Ai Portugal VozesSondagens da treta André Namora - 7 Abr 2025 O que é uma sondagem? É um inquérito realizado por empresas criadas para indagar junto das pessoas algo de que se pretende ter uma ideia generalizada. Bem, generalizada nunca é possível. Porque a maioria das sondagens políticas é uma treta. Existem os mais variados tipos de sondagens: encomendadas pelos partidos políticos, por canais de televisão e de rádio, por jornais e algumas simplesmente por grupos económicos. As sondagens políticas em Portugal têm sido um chorrilho de enganos relativamente ao resultado final em dia de eleições. Houve um ano, em que as sondagens todas realizadas junto dos inquiridos davam a vitória ao Partido Socialista e quem venceu as eleições foi o PSD. E o contrário também já aconteceu. As sondagens que ultimamente têm sido divulgadas, em relação à próximas eleições legislativas antecipadas e marcadas para o próximo dia 18 de Maio, têm deixado a maioria da população desorientada. E porquê? Ora, porque as sondagens são uma treta. Algumas sondagens têm sido realizadas – numa população de milhões de pessoas – junto de 500, 800 ou 1000 pessoas, com a agravante de os contactos serem efectuados para números de telefones fixos. E quem é que tem hoje em dia telefone fixo? Uns quantos velhotes e pouco mais. Ora, uma sondagem deste género, incrivelmente encomendada por uma estação de televisão, outra de rádio e um jornal diário, tem alguma credibilidade? Não tem, mas influencia o potencial eleitorado. E aqui é que está o busílis da questão. Há sondagens que apenas visam a influência mental dos eleitores. Existem sondagens para todos os gostos. Chega mesmo a ser vergonhoso. Certas sondagens sabemos que estão pagas à nascença por certo partido político e apresentam sempre esse partido à frente. É a manipulação total. Temos tido outras sondagens que são a disparidade total. Umas dão a vitória à coligação PSD-CDS por seis pontos à frente do Partido Socialista. Outras, apresentam a vitória do PS com três pontos percentuais sobre o PSD-CDS. Há sondagens que dão ao Chega 12,3 por cento enquanto outras fornecem um resultado aos populistas de 18,5 por cento. Obviamente que algo está errado. Até a Universidade Católica que sempre teve a maior credibilidade junto dos portugueses no que respeita a sondagens, para que desta vez não errasse, apresenta um empate técnico entre o PS e o PSD-CDS. A maioria das sondagens é manipuladora do voto futuro do eleitor. A diferença numérica entre as diferentes empresas de sondagens, mostra bem que não bate a bota com a perdigota. Lembramo-nos perfeitamente do que aconteceu nas eleições de 2022, quando os socialistas conquistaram a maioria absoluta com todas as sondagens a darem a vitória ao PSD? O PS acabou por ter mais 5,5 por cento do que aquilo que as sondagens previam e o PSD teve menos 5,5 por cento. As sondagens foram manipuladas para assustar as pessoas e levá-las a votar de uma determinada maneira. O PS nunca teria tido maioria absoluta, se as empresas de sondagens como a Intercampus e não só, não andassem a falar num empate técnico e num taco-a-taco entre PS e PSD, que pura e simplesmente não existia. Um erro colossal, um desfasamento clamoroso entre as sondagens e o que aconteceu na realidade, ou resulta de um festival de incompetência, ou foi uma estratégia criminosa de manipulação geral do eleitorado, leia-se uma burla colossal. No primeiro caso essas empresas de sondagens nunca mais deviam ser contratadas, no segundo teria de haver perdas de alvará. E em ambos os casos, sugerimos que se acabe com a divulgação de sondagens tanto na pré, como em plena campanha eleitoral. Está bem à vista de todos o que se está a passar para as eleições de 18 de Maio. Algumas empresas de sondagens estão mesmo a manipular o eleitorado, inclusivamente quanto ao número de indecisos. Umas sondagens opinam que existem ainda 18 por cento de indecisos, outras dizem que os indecisos andam à volta de 3 ou 4 por cento. Está mais que provado que na maioria dos casos estamos perante sondagens da treta. Porque manipulam, mentem e obedecem a quem encomenda. Por outro lado, temos dirigentes partidários que se riem dos resultados de algumas sondagens. É sabido que os partidos políticos encomendam sondagens apenas para análise interna. E em certos casos, há partidos que têm sondagens bem realizadas e com um vasto número de inquiridos e sabem que a intenção do voto dos portugueses é absolutamente contrária ao que está a ser divulgado por certos canais de televisão e certos jornais. Entretanto, o Partido Popular Monárquico, que foi afastado da AD, contestou judicialmente que o nome Aliança Democrática (AD) continuasse a figurar nos boletins de voto para 18 de Maio. E o tribunal deu-lhe razão e o PSD e o CDS foram proibidos de usar a sigla Aliança Democrática. Mas, como em política a vilanagem é uma constante, logo os dirigentes do PSD e do CDS inventaram uma manobra, para que o Tribunal Constitucional não pudesse reprovar. E apresentaram a denominação “AD-coligação PSD-CDS”. Pronto, venceu a esperteza saloia. Acontece é que existem em Portugal muitos mais monárquicos do que votantes no CDS. Mesmo assim, o PPM já recorreu judicialmente no sentido de suportar que é ilegal manter a sigla AD. Esta campanha eleitoral vai ser dura. Luís Montenegro será confrontado com todos os cambalachos que lhe incumbem. Pedro Nuno Santos não se salvará de ser acusado de inventar três aeroportos para Lisboa de um dia para o outro e de ter prejudicado o país com tudo o que se passou na TAP. E o André Ventura? Bem, esse está a perder eleitores em cada mês que passa e hoje diz uma coisa e amanhã outra. A credibilidade do seu Chega está a baixar paulatinamente, porque também não lhe têm faltados os casos e casinhos, tais como deputado que roubava malas, outro que é suspeito de pedofilia e tantos outros factos que têm levado potenciais eleitores para outras paragens.