Hong Kong | Pequim critica Nancy Pelosi por apoiar protestos

A líder do Congresso norte-americano felicitou os activistas Joshua Wong e Denise Ho, numa conferência de imprensa conjunta, por “desafiarem a consciência” do Governo chinês e do mundo. Pequim fala de comentários “irresponsáveis”

 
[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês criticou ontem a líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, por comentários “irresponsáveis” sobre os protestos pró-democracia em Hong Kong depois de ter recebido activistas em Washington.
Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, considerou que Pelosi e outros congressistas norte-americanos “confundem o certo e o errado” ao envolverem-se com “separatistas” de Hong Kong.
“Pedimos aos EUA que parem de encorajar forças violentas radicais em Hong Kong que advogam a independência de Hong Kong, e que parem de intensificar as palavras e acções que minam a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong”, disse.
Pelosi, do Partido Democrata, juntou-se a parlamentares republicanos numa conferência de imprensa conjunta com activistas pró-democracia, incluindo Joshua Wong e Denise Ho.
A presidente do Congresso norte-americano apoiou os apelos dos activistas por eleições por sufrágio universal em Hong Kong e agradeceu-lhes por “desafiarem a consciência” do Governo chinês e do mundo.
Pelosi acompanha questões sobre a China desde os seus primeiros anos no Congresso, quando compareceu com outros congressistas na Praça Tiananmen, em Pequim, para homenagear os manifestantes mortos pelo exército, em 1989.

Estado soberano

Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, retirada, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, enquanto apelam à demissão de Carrie Lam, a chefe do governo local, pró-Pequim, e à eleição de um sucessor por sufrágio universal directo, e não nomeado pelo Governo central.
O Congresso dos EUA deverá avançar com legislação que exige uma revisão anual do estatuto económico e comercial especial de Hong Kong, passando a verificar a influência do Governo central chinês no território e o respeito pelo princípio “um país, dois sistemas”.
Geng disse que Hong Kong é uma questão interna chinesa e que a China não aceita interferência nos seus assuntos internos.
“Pedimos aos EUA que respeitem a soberania da China, parem de interferir nos assuntos de Hong Kong e deixem de promover a revisão de propostas relevantes relacionadas com Hong Kong”, afirmou.

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