China / ÁsiaPreços de casas novas no Interior caem pelo segundo mês consecutivo Hoje Macau - 16 Nov 2021 Os preços dos imóveis novos na China caíram, em Outubro, relativamente ao mês anterior, depois de em Setembro terem registado a primeira queda desde meados de 2015, indicaram dados oficiais divulgados ontem. Com base no índice de preços divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE), que mede a evolução do custo das casas novas em 70 grandes cidades do país, os preços caíram 0,25 por cento, em relação a Setembro. Em Setembro, o mesmo indicador tinha descido 0,08 por cento, em relação a Agosto, na primeira queda desde Maio de 2015, período em que as construtoras passaram por meses de dificuldades, em parte devido a um excesso de casas, o que obrigou a baixar os preços. O representante do GNE Sheng Guoqing reconheceu uma “ligeira queda” no preço das casas, que foi mais perceptível em cidades mais pequenas. Em Pequim e Xangai, o preço das casas aumentou 0,6 por cento e 0,1 por cento, em relação a Setembro, respectivamente. Em termos homólogos, os preços das casas recém-construídas nas 70 cidades analisadas aumentou 2,84 por cento, em relação a Outubro de 2020. A comparação face ao mês anterior visa medir a evolução de curto prazo do mercado imobiliário que, desde Setembro, atravessa dificuldades, devido à situação financeira de algumas construtoras, sobretudo a gigante Evergrande, que acumula um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros e esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, nas últimas semanas. Outras empresas do sector, como a Sinic ou a Modern Land, não cumpriram oficialmente as obrigações financeiras. Sector de peso Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) alertou para um aumento do “risco de contágio” no sector imobiliário, devido ao impacto destas notícias junto dos potenciais compradores de casas, que parecem optar pela prudência face à actual situação. Já no início deste mês, um relatório de outra agência de ‘rating’, a Moody’s, apontou que as vendas de imóveis na China vão permanecer fracas, nos próximos seis a 12 meses, devido às restrições no acesso a financiamento para as construtoras mais endividadas. Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim para reduzir a alavancagem no sector. As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo. Os problemas do sector imobiliário pesaram sobre a economia chinesa no terceiro trimestre, com um crescimento de 4,9 por cento, em termos homólogos, uma das menores taxas das últimas décadas.