As toxinas do crocodilo e o Marcial Desassobio

Meu caro Marcial, quem escreve expõe-se. Triste é quando se é intencionalmente mal interpretado, numa teima de moscardo zangado porque picou a sombra do burro e esta não lhe aceita a dança.
Neste mundo fragmentado e de novo tribal, o ser humano converte-se num animal agressivo, quando encarniçado pelas hordas. Foi infelizmente o teu caso.
Vamos só discutir dois ou três pontos do teu imenso disparate.
Primeiro, esclareçamos a questão do conceito de “lugar de fala”, como locus social. Lastimo ter de lembrar-te, este conceito não nasceu com a Djamila Ribeiro, de quem tenho o livrinho. É uma coisa remota, e o conceito foi manejado por Pierre Bourdieu, Foucault, Butler e Orlandi, por exemplo; simplesmente houve agora uma patética “apropriação” exclusivista para as questões rácicas.
Eu ESTAVA A ESCREVER UMA CRÓNICA E NÃO UM ARTIGO CIENTÍFICO sobre a genealogia do conceito, e numa crónica atalhamos. Ademais, o meu foco não era exactamente o conceito mas O SEU RETORNO EM FARSA E CARICATURA e a sua triste aplicação no caso Janice Deul-Marieke Lucas Rijneveld. Porque nem tudo tem a ver com a raça; lembro-me de como ficavas inflamado como jovem simpatizante da Renamo em relação ao que se passava no teu país e como te sentias oprimido e condicionado pelo partido no poder, e aí punhas a coisa, certeiramente, no campo da política.
Bom, avisava o Marx: aquilo que é trágico volta depois adulterado como farsa. O que o meu texto visava era esta leitura com que a horda deturpa o conceito (escrevi logo ao princípio da crónica: «Essa falácia que se chama “lugar de fala”, TAL COMO ESTÁ A SER ENTENDIDA, significa, de modo caricato…»), e não a sua justeza no lugar apropriado.
De resto, quem de bom senso pode ser contra o “lugar de fala” quando se trata de dar a voz ao que estava subalternizado, silenciado? Ninguém. Creres que eu pensaria de outra forma, choca-me. Afinal, o que ouvias tu nas/das minhas aulas?
Explica-me a lógica tinhosa disto: A AMANDA GORMAN ACEITOU A HONRA QUE SER CONVIDADA POR UM PRESIDENTE BRANCO PARA ESCREVER UM POEMA PARA A OCASIÃO INSTITUCIONAL MAS DEPOIS SÓ PODE SER TRADUZIDA POR UM BRADA? Escapa-me alguma coisa, ou estão a chamar parvo ao Biden? Afinal ela estava apenas a PROCURAR A VANTAGEM e não a ter a partilha sincera de uma cidadã republicana e democrática?
E sim, a noção de “lugar de fala” (ainda não tinha esse nome, evidentemente), é muito mais antiga. Está logo no Homero, que construiu os elementos da verosimilhança que o Aristóteles cristalizaria em conceito. Quando alguém fala no Homero começa por dizer “o lugar de onde vem” e “o que faz”, e as epopeias dele eram considerados verdadeiras enciclopédias sobre os vários místeres, a pesca, a caça, a estratégia da guerra, e até a medicina, como explica Ezra Pound: «As qualidades literárias em Homero são de tal ordem que um médico já escreveu um livro para provar que Homero havia sido um físico no exército. (As suas descrições de certos ferimentos e dos seus efeitos, têm sempre tamanha precisão que dir-se-iam extraídas do relatório de um médico legista.)
Um outro universitário, um Francês, demonstrou aproximadamente que a geografia da Odisseia estava completamente correta; não a geografia dos livros e das cartas, mas a que poderia descrever um marinheiro que faz cabotagem, quando faz um “périplo” por exemplo.
» Cada um emitia o seu saber, a partir do seu “lugar de fala”. Vês?
