China / ÁsiaGuerra | Diplomacia chinesa e russa discutem Gaza e Ucrânia Hoje Macau - 17 Out 2023 Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e da China discutiram ontem em Pequim o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas e a guerra na Ucrânia De acordo com um comunicado difundido pela diplomacia russa, os dois ministros dos Negócios Estrangeiros de Pequim e Moscovo mantiveram “uma troca de pontos de vista aprofundada” sobre uma “vasta gama de problemas internacionais e regionais, incluindo a deterioração acentuada da situação no Médio Oriente”. Os governante da China e Rússia reiteraram nos últimos dias que a resolução do conflito israelo-palestiniano exige uma solução de dois Estados que vivam lado a lado em paz e segurança e apelaram à protecção dos civis. Lavrov e Wang debateram também em pormenor as questões de segurança na região Ásia – Pacífico, especialmente a manutenção da estabilidade na Península da Coreia e a necessidade de “impedir que a arquitectura de segurança da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] seja minada” pelo Ocidente. Lavrov e Wang debateram igualmente questões relativas à “crise ucraniana”, incluindo os esforços para a resolver através de esforços políticos e diplomáticos. A China ofereceu-se para mediar a guerra na Ucrânia, que dura há 600 dias, com um plano de 12 pontos que é visto por Moscovo como uma “base” para eventuais negociações, mas rejeitado por Kiev, uma vez que não exige a retirada das tropas russas de todos os territórios ocupados. Os ministros também sublinharam a importância de reforçar a estreita coordenação entre a Rússia e a China no cenário internacional, incluindo na ONU e no Conselho de Segurança, na Organização de Cooperação de Xangai (SCO), no G20, na APEC e noutros mecanismos e fóruns, de acordo com a versão russa. Sem vestígios do passado Os dois ministros confirmaram igualmente o compromisso mútuo de reforçar os contactos no Fórum BRICS – bloco de economias emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, tendo em conta que, no próximo ano, a presidência rotativa deste grupo será exercida pela Rússia. A China considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão, marcada por disputas em torno do comércio e tecnologia ou diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong ou Taiwan e a soberania dos mares do Sul e do Leste da China. Pequim condenou as sanções internacionais impostas à Rússia, mas não abordou directamente o mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra Putin, acusado de envolvimento no rapto de milhares de crianças na Ucrânia.