Ai Portugal VozesEnfermeiros “chico-espertos” dão tiro no pé André Namora - 20 Mar 2023 Os enfermeiros em Portugal são das profissões mais nobres e sacrificadas. Trabalham nos hospitais do Estado realizando horas extraordinárias sem receber um euro a mais, com salários miseráveis, tendo, no entanto, a sua profissão garantida e alguns têm-se pronunciado que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi a sua escolha de paixão e de perfeito serviço ao povo português. Os enfermeiros estão divididos em sindicado e numa Ordem que tem feito muito pouco em benefício dos soldados da enfermagem. Contudo, ao longo dos anos temos assistido à proliferação da construção de hospitais privados como os da CUF, da Luz e dos Lusíadas. E logo os enfermeiros “chico-espertos” decidiram abandonar o SNS e ingressaram nos quadros dos hospitais privados porque admitiam que as condições de trabalho eram indubitavelmente melhores. E não falamos dos enfermeiros que optaram em emigrar e hoje trabalham em Inglaterra e em outros países, tendo apenas como positivo o maior pecúlio recebido, mas sempre cheios de saudades do seu país. Quanto aos enfermeiros que optaram pelos hospitais privados, assistimos na semana passada a uma surpresa inesperada: ao protesto dos enfermeiros que trabalham nos estabelecimentos hospitalares privados e chegaram ao ponto de nos deixar de boca aberta quando anunciaram uma greve, porque querem aumento de salários e melhores condições de trabalho. Ops! Greve? Sem mais, uma greve. Uma verdade dura e pura que demonstra que nos hospitais privados nem tudo são rosas e, afinal, muitos já estão arrependidos de ter deixado o SNS. Um exemplo: num dos hospitais privados um grupo de enfermeiros quando marcaram férias para Agosto próximo, foram logo informados que escolhessem outro mês do ano para descansar. A greve dos enfermeiros nos hospitais privados não tem pés nem cabeça. Foram esses profissionais grevistas que escolheram deixar o serviço público porque queriam mais dinheiro. Viram agora que o paraíso hospitalar não está na privada hospitalar e a maioria do povinho riu-se da referida greve. Os enfermeiros que abandonaram o SNS ficaram a saber que o capitalismo apenas visa o lucro e nada tem a ver com a defesa dos interesses dos pobres e, muito menos, com todos os que esperam horas, dias e meses para ter uma consulta no SNS. Será bom que reconsiderem e que decidam bem se vale a pena continuar ao serviço dos grupos poderosos que apenas se servem da Saúde para ganhar muito dinheiro e deixem de dar tiros nos pés… Na semana passada, Portugal assistiu a um caso inédito que não se via desde 25 de Abril de 1974 quando os militares se revoltaram contra a hierarquia do regime. No Funchal, capital da Ilha da Madeira, estava aportado o navio de guerra “Mondego”. A dada altura, o comandante do navio recebeu indicações secretas que teria de realizar uma missão para controlar uma embarcação russa que navegava em águas portuguesas e que poderia estar em acção de espionagem. Quando o comandante do navio ordenou aos seus homens a partida para a missão confidencial, eis que, 13 militares do “Mondego” negaram-se a cumprir a ordem de comando alegando que o navio não estava em condições materiais para seguir para o mar. Esses tripulantes cometeram de imediato três infracções graves. Não obedeceram à hierarquia de comando, algo sagrado nas Forças Armadas, e deixaram a imagem de Portugal junto dos países da NATO que alguma coisa iria mal no reino das Forças Armadas portuguesas e o mais grave, terem anunciado publicamente nas redes sociais o que se estava a passar no interior do navio. A missão não foi realizada. Gravíssimo. O chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo, deslocou-se imediatamente ao Funchal e foi falar com os tripulantes do navio e comunicar-lhes a gravidade do sucedido. Os 13 militares estão hoje já a serem ouvidos em Lisboa pela Polícia Judiciária Militar e podem passar para o foro judicial criminal e apanhar anos de prisão. Gouveia e Melo sublinhou muito bem que a disciplina militar se não existir, então, não existem Forças Armadas. O caso foi imensamente criticado pelo país fora e a maioria dos portugueses pede um castigo severo para os indisciplinados. Na verdade, não tem havido verbas suficientes por parte do Governo para as muitas lacunas que existem nos três ramos das Forças Armadas e muitas das unidades móveis no Exército, Força Aérea e Marinha não tem cumprido a sua missão devidamente por falta de manutenção nessas mesmas unidades. Todavia, uma coisa é a insuficiência de verbas, outra é a indisciplina e a insubordinação de militares. Para que se riam do que vai acontecendo por este Portugal, termino informando-vos que a empresa Transtejo, que possui a frota das embarcações que fazem a travessia do rio Tejo, comprou 10 navios eléctricos, para defesa do meio ambiente, mas os navios não poderão funcionar porque o orçamento não incluiu cerca de 15 milhões de euros para a compra das baterias para os navios eléctricos…