E de vez em quando, na Ilíada ou na Odisseia, lá aparece alguém a reivindicar o direito e a atenção para o seu “lugar de fala”, porque só ele pode falar do seu lugar e da sua origem. Aqui colheu Aristóteles as regras para a construção de personagens e a verosimilhança. Um mecânico de automóveis não fala como um psiquiatra, a personalidade de um tipo que cresceu numa cubata acusa (até na linguagem) mais traços duma fomeca secular que a de quem cresceu em Sommershield. Se não percebeste isto então é porque não soube, na disciplina de Dramaturgia, ensinar-te cabalmente a fazer as “relações”. Erro meu. Embora amortecido pela resistência de quem sempre se precipita a falar muito antes de pensar, projectando em vez de escutar (característica que pelos vistos manténs), e insiste em não entender que APRENDER É COMEÇAR A FAZER RELAÇÕES ENTRE COISAS QUE ANTES PARECIAM DESLIGADAS.
Entretanto, as coisas mudaram muito desde o Homero para cá e a nossa auto-percepção ou a dimensão do que seja o outro na pluralidade que nos constitui e mesmo na nossa cultura política também. Ademais, há dois mil e quinhentos anos de literatura que nos ajudaram a pensar e a vivenciar uma horizontalidade nas práticas de relação, que vão da desconstrução das anacronizantes hierarquias políticas, até à emergência de novos instrumentos de vinculação ao outro, como a educação para a empatia, etc., etc. Portanto, hoje já somos capazes de normalmente nos metermos no lugar do outro, a polpa do que seja a humanidade cresceu muito em fruta & género, e a literatura mais não é que isso. EU POSSO, SIM, SENTIR A INJUSTIÇA QUE RECAI SOBRE OS OUTROS e falar dela, adoptar como minha a dor do outro.
Tu é que, com pézinhos de lã, fugiste ao que era relevante sabermos e que se relaciona com o foco do que denunciei. TU ÉS A FAVOR DE QUE A AMANDA SÓ POSSA TER UM TRADUTOR NEGRO? Assume.
Olha o que disse esta semana uma escritora negra sobre a matéria:
«A ideia de que autores negros não devem ser traduzidos por brancos implica uma posição recíproca inaceitável: a de que, como mulher negra, não me é reconhecida a capacidade (mais ainda, o direito) de traduzir, por exemplo, Rousseau ou Flaubert. Essa é uma capacidade literária. O género, a cor, o meu contexto familiar não são o que me qualifica para traduzir Toni Morrison, nem o que me desqualifica para traduzir Pushkin. Não me sinto numa posição intrinsecamente privilegiada para traduzir livros de autoras negras e, quando se trata de escolher tradutores para os meus livros, basear-me nesse critério seria uma ingenuidade sem cabimento e um paradoxo. Imaginar que só uma mulher negra pode traduzir o que escrevo sugere que só uma mulher negra poderá compreender essa tradução e, portanto, que só posso ser entendida por leitoras negras. Considero tão difícil fazer-me entender a uma tradutora negra como a um tradutor branco. A tradução representa uma esperança na possibilidade de ser compreendida por aqueles que não se assemelham comigo. A tradução constitui a semelhança. Aproxima-nos. Sou feita do que li, graças a muitos tradutores: o seu género e cor de pele são indiferentes. O pronunciamento em questão preconiza na verdade uma hostilidade à literatura: é contra a possibilidade de a imaginação criativa romper as inibições, o ponto de vista e a sensibilidade limitada do ‘eu’.»
Quem é a autora? Djaimilia Pereira de Almeida – autora de “Esse Cabelo” (um livro extraordinário, que aconselho), de “Luanda, Lisboa Paraíso” e de “As Telefones” – citada no artigo de Isabel Lucas que saiu no Ipsilon, abordando este mesmo estúpido debate.
A Djaimilia tem toda a razão. Os que acham que o Mia Couto não pode escrever um romance sobre o Gungunhana não.
Não me digas que a Djaimilia é uma traidora!? Ai Jesu!
O QUE É ACONSELHÁVEL PARA UMA BOA DIGESTÃO DO MIA E DA DJAIMILIA É UMA DOSE DE PÓ DE MÚMIA MISTURADO COM RUIBARBO SECO, TODOS OS DIAS, ISTO EM NÃO CONSEGUINDO O ÚNICO REMÉDIO IDEAL QUE É O DE TER UM IDÊNTICO RITMO DE TRABALHO AO DO AUTOR DE AS MULHERES DE CINZA.
