10 de Junho | Lançado livro de J.J. Monteiro sobre “Vulgaridades Chinesas”

Será lançado no próximo dia 7 um novo livro de José Joaquim Monteiro, também conhecido por J.J. Monteiro. Já falecido, o autor, ou “poeta-soldado”, deixou muitos escritos por publicar, como é o caso de “Vulgaridades Chinesas”, apresentado agora no âmbito do cartaz de comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas

 

Será publicado, a título póstumo, mais uma obra de José Joaquim Monteiro, também conhecido pelo nome de J.J. Monteiro ou como “poeta-soldado”. A apresentação de “Vulgaridades Chinesas”, obra nunca antes publicada do autor português que faleceu em Macau em 1988, decorre no próximo dia 7, às 18h30, no auditório do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

Este lançamento está integrado no cartaz das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas e contará com a presença de Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), que apoia a edição, do professor António Aresta e do filho mais novo do autor, José Joaquim Monteiro Júnior.

O livro, editado em português e cuja edição tem também o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC), é, segundo um comunicado, “uma narrativa, em versos populares, sobre a única viagem de J. J. Monteiro ao interior e sul do País do Meio [China], atravessando pela sua primeira vez as Portas do Cerco”.

Na obra, descrevem-se também “a ‘praxis’ em Macau, as máximas confucianas, as adivinhas, provérbios e rifões do Monsenhor André Ngan [sacerdote], dos tropos de Luís Gonzaga Gomes [escritor, sinólogo e tradutor], e as várias gírias e alguns calões no dialecto cantonense”.

J.J. Monteiro faleceu sem ver muitos dos seus escritos editados em livro, iniciativa que tem vindo a ser realizada pelos seus descendentes nos últimos anos. “Vulgaridades Chinesas” é, assim, mais uma obra que entra para o rol das edições póstumas.

No prefácio, assinado por Jorge Rangel, descreve-se que “o IIM deu prioridade à publicação das obras inéditas de J. J. Monteiro, tarefa que contou sempre com a empenhada e qualificada colaboração dos seus filhos e netos”.

Para Rangel, trata-se de um “contributo seguro e decisivo para uma mais ampla difusão da sua invulgar obra”. O presidente do IIM diz ainda no prefácio concordar com as palavras de António Aresta que, no primeiro volume de “Figuras de Jade – Os Portugueses no Extremo Oriente”, apontou que “omitir ou rasurar José Joaquim Monteiro da literatura de Macau seria uma injustiça e um enorme empobrecimento estético”.

Anedotas e afins

J.J. Monteiro nasceu pobre em Tabuaço, Viseu, em 1913, tendo vindo para Macau cumprir o serviço militar, onde casou e formou família e acabou por se dedicar às letras, apesar da pouca instrução escolar que possuía. Nos livros que deixou abordou sobretudo a gastronomia local, o patuá, os modos de vida da comunidade chinesa e tantas outras particularidades de Macau como terra multicultural que sempre acolheu portugueses, chineses e macaenses.

Falecido em 1988, já não assistiu ao lançamento de “Anedotas, Contos e Lendas”, lançado em 1989; os dois volumes de “Meio Século em Macau”, em 2010, e “Memórias do Romanceiro de Macau”, em 2013. Todas estas edições têm sido fomentadas e apoiadas pelos seis filhos.

O padre Benjamin Videira Pires, figura histórica do clero local, ligado à imprensa religiosa, e autor do prefácio da obra “Macau Vista por Dentro”, chegou a desafiar J.J. Monteiro, em 1984, a escrever um livro apenas sobre anedotas, “por saber que possuía uma colecção inédita de anedotas que encheriam um almanaque”.

Assim nasceu a obra editada em 1989, onde o autor, “por desconhecimento da língua chinesa, baseou-se em informações por um dos seus filhos que se dedicou nesta obra, particularmente no que diz respeito aos calões e gírias”.

O comunicado do IIM destaca que “Macau Vista por Dentro” é a “obra magna” de J.J. Monteiro, pois revela “um visível amadurecimento e conhecimento profundo das origens e do percurso dos portugueses no Oriente, assim como aspectos relevantes da cultura da China milenar”.

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