Primeiro fundo público em patacas para investidores da Grande Baía

O primeiro fundo do mundo denominado somente em patacas, lançado há seis meses em Macau, passou este mês a estar disponível aos investidores de toda a região da Grande Baía, indicou à Lusa o presidente da empresa gestora.

Num balanço ao primeiro semestre de operações na RAEM, o responsável da empresa gestora do A&P Macau Patacas Fundo de Tesouraria, Bernardo Tavares Alves, notou que o fundo atingiu 200 milhões de patacas, cerca de 1.500 investidores e uma taxa de retorno bruta de 3,86 por cento.

“Foi um sucesso conseguirmos demonstrar não só aos investidores que era possível a pataca ter um retorno bastante superior àquilo que existe nos depósitos bancários, e, nesse sentido, foi uma prova de que tínhamos razão, [que] a pataca pode ser uma moeda de investimento e não só apenas uma moeda transaccional”, disse o fundador e presidente da A&P Sociedade Gestora de Fundos de Investimento.

O fundo público aberto tem como objectivo de investimento a aplicação em instrumentos do mercado monetário de elevada qualidade e em depósitos bancários de curto prazo. Inicialmente dirigido à população local, tornou-se também este mês o “primeiro fundo público de Macau a ser estabelecido e vendido” na área da Grande Baía, no que Bernardo Tavares Alves considera ser um “marco importante” para o desenvolvimento do mercado financeiro da RAEM.

A entrada neste mercado gigante acontece através do programa Southbond Wealth Management Connect, que permite aos investidores daquela área do Interior da China terem acesso a produtos financeiros de Macau e Hong Kong.

Questões de segurança

O fundo integra um pacote de produtos oferecidos pelo Banco da China, instituição depositária do A&P Macau Patacas Fundo de Tesouraria.

A quota total é de 150 mil milhões de yuan, partilhada entre Hong Kong e Macau, sendo que um investidor individual pode usar uma quota de três milhões, explicou Tavares Alves.

O responsável considera também que a iniciativa passa também por “tentar perceber qual é a receptividade dos residentes da Grande Baía para com a pataca e para investir num mercado” como Macau. “É um mercado interbancário, portanto algo bastante seguro. Parece-me um passo certo para tentar explorar esse novo mercado [da Grande Baía]”, assumiu.

Quando o fundo foi lançado, em 2 de Julho, Bernardo Tavares Alves disse à Lusa que um dos objectivos passava por “tentar redefinir a relação do capital” em Macau. “Temos de desenvolver este mercado, já que o Governo diz que nós temos que diversificar a economia e, no sistema financeiro, esta parte de fundos realmente não foi tocada”, acrescentou na altura.

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