Porque o que se passa na realidade é isso: uns trabalham os outros poupam-se. E o que é que esta singela questão tem isto a ver com pretos e brancos, meu Deus? Trata-se de disciplina.
E tu, estarás à altura de compreender cabalmente a voltagem e as vertigens de Heidegger, ou Sloterdjik, sendo negro? Se tu achares que não, estás simplesmente a amputares-te, e lamento por ti. E como raio interpretar o Gregor Samsa, da Metamorfose, do Kafka, se nenhum de nós é insecto? Foi um dos maiores espectáculos de teatro que vi na vida. Suponho que tu com as tuas novas ideias não enfrentarias o desafio. Que pena!
Vamos ao segundo ponto, ESTE GRAVE, para te dizer francamente, foste “foleiro”, uma maneira simpática de chamar-te desonesto. E o segundo ponto é o fulcro do que se pretende com a “tua” resposta: difamar-me e sujar o meu nome.
Albert Manguel, a propósito do Holocausto discute uma injunção que devemos extrapolar para o Racismo. Pergunta ele: aquele horror então fazia parte da minha história pessoal, mais do que a minha história como ser humano?
Nunca aceitei esta chantagem. Honrar as vítimas deve fazer parte da nossa memória, mas não colonizar a minha identidade. Porque, PESSOALMENTE, NÃO TENHO CULPAS NO CARTÓRIO. Eu não me confundo com os horrores praticados no passado por gente a quem eu não deleguei nada, nem tem qualquer carta minha a assegurar-lhe o direito de me representar – compreendes, ou é demasiado subtil?. A minha identidade, construi-a sempre ao arrepio da memória do horror: por acaso, o melhor amigo da minha vida era negro (morreu), casei com uma sobrinha da poeta Noémia de Sousa (terei de explicar que não era branca?), vivo com uma indiana e tenho filhos mestiços, tive sempre escolhas que me dificultaram a vida porque nunca escolhi o conforto e preferi ser útil, em terras que pouca gratificação tinham para me oferecer.
Sou o único inquilino do meu prédio que não foi assaltado. Sabes porquê? Porque os guardas sabem que em minha casa só há livros e vêem que em minha casa entram pretos, que a minha porta se abre sem barreiras nem discriminações. Publiquei livros e centenas de artigos a corroborar esta minha atitude. E agora, do nada, porque não me leu devidamente nem me leu no fluxo mas apenas mal e fragmentariamente, aparece um ex-aluno a chamar-me LEVIANAMENTE negacionista? Devias ter vergonha, Marcial.
E para que quiseste tu, meu querido (tu sabes que sou um tipo de afectos) ter o gesto suicida de descer a escada pelo corrimão (é bom sentir a velocidade no cabelo, não é?) não prevenindo o risco de encontrares a cabeça de um prego levantada?
Na semana passada escrevi uma crónica (estiveste tão ocupado a ouvir e a colheres contributos à esquerda e à direita, que não tiveste tempo para a ler) onde se dizia, preto no branco, isto: «(…) a Lusofonia não passa da simulação das erecções de um anão ao espelho. Eduardo Lourenço já disse tudo sobre esta matéria no seu devido tempo, mas como os políticos portugueses não têm mais nada a oferecer senão retórica agarram-se à miragem. É pior: Portugal deixou em Moçambique para cima de 90% de analfabetos. Foram os moçambicanos quem, na ânsia de dar um cimento comum a um mosaico com mais de duas dezenas de línguas, ensinou 50 % dos seus concidadãos a ler e a falarem português. NÃO SEI SE HÁ UM MODO SUAVE, DELICADO, PARA EXPLICAR QUE UMA HERANÇA DE 90% DE ANALFABETOS POSSA CONSTITUIR UMA OFENSA IRREPARÁVEL COMETIDA PELO COLONIALISMO PORTUGUÊS.»
