Universidades de Coimbra e Pequim criam centro de estudos para estreitar relações

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Coimbra (UC) e Universidade de Estudos Internacionais de Pequim (BFSU) formalizaram ontem a criação do Centro de Estudos sobre a China e os Países de Língua Portuguesa, para reforçar a cooperação.

“Vai potenciar a capacidade de se ter uma relação mais forte com a China e de fazermos uma triangulação entre China, Portugal e países de língua portuguesa. É uma grande universidade que nos escolheu a nós como parceiro para esta estratégia da China para dialogar” com o mundo lusófono, salientou o reitor da UC, Amílcar Falcão, que falava em Coimbra, aos jornalistas, após a assinatura do acordo.

Para o responsável, as duas áreas principais de actuação deste centro de estudos serão o Direito e as Letras.

No caso do Direito, a escolha deve-se quer à relação com Macau, quer com os países Língua Portuguesa, em que “Portugal teve um papel muito relevante ao nível das suas constituições”.

Na Faculdade de Letras, a cooperação irá centrar-se “na componente da Língua”, sendo que a UC já tem cursos em mandarim “e a ideia será aumentar a oferta e diversificá-la, dependendo do tipo de oportunidades que possam surgir”, esclareceu Amílcar Falcão.

O vice-reitor da BFSU, Yan Guohua, salientou que já há uma relação “de longa data com a Universidade de Coimbra”, sendo que este centro de estudos permite reforçar a cooperação entre instituições e países, “expandido as áreas de colaboração, como estudos culturais, intercâmbios e a investigação da História dos dois países”.

Durante a sessão, o vice-reitor da UC para as relações externas, João Nuno Calvão da Silva, realçou o compromisso da República Popular da China com o direito internacional público, destacando o “respeito com o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas” ou sobre os acordos de transição de Hong Kong e Macau.

“Nos domínios da energia, financeiro, portuário ou da saúde a ligação entre ambos os países é fortíssima”, notou, acreditando que poderá ser potenciada com o projecto chinês da “nova rota da seda”.

A BFSU foi a primeira universidade chinesa a leccionar a língua portuguesa, sendo também “a escola por excelência” de formação dos diplomatas da China, salientou o vice-reitor.

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