícito”, foi acrescentado. Na conferência de imprensa de ontem, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, referiu que as autoridades policiais vão continuar “a reforçar os trabalhos de prevenção e de execução da lei”, além de acompanharem “e analisarem o desenvolvimento da criminalidade”. Trocas e baldrocas Em termos gerais, os crimes associados ao jogo também aumentaram, com a instauração de 567 inquéritos, mais 216 face ao primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 61,5 por cento. Segundo uma nota de imprensa do gabinete de Wong Sio Chak, “acredita-se que a causa principal deste aumento está relacionada com a criminalização da ‘troca ilegal de dinheiro'”, “o desmantelamento de várias redes criminosas pertinentes, nas operações conjuntas, assim como factores incertos da sociedade resultantes do aumento de turistas”. No panorama geral da criminalidade, a polícia instaurou, no total, 3.289 inquéritos criminais, o que representa um decréscimo de 260 casos e traduz uma decida de 7,3 por cento relativamente ao mesmo período do ano de 2024. Táxis | Mais de 700 infracções em três meses Os dados divulgados ontem pelo Executivo mostram como as infracções cometidas por taxistas não pararam de aumentar. Só no primeiro trimestre deste ano foram registadas 773 infracções, sendo que 660 foram detectadas pelos agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Segundo as autoridades, “mais de metade foram situações em que os condutores de táxis não aguardaram por ordem de chegada pelos clientes nas praças de táxis”. A polícia diz ter “tratado os casos em conformidade com a lei e apelado aos infractores para não voltarem a infringir a lei”.