O azar que tu tiveste! Isto é a atitude de um negacionista? Como é que mesmo antes de te ter lido te desminto? Será mau olhado? Medita se não foste completamente ridículo ao chamares-me negacionista?
(Engraçado, alguns portugueses que leram a minha crónica também me devem ter chamado uns nomes feios!)
Pior, comparas-me ao Gobineau, em trazendo-o completamente a despropósito à liça! Que delírio é esse? EU NÃO SOU UMA TELA ONDE SE PROJECTA O PASSADO DA MINHA RAÇA. EU NÃO TE CONFUNDO COM O SHAKA. Onde é que eu, meu estupor (chamo-te o que chamo aos filhos, quando me zango com eles) defendi alguma vez a superioridade da raça branca? Vejo que interiorizaste que “os brancos são todos iguais”; na sanha de tudo generalizares revelaste-te um belo racista.
Em múltiplas crónicas minhas no Savana, durante anos, eu zurzi forte e feio nas ilusões da “cultura ocidental”, no “neo-colonialismo”, e nos tristes equívocos dos países ex-colonizadores com as colónias. O que é que tu não leste aí? Como é que de repente, num truque de magia, sou negacionista? Esta acusação, magoa-me, avilta-te, e foi-te soprada.
Foi como negacionista que me dispus sempre a ajudar os alunos e a fornecer-lhe os livros de que precisavam para qualquer disciplina? Foi isso que apanhaste nas conversas que tinhas comigo? Ou eras uma coisa pela frente e outra nas minhas costas?
Passa-se que não se tolera em Moçambique posicionamentos que não sejam a “preto e branco”. Quem mostra que existem nuances está lixado. Aí, o estômago de alguns mostra-se sensível como o estômago do Estaline que se engasgava quando encontrava o cabelo de um careca no seu leite. Será que ofendia por ser branco, português? Mas apresentar livros, fazer prefácios, escrever catálogos para artistas moçambicanos já me era autorizado e solicitado – não é contraditório? Ou aí só se aproveitavam, “tiravam vantagem”? SOU EU E O BIDEN: DOIS PARVOS.
Eu unicamente procurei EXERCER O MEU “LUGAR DE FALA” (deste conta que em Moçambique sou minoria?), procurando o debate, a conversa, às vezes risonhamente, outras vezes mais ironicamente, o intento foi sempre participar na cidade e suscitar uma discussão crítica, saudável. Tu, não sei porquê, nunca aproveitaste essas janelas que eu abria, e agora de repente, falas de “gota de água” e chamas-me “negacionista”. Simplesmente porque NÃO ENTENDESTE uma ironia?
Repito a primeira frase da crónica: «Essa falácia que se chama “lugar de fala”, tal como está a ser entendida, significa, de modo caricato, que eu como branco não posso falar da injustiça cometida sobre um negro (pois sei lá eu do que falo), que a galinha não pode falar da terrível cárie do lobo, que só a mulher pode falar autenticamente do seu castigo em engomar a roupa da família e que só o monge trapista poderá falar do silêncio.»
Como se pode inferir daqui que eu sou negacionista? Com que abstruso raciocínio? É de facto descomunal o peso dos fantasmas na vossa cabeça, capazes de verem placas tectónicas a dançar o tango debaixo da cama onde repousam os chinelos da empregada doméstica.
Hás-de um dia contar-me QUEM TE INSTRUMENTALIZOU NESTA TAREFA (de te expores ao ridículo), ó meu escritor sem livros.
Vamos à última questão controversa (a de saber se existem ou não culturas superiores a outras) porque auxiliar da difamação – dirigida a mim, que nunca fui sobranceiro e sempre tratei as pessoas e os alunos de igual para igual e que na verdade sou um pachola, o contrário de um tipo arrogante.
O teu intuito era fomentares o ódio em relação a mim? Foi nisso que te tornaste?
Contudo, nesta matéria tão inflamável em tempos de um relativismo cobarde, digo-te que subscrevo esta “fala” do Sponville, que se me afigura de uma meridiana clareza:
