Casinos | Pandemia ensinou a cortar custos e a impulsionar lucros

Entre 2024 e 2025, a indústria do jogo de Macau pode ultrapassar os lucros a que estava habituada a contabilizar antes da covid-19. A conclusão é dos analistas da JP Morgan, que argumentam que durante os três anos de pandemia os casinos “aprenderam” a cortar nas despesas, nomeadamente no volume de quartos de hotel, e a manter uma operação mais racional ao nível dos custos

 

Quando Macau se preparava para abdicar das rígidas restrições impostas pela política de zero casos de covid-19, muito se falou sobre as lições retiradas de três anos de pandemia. Na indústria do jogo de Macau, esses três anos parecem ter trazido alguns ensinamentos, pelo menos de acordo com o diagnóstico dos analistas da JP Morgan Securities (Asia Pacific) Ltd.

Numa nota divulgada ontem, os especialistas argumentam que as operadoras de jogo devem conseguir manter os custos operacionais 10 por cento abaixo dos registados antes da pandemia, mesmo após a recuperação total da indústria, com base nas lições aprendidas nos últimos três anos, ajudando a impulsionar os lucros.

Um corte de 10 por cento nos custos de operação, em relação a 2019, “pode não parecer um grande montante à primeira vista, mas é muito significativo tendo em consideração a capacidade do sector, podendo chegar a 20 por cento, ou mais, em 2024 com base no número de quartos de hotel disponíveis no mercado”, estimam os analistas, citados pelo portal GGR Asia.

Aliada a uma gestão operacional mais light, a JP Morgan sublinha a “óbvia alteração no peso do EBITDA (lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) gerado pelo sector de massas, que deverá ser quatro vezes maior que o gerado pelo jogo VIP”. Assim sendo, as poupanças a nível operacional devem ajudar a catapultar os lucros. “Isso dá-nos a confiança para estimar a recuperação do EBITDA para níveis entre 100 e 110 por cento em 2024/2025 face ao registo de 2019, mesmo sem o contributo do jogo VIP”, perspectivam os analistas.

Quartos crescentes

A JP Morgan espera que o sector aumente este ano o número de quartos disponíveis em cerca de 5 por cento, com a Galaxy Entertainment Group Ltd a acrescentar 450 quartos ao mercado, a Melco Resorts and Entertainment Ltd cerca de 650, e SJM Holdings Ltd 319.

Mesmo os novos resorts que foram crescendo no Cotai durante a dormência imposta pela pandemia à indústria turística devem abrir progressivamente, de forma faseada. Por exemplo, a Galaxy irá abrir a 3.ª fase do complexo no Cotai, que inclui uma unidade hoteleira da Raffles, de forma faseada a partir do segundo trimestre do ano.

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