«O que então explicámos aos nossos alunos da Alliance Francaise é o seguinte: Não acreditem que dizer que “todas as civilizações se equivalem” seja defender os direitos humanos. É exatamente o inverso. Por uma razão simples e forte: se todas as culturas se equivalessem, já não podíamos dizer que uma cultura respeitadora dos direitos humanos é superior a uma cultura que não os respeita.
É aqui que as duas proposições que eu evoquei, a verdadeira, “todos os homens são iguais em direitos e dignidade”, e a falsa, “todas as civilizações são iguais em facto e em valor”, são, não apenas logicamente independentes, mas logicamente incompatíveis: porque se a primeira é verdadeira, se todos os homens são iguais em direitos e em dignidade, então, uma civilização que respeita a igualdade de direitos e a dignidade de todos os seres humanos é superior a uma civilização que as viole.
Por exemplo, uma civilização que pensa que os homens e as mulheres são iguais em direitos e dignidade está acima de uma civilização que pretende fechar as mulheres em situações de opressão e de inferioridade. Por exemplo, uma civilização democrática é superior a uma civilização tirânica ou totalitária. Por exemplo, uma civilização que respeite as liberdades individuais é superior a uma civilização que não as respeita. Por exemplo, uma civilização secular, onde todos têm o direito de escolher a religião ou a falta de religião, é superior a uma civilização integrista ou fundamentalista, que pretenda impor a mesma religião a todos.
»
É ou não claro, o que ele diz? É aquilo em que acredito. E tu, em que é que acreditas?
Mais importante do que esta polémica idiota, idiota, idiota, e mais triste, Marcial, é a morte de um grande poeta, o polaco Adam Zagajewski, no dia em que te leio a atacares-me. Há um poema vital dele que diz tudo o que eu gostaria de ter-te ensinado:
NA BELEZA CRIADA PELOS OUTROS: Só na beleza criada pelos outros/ existe consolação, na música/ e nos poemas dos outros./ Só os outros nos podem salvar, /mesmo que a solidão tenha o sabor/ do ópio. Não são o inferno, os outros,/ se os espreitarmos de manhã, quando/ têm a testa limpa, lavada pelos sonhos./ Por isso cismo muito sobre a palavra/ que hei-de usar, «ele» ou «tu». Cada «ele»/ é uma traição a qualquer «tu», mas,/ em troca, um poema de alguém fielmente/ oferece uma fresca, moderada conversa.»
É isto? Só a beleza criada pelos outros, pelos outros culturais, pelos outros civilizacionais, pelos outros que nos evadem da paranóia com que invariavelmente a nossa cultura nos sitia, é que nos salva e inscreve no nosso âmago a necessidade da conversa. E isto está muito para além das raças.
Quando nós não queremos sair do nosso quintal, do nosso charquinho, ficamos sem dar conta atoleimados por causa das toxinas que se exalam do cérebro do crocodilo. Ai, o crocodilo, Marcial, que grande dádiva da Mãe Natureza para a humanidade! Até dá sapatos, já viste? Que se metem debaixo da cama e parecem terramotos de grau 9, se olhados depois de uma carraspana!
E deixa lá a Europa apodrecer na sua decadência, África apodrecer nas suas guerras, deixa lá as hordas – tudo o que interessa está nas pessoas, embora não tanto no seu lugar identitário mas no COMO introduzem algum senso comum no lugar da fala.

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Cristina Tavares
Cristina Tavares
25 Mar 2021 16:47

Muito bem. Uma aula directa de humanidade.

Hélder Tsemba
Hélder Tsemba
25 Mar 2021 17:52

Mama mia!

Maria Soares
Maria Soares
26 Mar 2021 00:10

Não presto a escrever mas sei ler e apreciar o que é bom. Texto belo.
Deu-me muito prazer cada linha que li. Obrigada.

Tânia Leitão Carvalho da Silva
30 Mar 2021 15:07

Uma pérola de texto.